A artista plástica Jú Possa marcou presença na primeira edição da DW! Semana de
Design de Brasília com a série inédita “Concreto Sensível”. Com curadoria de Renata Crispim, da Chez Salete, e Eliene Lucindo, a exposição apresentou uma leitura íntima dos monumentos de Brasília no evento, que aconteceu entre os dias 9 e 13 deste mês.
Mais do que formas icônicas, a artista revelou com o trabalho o que vibra por trás da arquitetura: memória, silêncio e emoção. “Brasília se transforma em paisagem afetiva: uma cidade planejada que pulsa como matéria viva e sensível”, define Jú. Sob sua espátula, o concreto ganha fluidez e os traços modernistas são ressignificados
em camadas de cor e gesto. A série é composta por cinco obras: Onze Vozes, Urgência, Cúpulas, Escolhida e Ligação, onde o silêncio pesa e a palavra se torna matéria plástica.
Além da série, Jú apresentou sua mais recente criação, “Alma em Festa”, que traduz de
forma plena sua linguagem. Sua técnica, construída dia após dia, tornou-se uma
assinatura, quase como um vitral contemporâneo. As cores se justapõem em
transparências e densidades, criando um efeito tridimensional que convida o
espectador a atravessar pausas, texturas e delicadas rupturas. “Cada obra é uma
janela sensível que refrata luz, tempo e silêncio”, explica Jú.
Durante o talk, mediado por Renata Crispim e Eliene Lucindo, Jú compartilhou seus
rituais criativos e a escolha da tinta óleo como meio de expressão: “Desde meus 12 anos eu vivi a arte através de desenhos, pinturas, moda, mas foi na tinta óleo que me encontrei. A técnica mais demorada me permite refletir, esperar a tinta secar para sobrepor as camadas e deixar a criatividade surgir dia após dia. Além disso, a tinta óleo é eterna”, destacou a artista.
Renata Crispim, curadora e proprietária da Chez Salete, celebrou o encontro com a obra de Jú: “Fui surpreendida pela explosão de cores, pela textura e pela sensibilidade de cada
trabalho. Há muita feminilidade nas obras, uma delicadeza que convive com força.” A conversa contou ainda com a participação de Renata Andrade, que trouxe insights
sobre o comportamento atual e como ele converge para experiências que unem moda
e obra de arte: “As obras da Jú são um convite a sentir. É como se cada tela tivesse uma pulsação própria, uma vibração que conecta memória e emoção”, comentou Renata.
Eliene Lucindo, responsável pelas ativações da Chez Salete durante a DW também
comentou: “A força e a emoção presentes nas obras da Jú são inspiradoras. Cada tela é uma experiência sensorial que transforma o olhar de quem se aproxima.” A participação de Jú Possa na DW! Brasília reforça a potência da arte e sua capacidade de dialogar com o design, a arquitetura e a sensibilidade contemporânea.