“Guerra Civil” estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (18) com Wagner Moura vivendo um jornalista correspondente de guerra. O filme americano convida o público a mergulhar em um futuro distópico onde uma democracia se despedaça em um conflito violento
Sâmya Mesquita
samya@ootimista.com.br
Quão frágeis são as instituições democráticas? Esta pergunta permeia best-sellers, pesquisas acadêmicas e falas de comentaristas políticos na TV. E chega aos cinemas nesta quinta-feira (18) com a estreia do filme Guerra Civil, estrelado por Wagner Moura e Kirsten Dunst.
O longa é dirigido por Alex Garland (Ex_Machina). A história se passa em um futuro não tão distante, quando os Estados Unidos são dilacerados por um conflito interno. Com um presidente de três mandatos em Washington, lutando contra forças separatistas da Califórnia e do Texas, o cenário violento toma conta das ruas em uma rápida escalada, envolvendo os personagens de Moura e Dunst (Homem-Aranha, Maria Antonieta), jornalistas que precisam registrar imagens da guerra. Cailee Spaeny (Priscilla, Jovens Bruxas) e Nick Offerman (Parks & Recreation, The Last of Us) também desempenham papéis-chave.
Guerra Civil levanta questionamentos sobre a ascensão do totalitarismo e a corrupção do poder. Com um enredo distópico que mergulha nas tensões políticas, a promessa é não apenas entreter, através de um cenário digno de um blockbuster, mas também instigar reflexões profundas sobre a política contemporânea. O filme utiliza o jornalismo como fio condutor para uma narrativa que busca apresentar os horrores da guerra de forma mais crua e realista, longe do heroísmo exacerbado e da romantização dos confrontos.
Em entrevista à revista The Hollywood Reporter, Wagner Moura explicou que precisou recorrer aos seus tempos de estudante de Jornalismo. Porém, o papel exigiu ainda mais. “O jornalismo de guerra é outra coisa: as experiências que eles [repórteres] passam nas zonas de guerra são semelhantes ao que acontece com os soldados”, disse. “Para me preparar para este filme, li muitos livros sobre jornalismo de combate e meus amigos me colocaram em contato com algumas pessoas para conversar. […] Aprendi que, principalmente, o tempo passa de maneira muito diferente”, completou.
Com um orçamento generoso de 50 milhões de dólares — o que garantiu investimento em cenas de batalha em locais emblemáticos como Nova York e Washington —, Guerra Civil se destaca como um dos maiores investimentos do estúdio A24 até o momento. O filme busca não apenas recuperar esse montante nas bilheterias, mas também se firmar como uma narrativa de terror contemporâneo em larga escala, como os clássicos Independence Day e O Dia Depois de Amanhã.
O A24 é um dos estúdios de cinema mais festejados do momento nos EUA, que tem em seu repertório vencedores do Oscar como Moonlight, Lady Bird e Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo. E por falar em Oscar, vale lembrar que, em 2016, uma produção sobre jornalismo ganhou o prêmio de Melhor Filme: Spotlight. Resta saber se a narrativa focada na correspondência de guerra também vai ganhar os holofotes nas premiações do ano que vem.
Assista ao trailer:
Serviço
Guerra Civil
Estreia em todos os cinemas nesta quinta-feira, 18 de abril
Classificação indicativa de 14 anos