Trabalho de restauração realizado em duas obras parietais descobertas no Teatro São José, em Fortaleza, buscam devolver originalidade às peças e mapear o artista responsável por elas. Saiba detalhes do que foi achado até agora, com cerca de um mês de pesquisa
Danielber Noronha
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Um processo minucioso e delicado tem sido realizado no Teatro Municipal São José desde o início do ano. Com aparato específico, cuidado e tempo de pesquisa, restauradores se debruçam na tentativa de revitalizar duas obras encontradas no equipamento situado no Centro de Fortaleza. O restauro está ocorrendo na boca de cena do palco, com o intuito de recuperar duas obras parietais, ou seja, fixadas em parede, diretamente em sua superfície ou em um painel para exposição permanente.
As obras em questão foram identificadas pela Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (Secultfor), por meio da Coordenação do Patrimônio Histórico-Cultural (CPHC), ao lado de uma tela de Vicente Leite, restaurada em 2021. Esta por sua vez, datada do ano de 1923, retornou à casa no dia 3 de novembro do ano passado, realocada logo acima do palco.
Primeiros achados
O processo de restauro, porém, já vem ocorrendo no equipamento desde 2015, conforme explica Diego Zaranza, coordenador de Patrimônio Histórico-Cultural da Secultfor. “Existia um processo em andamento para fazer o restauro da tela central na boca de cena do teatro, de autoria do Vicente Leite, que aparece o São José Carpinteiro, que nomeia o teatro. Em 2018, durante obras de restauro na estrutura física do equipamento, a coordenação achou essas pinturas parietais”, resgata.
Quanto ao trabalho iniciado neste ano, pondera, ainda não é possível saber quem é o autor por trás das obras. Contudo, já se sabe o sobrenome do artista. “Para além de devolver a originalidade da pintura e padrões de coloração, o trabalho envolve a estabilização da pintura e também uma pesquisa, tudo feito de forma sequencial. A única coisa que sabemos é que o sobrenome do artista é Cavalcante. Isto abre um leque para vários outros pintores, a qual estamos investigando”, acrescenta Zaranza.
Ainda segundo ele, a previsão inicial era de que o trabalho nas duas telas fosse encerrado até o fim de janeiro. Contudo, diante do aumento de casos da covid-19 – que acometeu também a equipe envolvida responsável -, o prazo precisou ser dilatado. A nova meta é que as pesquisas sejam concluídas até o próximo dia 17 de fevereiro.
Outros trabalhos
De acordo com o gestor, existem outros processos de restauração ocorrendo em paralelo na Capital cearense. “Tivemos recentemente a reforma das esculturas que fazem parte da Cidade da Criança e também do Passeio Público. Agora, está em andamento o trabalho de recuperação das esculturas da Beira-Mar, do Servúlo Esmeraldo, que são o Interceptor Oceânico e Monumento ao Jangadeiro”, destaca.