Deixar ir o que não tem mais serventia, o que não faz mais sentido no presente ou quem não te traz mais alegria é libertador. Praticar o desapego traz benefícios à mente e ainda ajuda a manter a sua vida e seus espaços organizados
Texto: Naara Vale – naaravale@ootimista.com.br
Foto: Edimar Soares
Quantos objetos você tem em casa aguardando o dia em que vai precisar usá-los? Quantas roupas estão no armário esperando o dia em você vai voltar àquele corpo de 10 anos atrás? Quantas pessoas você segue, insistindo em deixá-las na sua vida, mesmo que elas só estejam lhe trazendo sofrimento? Situações como essas podem ser indícios de que está na hora de desapegar.
“Desapego saudável envolve escolhas conscientes do que é necessário ou não ao contexto de vida atual de cada um. Assim, pode-se avaliar o que realmente está sendo somente peso ou uma presença vazia na vida. Seja um objeto, relacionamento ou lugar, exatamente tudo entra na nossa história com um sentido, mas quando perde a relevância pode ser cansativo e até mesmo adoecedor”, explica a psicóloga Ana Rachel Sales.
Segundo ela, ser apegado por si só não traz um dano à saúde mental. A questão é quando esse apego faz com que a pessoa tenha comportamentos e necessidades de manter coisas, relacionamentos ou situações que, em outro momento, foram importantes, mas que no presente não são mais, nos fixando em um passado que já não existe. “É importante eu a gente viva ao máximo o presente”, lembra a profissional.
Desapegar traz inúmeros benefícios à mente e à dinâmica organizacional dos ambientes. Porém, abrir mão de algo ou de alguém requer uma quebra de paradigma, conforme destaca Ana Rachel. “O deixar ir nos remete muito a perder, e somos bombardeados diariamente que não podemos perder. Isso nos leva à ideia de que eu preciso acumular, ter mais e mais. É necessário quebrar esse paradigma, é um processo difícil, mas entender que, se esse desapego é necessário e vai trazer benefícios, ele não é uma perda, é um ganho”, pontua.
Desapegar ajuda na organização
Além de ser libertador, desapegar do que já não lhe serve mais ajuda a manter a mente e os espaços limpos e organizados. “A falta de tempo e outras prioridades do dia a dia acabam fazendo com que as pessoas acumulem coisas sem perceber”, comenta a personal organizer Leidiane Ferreira, da empresa Leide Organiza. O primeiro passo para reverter a situação, ensina, é separar um tempo para fazer uma triagem, e tudo o que está sem uso, duplicado, quebrado ou em excesso tem que ser retirado.
“Durante o processo, vamos nos deparar com itens que têm apelo emocional, e aí entra o que chamamos de desapego. É normal que tenhamos dificuldade de nos desfazermos de algumas coisas mais do que outras, porém, para que se mantenha a ordem, é necessário que seja feito, caso contrário o acúmulo vai continuar acontecendo”, diz a personal organizer. Ela lembra, no entanto, que, antes de sair de desfazendo de tudo o que julga desnecessário para o cliente, age com cautela para compreender os motivos e sentimentos das pessoas em relação a cada objeto.
Confira dicas para organizar seus ambientes:
– De início, é importante refletir se esse lar ou esse ambiente é o que projetou para a sua vida e entender o que realmente te incomoda. Imagine o que seria ideal com os recursos que você tem e o que te faz feliz;
– Retire tudo que não tem mais utilidade (descarte e desapego)
– De tudo o que ficou, separe por categoria ou famílias para que possa quantificar cada item;
– Baseado nas quantidades, espaço e funcionalidade, determine uma casa para cada “família”;
– Identifique: colocar etiquetas facilita no momento das coisas voltarem para o local determinado, independente de quem estiver guardando;
– Abrace a causa! Afinal, não adianta amar o resultado se continuar fazendo tudo como era antes. Lembre-se: resultados diferentes e melhores requerem certa disciplina.
Fonte: @leideorganiza






















