Reconhecido internacionalmente, José Guedes encerra as comemorações de seus 50 anos de arte com nova exposição de obras inéditas que ressaltam sua evolução artística. O lançamento acontece nesta quinta, na Casa D’Alva
Sâmya Mesquita
samya@ootimista.com.br
Alguns dizem que ser artista é ter originalidade. Outros que é necessário acompanhar as tendências de sua época. E há até quem diga que artista é aquele que vende. Mas, e se juntarmos todas essas qualificações em um único nome? O cearense José Guedes é um deles, que há 50 anos vem levando sua versatilidade aos quatro cantos do globo.
Encerrando as comemorações pelo cinquentenário de carreira, o multiartista realiza uma exposição de obras inéditas, que será inaugurada nesta quinta-feira (30), às 18h, na Casa D’Alva. Intitulada José Guedes 50 Anos de Arte, a curadoria reúne 50 trabalhos feitos nos últimos dois anos, em formato de 50 x 50 cm. Mais que uma amostra de suas diversas fases criativas, as obras representam o aprendizado de Guedes ao longo de sua trajetória.
Ao Tapis Rouge, ele fala das peças apresentadas na Casa D’Alva, galeria no bairro Aldeota que homenageia sua mãe. “Minha produção é muito ampla e muito vasta. Para você ter ideia, essas exposições todas que eu fiz por lá [na Europa e América Latina] praticamente não repetem trabalhos”, aponta.
“Ao invés de fazer uma retrospectiva, que seria uma coisa muito capenga e pouco representativa, vim fazer obras inéditas. A produção não só é uma síntese do que eu fiz, mas uma depuração do que eu fiz. Eu foquei várias vertentes do meu trabalho”, analisa.
A exposição reúne diversas séries, que exemplificam a maturidade de sua produção: Deslocamentos, MADI e Neoplasticismo, A Propósito do Quadrado, Doll e Celestiais.
A exposição fica em cartaz até janeiro de 2024, quando o livro José Guedes: 50 Anos de Arte, organizado pelo curador equatoriano Hernán Pacurucu, será lançado. A obra de 250 páginas conta com registros das aventuras de Guedes pelo mundo, especialmente nos últimos anos de consagração internacional.
Trajetória
Nascido em Fortaleza, José Guedes começou a pintar nos anos 1970. De lá para cá, recebeu lições de mestres como Aldemir Martins e Roberto Galvão. Guedes diz que eles foram de essencial importância para que seguisse seu caminho artístico, em uma época em que, segundo o multiartista, as pessoas se ajudavam mais. “Eu acho que eu não teria tido a motivação para continuar trabalhando se não fosse por conta dessa do incentivo”, reflete.
José levou a qualidade da produção cearense a países como Espanha, Hungria, Equador, Chile e, mais recentemente, Polônia. Curadores renomados organizaram suas exposições ao longo dos últimos anos. Destacam-se Zsuzsa Dardai, Nilo Casares, Victor Hugo Bravo, Denise Mattar e Hernán Pacurucu.
Hoje, Guedes aconselha quem se inspira em seu trabalho. “O artista tem que ser refém da sua liberdade criativa. Mas não pode virar refém da técnica. Precisa estudar muito e ter sempre a cabeça aberta para aprender. Porque quando você acha que já sabe, aí você não vai adiante”.
Serviço
Exposição “José Guedes 50 Anos de Arte”
Casa D’Alva. R. João Brígido, 948, Aldeota.
Estreia nesta quinta-feira (30), às 18h
Visitação de segunda a sexta das 10h às 19h e sábado das 10h às 14h.
Informações pelo Instagram @casadalvavirtual