Misturando suspense policial com fantasia, a nova série brasileira “Cidade Invisível” estreia nesta sexta-feira (5/2), na Netflix. A produção é dirigida por Carlos Saldanha e protagonizada Marco Pigossi e Alessandra Negrini
Naara Vale
naaravale@ootimista.com.br
Saci-pererê, boto cor-de-rosa, iara, cuca e curupira são nomes familiares para você? Certamente, em algum momento da sua infância, eles fizeram parte do seu imaginário, trazidos pelos livros como personagens caricatos do folclore brasileiro. A partir desta sexta-feira (5/2), eles voltam a ganhar destaque no imaginário popular através das telas da Netflix, com a estreia da série “Cidade Invisível”, do diretor Carlos Saldanha.
Com sete episódios, a série é ambientada no Rio de Janeiro e acompanha a história de Eric (Marco Pigossi), um policial ambiental em busca de respostas para os mistérios que envolvem o falecimento de sua esposa, uma antropóloga e ativista dos direitos ambientais, morta durante um incêndio ambiental criminoso. O enredo tem como ponto de partida o aparecimento de um boto cor-de-rosa (animal visto somente na região amazônica) em uma praia da capital fluminense.
Se inicialmente o encalhe do boto na praia carioca, o incêndio e a morte da esposa não parecem ter ligação, aos poucos, Eric começa a perceber que eles fazem parte de uma mesma trama, que vai levá-lo a viver entre o mundo real e uma cidade invisível habitada por seres fantásticos.
Ao contrário do formato caricato que ganharam em livros como os de Monteiro Lobato, em “Cidade Invisível”, os personagens folclóricos ganham vida através de pessoais reais, interpretados por atores e atrizes como Alessandra Negrini, Jéssica Córes, Fábio Lago, Wesley Guimarães e José Dumont. Nomes como Manu Diegues, Julia Konrad, Victor Sparapane e Áurea Maranhão também estão no elenco da produção da Netflix.
A atriz Alessandra Negrini – que em entrevista ao UOL contou que aceitou o convite para participar da série sem nem ler o roteiro, apenas por saber que a criação era de Saldanha – interpreta Inês, uma espécie de chefe das entidades folclóricas, dona de poderes misteriosos, como a Cuca, personagem da cultura popular.
“Saldanha fez uma releitura do folclore brasileiro e esses seres estão vivendo um tanto perdidos em meio à cidade”, descreveu a atriz. Segundo ela, apesar de serem naturais da floresta, os seres “precisam se refugiar em algum lugar seguro na cidade e esse espaço é o lugar (casa) da Inês, que ampara esses seres, uma feiticeira muito poderosa, uma grande mãe”.
Embora tenha um enredo baseado em um suspense policial misturado com fantasia, a série vai além ao utilizar personagens do folclore para enaltecer a cultura popular brasileira e abordar temas relevantes como a preservação ambiental e as relações humanas.
O diretor
A nova série da Netflix é um marco na carreira de Carlos Saldanha. Além de ser o seu primeiro grande trabalho com live-action (feito com atores reais), Cidade Invisível marca a estreia do diretor brasileiro na direção de séries e também nas plataformas de streaming.
Além do roteiro instigante assinado por Mirna Nogueira, a grande expectativa do público pela produção vem exatamente do peso que carrega o nome de Carlos Saldanha. Radicado em Nova York há 30 anos, o diretor tem no currículo duas indicações ao Oscar – uma delas com a animação “O Touro Ferdinando” –, além de ter dirigido as franquias animadas “A Era do Gelo” e “Rio”.
Serviço
Cidade Invisível
Nova série nacional da Netflix, com Marco Pigossi e Alessandra Negrini
Direção de Carlos Saldanha
Estreia nesta sexta-feira (5/2)
Trailer:
