O fenômeno Taylor Swift! Como a artista com show marcado no Brasil se tornou gigante na música

De menina que escrevia suas próprias músicas e morava em uma fazenda a cantora alcunhada como “o Bob Dylan de nossa era”, Taylor Swift tornou-se a própria indústria da música. Entenda o porquê da grandiosidade de sua obra e o motivo da loirinha arrastar multidões por onde passa

Sâmya Mesquita

samya@ootimista.com.br

Pode parecer que o show de uma artista em um estádio qualquer não cause tanto impacto social, a não ser que você seja um adolescente sem preocupações com trabalho. Mas, segundo a agência Reuters, Taylor Swift foi uma das artistas que impulsionou os 8,7% de inflação no Reino Unido nos últimos 12 meses. Essa inflação pode ser relevante economicamente, mas não se compara com o impacto cultural causado pela loirinha nascida em uma fazenda na pequena cidade de West Reading, Pensilvânia, nos Estados Unidos. A cantora, que recebeu da Times a alcunha de “Bob Dylan de nossa era”, é a própria indústria da música. E há vários motivos para explicar sua relevância.

A artista de talento no violão e na composição começou grande, ainda em Nashville, Tennessee, berço da música country. Seu primeiro álbum homônimo, de 2006, vendeu 39 mil cópias durante a primeira semana quando ainda tinha 16 anos. Seus primeiros CDs ganharam notoriedade não só nas rádios do gênero, mas em todo o território estadunidense. Foi nessa era country, que englobou também o “Fearless” (2008) e “Speak Now” (2010) que Taylor ganhou quatro Grammys, incluindo o de Melhor Álbum. A transição do country ao pop ocorreu de maneira lenta e progressiva, com “Red” (2012), álbum que trouxe a compositora ao Brasil pela primeira — e até então única — vez. Foi dessa época, inclusive, a parceria com a brasileira Paula Fernandes, em “Long Live”.

Fim da inocência

Por ter namorados conhecidos da grande mídia, como Joe Jonas, Taylor Lautner, John Mayer e Jake Gyllenhaal, suas letras sobre términos acabaram por ganhar as redes sociais. Isso lhe conferiu o título de “namoradeira”, questionado pela própria na revista britânica Glamour, em 2013. “Se você chega a um ponto na carreira no qual as coisas vão muito bem, o público precisa de um ‘é, mas’. É tipo ‘é, mas ela sai com muitos caras’ ou ‘é, mas ouvi dizer que ela é meio maluca’. Acho que isso tem a ver com o fato de eu ser mulher”, disse, à época. Esse pensamento foi essencial na construção de sua era pop, que começou no “1989” (2014).

Mas polêmicas ainda mais fortes estavam por vir. Em 2016, o rapper Kanye West escreveu uma música de teor sexual ofensiva sobre Taylor, a partir de um desentendimento entre os dois no palco do Video Music Awards (VMA), ainda em 2009. A subsequente chuva de comentários ofensivos contra Taylor, chamando-a de cobra, foi o estopim para a era “Reputation” (2017), que marca a quebra da imagem de boa moça. A “Reputation Tour”, que sucedeu o álbum, se tornou a mais bem sucedida dos EUA, arrecadando US$ 191 milhões.

A partir daí, teve processo de assédio sexual, em que Taylor ganhou um dólar de um radialista; briga com plataformas de streaming, como Spotify, que pagam pouco aos artistas; e disputa com Scooter Braun, seu ex-empresário, que vendeu os direitos de todas as músicas da cantora. Taylor bateu de frente com a indústria da música e a reformulou. As regravações de “Fearless” e “Red”, feitas para reaver o direito sobre suas próprias composições, alcançaram a Billboard Hot 100 como se fossem faixas inéditas.

Por mais que tenha achado que sua carreira não seria grandiosa depois dos 30 anos, como lamentou no documentário “Miss Americana” (2020), a imposição de Taylor no mercado da música garantiu o sucesso de álbuns como “Lover” (2019), “Folklore” e “Evermore” (2020). E apesar de ter ganhado o título de artista da década passada, segundo o American Music Awards (AMA), a década seguinte promete ainda mais conquistas. Isso porque o “Midnights” (2022), seu décimo álbum de estúdio, vendeu 1,6 milhão de cópias físicas só em sua primeira semana de lançamento. Nesta sexta-feira (7) será o lançamento de “Speak Now – Taylor’s Version”. E a “The Eras Tour”, que já é sucesso de bilheteria em diversos países, promete ser a mais bem sucedida de sua carreira. E os seis shows no Brasil, em novembro, são prova disso.

Top 10 músicas indispensáveis de Taylor Swift

1. All Too Well (10 Minute Version) (Taylor’s Version)
2. Anti-Hero
3. The Man
4. Love Story
5. cardigan
6. willow
7. Enchanted
8. Tim McGraw
9. Blank Space
10. Look What You Made Me Do

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