Uma alimentação balanceada deve ser seguida antes e após o parto para garantir a saúde da mamãe e do bebê

Estar informada sobre o que de fato faz bem ou mal à saúde da mãe e do bebê vai ajudar a fugir de mitos e crenças que rodam a nutrição materna. Uma alimentação balanceada deve ser seguida antes e após o parto

Naara Vale
naaravale@ootimista.com.br

Ter uma alimentação equilibrada e variada, com alta ingestão de água, é algo que deve fazer parte do dia a dia de qualquer pessoa. Para gestantes e lactantes, os cuidados precisam ser redobrados. Nestes períodos, a mulher se torna a fonte de nutrição de outro ser humano e seus hábitos nutricionais podem interferir diretamente na saúde da mãe e do bebê.

Comer muito durante a gestação com a desculpa de que precisa se alimentar por dois, por exemplo, é um dos mitos que rodam a alimentação materna. Sim, a fome aumenta durante a gestação, há uma maior necessidade de ingestão de calorias e micronutrientes, mas nada de exageros. O mesmo acontece durante a lactação. Uma mulher que amamenta gasta em torno de 600 kcal a mais por dia, o que equivale, mais ou menos, a uma hora de corrida.

Portanto, o foco não é na quantidade, mas na alimentação saudável e variada, tanto na gestação quanto no pós-parto. E mesmo que bata a ansiedade pela pesa de peso rápido depois de o bebê nascer, calma. O momento não é de fazer dietas restritivas, isso pode afetar a mãe emocionalmente. “Todos os alimentos podem e devem estar presentes, mas seu consumo deve ser orientado para evitar excessos ou escolhas inadequadas. É importante frisar que quanto mais natural for essa alimentação, melhor será”, diz a nutricionista materno-infantil Marcela Andrade.

O que deve ser evitado?

Bebidas alcoólicas ou com excesso de cafeína e adoçantes artificiais (sacarina, ciclamato, aspartame e acesulfame) estão entre os alimentos que não devem ser consumidos ou precisam de parcimônia. Segundo a nutricionista, não há um consenso na literatura sobre a quantidade a ser limitada de alimentos à base de cafeína, pois pode variar de mulher para mulher. Mas se sabe que o excesso pode vir a causar irritação na mucosa gastrointestinal da criança, episódios de agitação, arritmia, taquicardia e até insônia.

A recomendação de excluir da dieta da lactante determinados alimentos para evitar cólicas nos bebês também têm sido cada vez mais frequente e precoce. Alimentos que propiciam a formação de gases, como brócolis e feijão, já são bastante conhecidos na lista dos vilões das cólicas, mas derivados de leite animal e o glúten têm ficado no topo do ranking ultimamente.

“Não há comprovação científica de que determinados alimentos ou grupos alimentares precisam ser excluídos da alimentação da nutriz. Mas a avaliação com nutricionista especializado ajudará a detectar possíveis alimentos que possam estar amplificando essa condição”, indica a nutricionista. “As cólicas nos bebês decorrem da imaturidade do sistema gastrointestinal e sua motilidade, alergias e/ou colonização bacteriana do intestino dessa criança. É uma condição transitória que tende a ser resolvida espontaneamente no decorrer das semanas”, completa.

Existe leite fraco?

O leite materno é o melhor e mais completo alimento para o bebê. Ele possui a distribuição de nutrientes e água em proporções perfeitas. “Mesmo que a mãe não tenha uma alimentação saudável e balanceada, seu leite ainda assim será nutricionalmente completo. Não existe leite fraco ou com pouco nutriente. Mas é importante destacar que tudo o que a mãe consome irá passar para o leite materno por meio de seu sabor e influenciará no desenvolvimento do paladar da criança e, consequentemente, nas escolhas alimentares que este bebê irá fazer a partir do início da introdução alimentar”, alerta Marcela Andrade.

O que não pode faltar na alimentação da lactante?

ÁGUA! Ela é fundamental para o aumento da produção do leite e sua ingestão deve ser aumentada durante o período da lactação. Além disso, estudos apontam que o estímulo ao seio (frequência das mamadas, tempo de sucção, pega adequada) está diretamente ligado ao aumento da produção de leite materno.

 

Dicas para aumentar a produção de leite:

– Permitir o aleitamento materno em livre demanda;

– Realizar a massagem nos seios antes e durante as mamadas;

– Estimular que a mama seque completamente para depois fazer a oferta da outra mama para o bebê;

– Beber bastante água;

– Descansar sempre que possível;

– Se necessário, realize a ordenha manual ou com a bomba após as mamadas ou sempre que houver espaçamentos longos entre as mamadas.

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