Vera Fischer fala sobre carreira e espetáculo que chega a Fortaleza neste fim de semana

Vera Fischer chega a Fortaleza para curta temporada da comédia Quando Eu For Mãe Quero Amar Desse Jeito, em cartaz no Cineteatro São Luiz a partir de amanhã (8). Em entrevista ao Tapis Rouge, ela detalha camadas da personagem Dulce e fala da carreira

Danielber Noronha

danielber@ootimista.com.br

O que dá para fazer em 55 anos de carreira? Para Vera Fischer, foi possível experimentar das passarelas à televisão, passando pelo cinema e, claro, pelo teatro também, lugar onde ela tem estado com frequência há quase dois anos, rodando o país com a peça Quando Eu For Mãe Quero Amar Desse, assinada por Eduardo Bakr e dirigida por Tadeu Aguiar. É com este trabalho que a atriz desembarca na capital cearense para curta temporada neste fim de semana. A montagem ganhará o palco do Cineteatro São Luiz a partir de amanhã (8) e vai até domingo (10), sendo os dois primeiros dias com sessão às 19 horas e o último com início às 18 horas. Ingressos podem ser adquiridos pelo site sympla.com.br, com valores a partir de R$ 82, ou na bilheteria física do equipamento.

Descrito como uma comédia cheia de veneno, o espetáculo traz como figura central dona Dulce Carmona, personagem de Vera Fischer, uma septuagenária com um único herdeiro, Lauro (Rafael Sardão), que não fica nada feliz com a notícia do casamento do filho com uma mulher desconhecida (Marta Paret). É quando começa uma luta da matriarca para impedir o matrimônio em nome da imagem polida da família.

Apesar de se colocar no lado oposto da régua moral que rege a personagem, Vera afirma em entrevista ao Tapis Rouge que tem sido muito prazeroso embarcar no projeto. “Nunca tinha feito um papel como a Dulce Carmona. Esse texto é muito diferente de tudo que recebi até hoje na minha vida. É muito vigoroso! Ela é uma mulher possessiva, terrível, venenosa, que faz qualquer coisa para conseguir o que quer”, descreve a protagonista. Por ter características tão distintas de si mesma, Vera coloca Dulce, sobretudo, como um desafio. “Ela é o oposto da Vera Fischer como mãe e como pessoa. Sou totalmente a Dulce em cena! É como se eu acreditasse profundamente naquilo que ela faz. Se não for assim, não é crível, o público não vai acreditar. É dessa forma que a Dulce está em mim, no palco, e só acaba quando termina o espetáculo”,

Prestes a completar 72 anos, Vera demonstra estar plenamente realizada com o trabalho que tem executado e com o baú de personagens que construiu, tirando apenas “uns dois ou três”. “É deslumbrante estar onde estou. A direção do Tadeu Aguiar é muito firme e a Dulce é um personagem que exige de mim muita força física e também mental. É difícil construir isso viajando pelo Brasil, mas é algo que não abro mão”, pontua.

Pode haver quem se pergunte de onde vem tanta altivez e vontade de fazer arte, mas a resposta é bem simples: “Com todo esse tempo de vida, é impossível não amadurecer, mas o que fiz foi nunca deixar de lado minha criança interior. Isso faz com que eu me mova com simpatia, simplicidade, empatia e tenha uma boa relação com o público, com os meus fãs e com a minha equipe de trabalho. Se agisse como uma adulta rabugenta, seria muito acho”, explica. “É glorioso poder ter aprendido tudo na vida, ter esse arquivo de tantas memórias. É bom para lidar com os filhos, com os amigos e até com meus gatinhos. Tudo está melhor agora!”.

Longe de falsa modéstia, Vera Fischer sabe que ocupou muitos lugares cobiçados, como representar uma Helena do grande novelista Manoel Carlos e tantos outros papéis memoráveis. Entretanto, engana-se quem pensa que ela já se deu por satisfeita. “Uma atriz sempre tem o desejo de continuar atuando, seja no palco, na televisão, no streaming ou no cinema. Sinto que realmente fiz um bom trabalho e não pretendo parar. Espero que alguém tenha uma boa ideia de escrever um personagem muito forte para mim. Ela pode ser sensível ou frágil, mas forte! O melhor é a gente se surpreender até o fim da vida. Então, que isso aconteça”, finaliza.

Serviço

Espetáculo Quando Eu For Mãe Quero Amar Desse Jeito
Dias: 8 e 9, às 19h, e 10, às 18h
No Cineteatro São Luiz (Rua Major Facundo, 500 – Centro)
Vendas: sympla.com.br ou na bilheteria do Cineteatro

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