O Palacete Thomaz Pompeu Sobrinho, que completa 95 anos em 2024, está sendo restaurado por 15 estudantes do curso de Conservação e Restauração de Bens Patrimoniais da Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho, equipamento da Secretaria da Cultura do Ceará
Respeitar e entender o passado é a melhor forma de se construir o futuro. Essa premissa nunca foi tão verdadeira, especificamente no bairro Jacarecanga, em Fortaleza. Isso porque os alunos do curso de Conservação e Restauração de Bens Patrimoniais, da Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho (EAOTPS), estão realizando ações de higienização, conservação e restauração das pinturas parietais do histórico Palacete Thomaz Pompeu Sobrinho durante o mês de setembro. As obras decorativas, originais da década de 1920, estão localizadas nas paredes do salão principal e do Ateliê de Conservação da EAOTPS. O processo envolve a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos pelos 15 estudantes, supervisionados por profissionais da área.
As pinturas, que incluem temas florais e detalhes que imitam madeira e mármore, são um dos destaques do Palacete, construído entre 1924 e 1929. Este ano, a edificação completa 95 anos de história. “O casarão é um verdadeiro tesouro para a cidade, e os nossos alunos estão realizando ações para conservar e restaurar as pinturas originais, que são da época da construção”, explica Maninha Morais, gestora executiva da Escola.
O Palacete Thomaz Pompeu Sobrinho, tombado pelo Governo do Estado do Ceará, serviu como residência do engenheiro e intelectual que dá nome ao imóvel até 1967. A edificação reflete a influência da art nouveau italiana, estilo raro na cidade. Tanto que duas grandes restaurações já aconteceram no espaço: a primeira foi em 2002, quando a escola de Conservação e Restauração ainda era chamada de Centro de Restauro do Ceará. E a segunda, em 2006, foi o que tornou possível o funcionamento da EAOTPS no local.
Novas finalidades ao mesmo teto
Os cômodos do casarão foram adaptados para abrigar salas de aula e ateliês, mantendo a originalidade da estrutura. O equipamento ainda oferece cursos voltados para a conservação de bens patrimoniais e promove oficinas sobre ofícios tradicionais cearenses, como xilogravura e bordado. Também mantém uma exposição de longa duração que retrata o estilo de vida dos moradores do bairro Jacarecanga, antiga morada da aristocracia cearense.
As visitas mediadas ao Palacete são abertas ao público, com agendamentos disponíveis de segunda a sexta-feira. Maninha ainda destaca que o casarão permanece preservado graças à iniciativa da Secretaria da Cultura do Ceará, que, em parceria com o Instituto Dragão do Mar, assumiu a gestão do local em 2002. “Esse é um dos poucos casarões que restaram no bairro e estamos felizes por poder contribuir para sua conservação”, afirma.
O trabalho de restauração das pinturas decorativas está previsto para ser concluído no dia 4 de outubro. Mas os frutos futuros de se manter um espaço que preserva a história fortalezense devem ser colhidos por muito mais tempo.
