Morre aos 99 anos Berta Loran, sobrevivente do Holocausto e referência do humor brasileiro

A atriz e comediante Berta Loran, ícone da televisão e do teatro nacional, morreu na noite de domingo (28), aos 99 anos. Conhecida por suas participações marcantes em “A Escolinha do Professor Raimundo” e “Zorra Total”, a artista estava internada havia dez dias em um hospital particular na zona sul do Rio de Janeiro. A causa da morte não foi divulgada.

Nascida Basza Ajs, em Varsóvia, na Polônia, em 1926, Berta chegou ao Brasil aos nove anos, fugindo com a família judia do Holocausto. Foi no Rio de Janeiro que descobriu a vocação artística, formando dupla com a irmã em apresentações em clubes da comunidade judaica. A carreira deslanchou nos anos 1950, no teatro de revista, e logo migrou para a televisão, onde se consolidou como uma das pioneiras do humor.

Na Globo, foi contratada a convite de Boni e brilhou em atrações como “Balança, Mas Não Cai” (1968), “Faça Humor, Não Faça Guerra” (1971–1973) e “Chico Total” (1996). Ao lado de Chico Anysio, Jô Soares e Renato Corte Real, ajudou a modernizar o estilo da comédia televisiva, com interpretações mais naturais e realistas. Também integrou o elenco de novelas e minisséries, entre elas “Amor com Amor se Paga” (1984), “Chiquinha Gonzaga” (1999), “Cordel Encantado” (2011) e “A Dona do Pedaço” (2019), seu último trabalho na TV.

A despedida de Berta Loran será nesta terça-feira (30), a partir das 8h, na Sociedade Religiosa Israelita Chevra Kadisha, no Rio de Janeiro. O enterro ocorrerá no Cemitério Israelita de Belford Roxo, na região metropolitana. Nas redes sociais, artistas como Miguel Falabella, Fátima Bernardes, Emilio Orciollo Netto e Ary Fontoura lamentaram a perda, destacando o talento, a inteligência e o legado da atriz, que completaria 100 anos em março de 2026.

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