Você sabe quais os benefícios da vitamina D no organismo? Especialistas explicam

A exposição da pele aos raios solares é a forma mais eficaz para se adquirir vitamina D. Entre os benefícios, ela ajuda a previnir doenças como diabetes, câncer, esclerose múltipla e depressão

Emanuel Furtado
emanuelfurtado@ootimista.com.br

Essencial para o sistema imunológico, os músculos e o fortalecimento dos ossos, a vitamina D também previne várias doenças, como câncer, diabetes, esclerose múltipla e depressão, desde que tomada na quantidade adequada. Pode ser encontrada em muitos alimentos, entre eles algumas espécies de peixes, carnes, ovos e frutos do mar, mas a principal fonte de produção acontece através da exposição da pele aos raios do sol.

“A principal fonte da vitamina D se dá por meio da exposição solar, pois os raios ultravioletas do tipo B (UVB) são capazes de ativar a síntese dessa substância. Alguns alimentos, especialmente peixes gordos (salmão, atum, cavala, arenque, sardinha) são fontes dessa vitamina, porém representam apenas 10%. Os outros 90% são obtidos através da síntese cutânea após a exposição solar, que deve ser realizada, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, por 5 a 10 minutos (todos os dias), a fim de sintetizar a vitamina D”, explica a médica endocrinologista, Rachel Teixeira.

Segundo a profissional, devido a tendência da população de se expor menos ao sol, especialmente para reduzir os riscos de câncer de pele – e agora agravada pelo isolamento dentro de casa imposto pela pandemia da covid -, “temos visto um maior número de pessoas com vitamina D baixa, especialmente nos idosos, pois a produção pela pele nessa população é reduzida”, alerta a médica, que é formada pela Escola Paulista de Medicina  – Universidade Federal de São Paulo (EPM-UNIFESP) -, com mestrado em Ciências Médicas na mesma instituição. Atualmente faz parte do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento em Medicamentos da Universidade Federal do Ceará.

Para Rachel, “a ideia central é que a deficiência grave de vitamina D leva a pior resposta imune às doenças. Devemos agir prevenindo a deficiência e não usar doses altas de vitamina D para prevenir doenças”, alerta ela e acrescenta: “No Brasil, estamos cheios de gurus da imunidade. Mas o melhor para a imunidade é uma vida saudável e um solzinho de manhã. O nosso corpo é mais sábio que qualquer remédio da medicina”.

Segundo ela, a vitamina D é, na verdade, “um potente pró-hormônio esteroide que, associado ao paratormônio (PTH), atua como importante regulador do metabolismo ósseo. Ela age especialmente no intestino controlando a absorção de cálcio pelo organismo, além de regular a liberação do paratormônio, que é produzido em glândulas próximas a tireóide, que são chamadas de paratireóide, auxiliando também na deposição de cálcio e fósforo no osso, garantindo a mineralização”, explica a endocrinologista.

A nutricionista clínica Mariana Gurgel destaca que os baixos níveis dessa vitamina levam a sintomas como: dores crônicas, cansaço, baixa libido, distúrbios do sono, ansiedade, infecção repetitiva, fadiga muscular, entre outros. “Os benefícios de uma dosagem correta dessa vitamina vão muito além de simplesmente prevenir o raquitismo ou qualquer outro problema relacionado à saúde óssea. Estudos mostram o grande benefício para o nosso sistema imunológico”.

De acordo com Mariana, além da exposição aos raios solares e do consumo de alimentos, pode-se melhorar os níveis de vitamina D através da suplementação de vitamina D3. “Essa é uma forma muito eficiente de melhorar seus níveis, porém requer avaliação com profissional para adequar sua dose ideal a partir de exames que mostram os seus níveis atuais. Nós somos seres únicos, cada um com sua necessidade. Por isso é legal respeitar sua individualidade biológica. Nada de suplementar sem antes consultar um profissional. Altos níveis de vitamina D podem desencadear uma condição grave de excesso de cálcio no sangue (hipercalemia)”, alerta ela.

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