Uma das principais atrações do Plantão Festival, o cearense Matuê fala sobre como sonhos antigos resultaram na criação do seu próprio evento, que chega à segunda edição neste fim de semana
Aflaudísio Dantas
aflaudisio@ootimista.com.br
Não é exagero dizer que, ao subir ao palco do Plantão 2024, nesta sexta-feira (19), no Marina Park Hotel, Matuê estará realizando mais um sonho em sua carreira e se reconectando com seu passado. O festival, que chega à sua segunda edição, é a materialização de aspirações que o fenômeno cearense do rap e trap teve ao longo da vida, segundo o artista conta, em entrevista ao Tapis Rouge. O repertório que o público ouvirá é um apanhado do que aos olhos de Matuê, é o mais sagrado na sua trajetória. Daí o nome do espetáculo ser Matuê DAZANTIGA. O festival Plantão é uma realização da 30PRAUM, produtora que o artista mantém com sua sócia, Clara Mendes.
Ao menos 30 mil pessoas são esperadas na segunda edição do festival Plantão, superando as 20 mil pessoas do evento anterior. Um sonho antigo nascido a partir das experiências pessoais de Matuê em outro grande evento – hoje extinto – que ajudaram a fomentar o artista. “Eu cresci indo para o Ceará Music, no Marina, vendo as grandes bandas tocarem ali. E aquilo acabou e eu fiquei sentindo falta disso”, afirma. Não é coincidência o Plantão ser realizado no mesmo local.
Os sonhos de Matuê surgem na mesma intensidade que seus versos. Enquanto alinha os últimos detalhes do Plantão, sua menina dos olhos, ele vislumbra novos caminhos a explorar. “É algo que me chama a atenção e resolvo tomar como um desafio. Nos últimos anos isso anda acontecendo muito. Eu percebo a oportunidade, vejo alguma coisa que é possível ser feita, aí vou lá e faço”, explica com a segurança que só um sonhador bem-sucedido na vida é capaz de ostentar.
É claro que esses novos caminhos desembocam em trabalho novo. Matuê prepara um novo álbum, onde está fazendo um trabalho artesanal, assumindo todas as etapas artísticas do processo de criação. “Eu tenho evoluído e passado muito mais tempo em estúdio, trabalhado muito mais a parte de produção musical. Já não estou mais trabalhando com instrumental de outras pessoas. Estou colocando a mão na massa, tocando a guitarra e tocando os baixos, tem muita coisa orgânica no novo disco”, detalha.
“Teve muita coisa que e já sonhei e concretizei. Mas tem muita coisa que aconteceu e que eu não tinha chegado nessa parte do sonho ainda, não tinha parado para sonhar com isso ainda, sabe?!”. Outro grande ato nesse mosaico de sonhos impossíveis está reservado para setembro. No dia 13, Matuê subirá ao palco Mundo, do Rock in Rio, juntamente com Teto e Wiu, para um show que promete ser histórico, num dia em que o festival de música mais importante do mundo dedicará inteiramente ao rap.
Investimento milionário
A organização da segunda edição do Plantão está pensando grande. Para atingir a meta de ao menos 30 mil pessoas presentes no festival, a 30PRAUM, produtora de Matuê e Clara Mendes realizou investimento de R$ 5 milhões.
Trata-se de confiança num evento com a promessa de ser longevo, e com a missão de manter acesa a chama do rap e do trap no Nordeste. “O maior desafio é convencer possíveis parceiros, que vale a pena, que vai dar certo, que pode confiar. A gente não ia colocar cinco milhões na mesa sem ter a certeza de que isso ia virar no longo prazo”, afirma Clara Mendes.
O evento contará com uma mistura de nomes consagrados na cena, com outros que estão em ascensão. Atrações como Djonga, WIU, Teto, Major RD, Derek, Slipmami e Borges estão entre os nomes. “O line-up precisa, de alguma forma, refletir o cenário do rap. Além dos grandes nomes, quisemos trazer a representatividade das minas e da rapaziada local”, explica Matuê, que junto de Clara, fez a curadoria.
Para viabilizar algo dessa magnitude foi preciso inventividade e ousadia, marcas que Matuê carrega ao longo de sua trajetória. “O marketing que fizemos em Máquina do Tempo (o primeiro álbum do artista), por exemplo. Eu pintei a fachada do prédio lá em São Paulo. Todo mundo falou que eu era doido, que era pandemia e que não tinha ninguém na rua. Quem ia ver? É muito essa visão, as vezes arriscada, vamos testar, vamos meter uma ideia doida, algo que chame a atenção e as vezes a parada encaixa, funciona”, ressalta. Máquina do Tempo quebrou o recorde de melhor estreia no Spotify, totalizando 4,6 milhões de reproduções na plataforma nas primeiras 24 horas, e tornou-se o primeiro disco do rap nacional com cinco músicas acima de 100 milhões de execuções.
Serviço
Plantão 2024
19 e 20 de abril
Marina Park (Av. Presidente Castelo Branco, 400, Moura Brasil –
Fortaleza/CE)
Atrações:
Sexta-feira, 19 de abril: Matuê, WIU, Teto, Major RD, KayBlack, TZ da
Coronel, Azzy, Leviano e Guto.
Sábado, 20 de abril: 30PRAUM (Matuê, WIU e Teto), Djonga, Veigh, Cone
Crew, Derek, Slipmami, Borges, Arthurzim e Vino convida Danzo
Vendas em www.seutickets.com.br ou Loja RioMar Fortaleza – Piso E1 (na
entrada da Rua Desembargador Lauro Nogueira)
Outros eventos do fim de semana
Simone celebra 50 anos de carreira, amanhã (20), no Iguatemi Hall
Paulo Ricardo e Barão Vermelho, amanhã, no estacionamento do RioMar Fortaleza (Leia mais na página 15)
Banda Sargento Pimenta, hoje (19), no Terrazo Shopping
Circo Zanni, sábado e domingo (21), no Teatro RioMar Fortaleza
Viajando com Tapetes Contadores, de hoje a domingo, na CAIXA Cultural Fortaleza
Espetáculo Peter Pan, domingo, no Teatro Nadir Papi Saboya