“O Agente Secreto” conquista dois prêmios no Festival de Cine de Lima, no Peru

O cinema brasileiro brilhou mais uma vez no exterior. Na noite de domingo (17), “O Agente Secreto”, novo longa de Kleber Mendonça Filho (“Bacurau”), venceu duas categorias no 29º Festival de Cine de Lima (PUCP), no Peru: Melhor Filme do Júri Oficial e Melhor Filme pelo Júri da Crítica Internacional.

Na justificativa da escolha, o júri oficial destacou o impacto estético e político da obra: “Pelo impacto visual, sonoro, autoral e de desenho de produção que incorpora de forma brilhante elementos de gêneros inesperados iluminando tempos traumáticos da história política e social do Brasil, o jurado outorga por unanimidade o prêmio de Melhor Filme”.

Em vídeo enviado ao festival, Kleber celebrou a conquista, lembrando que este longa dialoga diretamente com “Retratos Fantasmas” (2023), também premiado no evento. “’O Agente Secreto’ é um irmão mais novo de outro filme que realizei há dois anos e que tive a mesma honra de ser premiado. Estou muito honrado”, disse. Esta já é a terceira vitória do cineasta no festival: “Bacurau” venceu em 2019 e “Retratos Fantasmas”, em 2023.

A crítica internacional também ressaltou o domínio narrativo do diretor: “Por seu domínio magistral de cena que recupera uma época de resistência e clandestinidade, com o uso cinéfilo de distintos gêneros, sempre com uma narração ágil que reúne suas preocupações artísticas e políticas”. Para Kleber, o reconhecimento tem um sabor especial. “O prêmio da crítica pra mim é muito especial. Durante 13 anos da minha vida, fui crítico e foram anos muito importantes para minha relação com o cinema e com o meu país. É uma grande honra, estou muito emocionado. Muito obrigado”, afirmou em novo vídeo.

Ambientado na década de 1970, “O Agente Secreto” acompanha Marcelo (Wagner Moura), professor universitário perseguido pelo regime militar, que foge de São Paulo para Recife. Lá, descobre estar sob vigilância dos próprios vizinhos. O elenco reúne nomes como Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Alice Carvalho e Udo Kier.

O longa já havia sido destaque em Cannes, onde conquistou quatro prêmios — incluindo Melhor Ator para Wagner Moura, tornando-o o primeiro brasileiro a receber a honraria. Kleber Mendonça Filho também fez história ao vencer o prêmio de Melhor Direção, feito que não acontecia desde Glauber Rocha, em 1969.

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