Tim-Tim! Como o vinho pode ajudar na sua saúde

Muito consumido nesta época do ano, o vinho pode ajudar na prevenção de algumas doenças cardíacas e no processo de envelhecimento das células. Confira alguns dos benefícios que a bebida pode trazer e os cuidados com o exagero    

Naara Vale
naaravale@ootimista.com.br

Na contramão da maioria das bebidas alcoólicas, o vinho é apontado como um aliado da saúde. Quando consumido em quantidades moderadas, além da sensação de bem-estar e promoção da sociabilidade, ele pode ser um amigo do coração e até ajudar na prevenção de doenças degenerativas e do envelhecimento. As substâncias que compõem a bebida guardam os segredos dos benefícios que o vinho pode trazer. “Os vinhos, principalmente os tintos, têm uma substância chamada de resveratrol, que é encontrada na casca das uvas e ela promove o combate aos radicais livres que o nosso corpo produz”, explica o sommelier Renato Brasil, Presidente da Associação Brasileira de Sommeliers – Seção Ceará.

De acordo com o médico cardiologista Flávio Costa, os primeiros estudos associando hábitos alimentares e estilo de vida a doenças ligadas ao coração datam de 1960, quando foi observado que um determinado padrão dietético mais comum na Itália e na Grécia apresentava uma relação de proteção do corpo a determinadas doenças. É o que mais tarde ficaria conhecida como a “Dieta do Mediterrâneo”. Tal dieta também incluía de uma a duas taças de vinho por dia. “Eram de 125 a 150mL em cada taça, não a taça cheia até a borda!”, ressaltao médico.

Segundo ele, recentemente, o Estudo INTERHEART – realizado mundialmente por diversos centros de pesquisa – avaliou mais de 15 mil pessoas infartadas de 52 países diferentes e, dentre outras conclusões, encontrou uma redução de 9% no risco de apresentar infarto entre aqueles que relatavam consumo de leve a moderado de álcool. “O benefício estudado é na redução do risco de apresentar o primeiro infarto ou morte de causa cardíaca” lembra Flávio Costa.

O médico lembra, entretanto, que álcool não é remédio, não deve ser consumido por qualquer pessoa e, principalmente, em quantidades exageradas. Caso contrário, o vinho se torna um vilão e faz o efeito reverso: aumenta os riscos de infartos, arritmia cardíaca, hipertensão e coração crescido. “Quem não bebe álcool, não pode começar a beber por conta desses estudos citados. Ninguém deve prescrever bebida alcoólica para quem não bebe. Isso porque o álcool atua em outros órgãos (cérebro, fígado, estômago etc), podendo trazer malefícios para a saúde como um todo. Portadores de arritmia, pressão alta descompensada ou insuficiência cardíaca não devem ingerir bebida alcóolica”, pontua o cardiologista.

Qual o vinho mais indicado?

Conforme o sommelier Renato Brasil, os vinhos mais benéficos são os tintos, pois possuem uma maior quantidade de resveratrol em sua composição, embora os brancos também promovam a diminuição da pressão sanguínea. “Vinhos das uvas tannat e pinot noir, por exemplo, têm um alto índice de resveratrol”, indica o sommelier. Ele chama atenção também para os cuidados com os vinhos classificados como suaves, pois possuem um alto índice de açúcar residual. “Eles já têm uma quantidade de açúcar que pode causar outros problemas à saúde. Diabéticos, por exemplo, não podem consumir”, diz. “Os vinhos bons para a saúde são os finos, de uvas viníferas, a cabernet sauvignon, malbec, shiraz, tannat”, indica.

A dose correta faz diferença

A medida é feita em “unidades de álcool”. O recomendado é no máximo 14 unidades de álcool por semana (1 unidade =125mL de vinho ou 250mL de cerveja) para homens. Por terem um metabolismo diferente dos homens, as mulheres devem consumir no máximo oito unidades por semana. “Não pode fazer um ‘banco’ de unidades durante a semana e gastar todas no domingo!”, destaca  o cardiologista Flávio Costa.

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