Criada há 20 anos, a Seara da Ciência é um museu interativo, onde aprender é uma diversão para crianças e adultos. Na matéria que encerra a série sobre visitas guiadas, conheça um pouco mais sobre o equipamento
Texto: Naara Vale
naaravale@ootimista.com.br
Foto: Beatriz Bley
Falar em física, química ou biologia é imaginar aquele monte de fórmulas e teorias que só Deus sabe como o ser humano conseguiu chegar até elas. Na Seara da Ciência, museu ligado à Universidade Federal do Ceará (UFC), esses bichos de sete cabeças que enfrentamos na escola viram brincadeira de criança. Nesta quarta matéria da série sobre visitas guiadas, fomos até o Campus do Pici para conhecer mais do museu onde o lema é: “É proibido não mexer”.
Criada há 20 anos, a Seara da Ciência é um espaço de divulgação científica e tecnológica da UFC. Além de funcionar como museu, o órgão realiza cursos, produz peças teatrais de divulgação científica e dispõe ainda de laboratórios e de um observatório astronômico. O local é aberto ao público de segunda a sexta-feira e oferece visitas guiadas para grupos e escolas. Por ano, a Seara chega a receber aproximadamente 30 mil visitantes. Para quem chega sem agendamento prévio, monitores estudantes da UFC e funcionários da casa estão lá para acompanhar e tirar dúvidas.
A visita, no entanto, não tem uma sequência pré-estabelecida. Quem chega é convidado a explorar o salão de exposições, mexer em tudo e a participar dos experimentos. Quando começam a aparecer os porquês é que os monitores entram em ação para explicar o que está acontecendo e atiçar ainda mais a curiosidade dos visitantes. Em dias de visitas agendadas, há ainda um “show de ciências” de cerca de 30 minutos, com experiências realizadas ao vivo para plateia. “A Seara tem o objetivo de despertar nos jovens aquele encantamento. Eles têm que sair daqui pelo menos com uma pergunta: por que esse negócio funciona?”, explica o professor e diretor da Seara, Ilde Guedes.
Tour do conhecimento
Na nossa visita, fomos recebidas pelo professor Marcus Vale, um dos idealizadores do equipamento e que, durante 17 anos, esteve à frente da direção da Seara. Hoje aposentado, ele segue diariamente por ali tocando projetos e mirabolando mais experimentos para a Seara. Nosso passeio começou pelo saguão, onde um grande painel com a caricatura de alguns dos maiores cientistas do mundo nos convida a brincar de descobrir quem foi o responsável por qual descoberta.
Também na entrada, encontramos o memorial do cientista cearense Rodolpho Teófilo e o mascote da Seara, um Angaturama limai, um dinossauro que viveu há 110 milhões de anos na Chapada do Araripe, no interior do Ceará. É ele também que recebe os visitantes já na fachada do prédio. Pertinho dele fica o teatro da Seara, onde são apresentadas peças cujos roteiros se baseiam em temas ligados às ciências. Dali, partimos para o grande salão de exposição.
A interatividade é a característica principal do Salão de Exposição da Seara da Ciência, onde estão cerca de 80 experimentos. Todos eles têm como fundamento leis da física, química, matemática ou mostram o funcionamento de algum tema ligado à biologia, como o corpo humano. Logo na entrada, a primeira coisa a chamar atenção é o esqueleto de 9 metros de comprimento de uma baleia cachalote, que encalhou na praia de Trairi há mais de 10 anos.
Foi por causa dela que a mestranda Viviane César resolveu levar a filha Júlia César, de 5 anos, para visitar a Seara. A baleia, no entanto, quase passou despercebido diante de tantas descobertas que a pequena fez por ali. “Eu vim primeiro sozinha para ver como era e trouxe a Julia para ela conhecer. Algumas coisas ela não entende, mas já é o despertar de uma curiosidade. Está sendo um sucesso”, comemora a mãe.
Um dos encantos de Júlia foi com os canos de pvc que simulam um piano. Cada um deles emite um som de nota musical e possibilita, inclusive, tocar uma música. Os jogos de espelhos que brincam com os ângulos e reflexos e o simulador de um buraco negro também chamaram a atenção da pequena cientista.
Outra atração que atrai os visitantes é a bicicleta que, após começar a ser pedalada, gera energia para que o boneco do Albert Einstein sentado ao lado do ciclista inicie também a sua pedalada, numa demonstração das transformações de energia. No lado externo, o que também parece ser um parquinho infantil nada mais é do que brinquedos que utilizam leis da física para divertir crianças e adultos. A visita vale a pena para todas as idades. No mínimo, você vai sair de lá mais sabido.
Seara da Ciência
Aberta de segunda a sexta, das 8h às 17h. Exceto feriados.
Para grupos é necessário agendamento prévio, que pode ser feito pelo site https://seara.ufc.br/
O acesso é gratuito.
Endereço: Rua Dr. Abdenago Rocha Lima, s/n – Pici, Fortaleza – CE, 60455-320
Mais informações: 3366.9245