Seja após o almoço ou em algum momento mais oportuno, o cochilo pode trazer benefícios à saúde e melhor desempenho para exercer atividades do cotidiano. Em papo com O Otimista, especialista dá dicas do que pode ou não ser feito durante o período de repouso

Danielber Noronha 

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Uma pausa, mesmo que breve, pode ser tudo que muita gente precisa para aguentar o tranco das atividades que preenchem a rotina do dia-a-dia. O famoso cochilo é figurinha presente na rotina de muitos brasileiros e também de outros povos, que não abrem mão do rápido descanso, sob pena de passar o restante do dia com cansaço e sonolência. Contudo, é preciso alguns cuidados antes de colocar a cabeça no travesseiro.

Segundo o médico neurologista Manoel Sobreira, é bastante comum que algumas pessoas enxerguem o período como lugar de reposição de horas privadas de sono. Algo que segundo o especialista não deve ocorrer. “Dormir num período noturno por um tempo maior não é a mesma coisa que tirar cochilos durante o dia. Às vezes, o indivíduo tem uma privação de sono e quer compensá-la com um cochilo diurno”, frisa.

O também professor do Departamento de Medicina Clínica da Universidade Federal do Ceará (UFC) indica que o período não dure mais do que 30 ou, no máximo, uma hora. Em casos onde isso ocorra, o cochilo pode acabar atrapalhando e bagunçando o sono noturno. “É preciso que o cochilo não seja feito várias vezes ao dia, principalmente no caso dos adultos”, ressalta o neurologista. As crianças, pondera, até podem ter uma quantidade maior, mas os adultos devem ter, no máximo, um cochilo após o almoço.

A Sleep Foundation dos Estados Unidos recomenda uma soneca de 20 minutos para cumprir o papel do cochilo. Já um estudo realizado por cientistas da Alemanha, Canadá e Tunísia, publicado na revista Physiology & Behavior, aponta que sonecas de 25, 35 e até 45 minutos reduziram significativamente os sinais de estresse e fadiga em homens fisicamente ativos. Também melhorou os quesitos de atenção e desempenho físico.

Melhora na atenção
Dentre outros motivos, elenca Sobreira, as pessoas percebem uma melhora na disposição e atenção após um cochilo porque o sono noturno não está sendo suficiente. “Alguns indivíduos têm uma privação de sono crônica, que muitas vezes não é percebida, e eles acabam utilizando este período para reduzir essa privação. Por isso que se percebe uma melhora nas funções cognitivas e na atenção”, justifica.

Se ajuda pessoas a lidarem melhor com o sono, pode ser também uma saída de descanso e relaxamento para quem estuda ou trabalha por várias horas a fio. “A interrupção daquela atividade que exige muita atenção por algum período, uma espécie de pausa após longas horas, já ajuda na melhora da capacidade cognitiva. Em se tratando do cochilo, também pode vir nesta perspectiva de compensação e ajudar a melhorar na performance. Tem que tomar cuidado só para não substituir o sono noturno regular por cochilos parcelados ao longo do dia”, complementa.

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Dicas para um bom cochilo 
– Eles devem durar cerca de 30 minutos;
– Cochilos com mais de uma hora não devem ser colocados em prática para não atrapalhar sono noturno;
– Para adultos, o indicado é que seja feito uma vez ao dia, em especial após o almoço;
– Já crianças podem dormir mais de uma vez ao longo do dia.