Giovana Bezerra detalha a concepção do show Mulheres do Brasil e projeta próximos passos da carreira

A voz inconfundível da cantora Giovana Bezerra tomou conta do Teatro RioMar Fortaleza neste fim de semana. Homenageando importantes vozes femininas da música brasileira, a artista apresentou nova edição do show “Mulheres do Brasil”. Em conversa exclusiva com o Tapis Rouge, Giovana dividiu detalhes acerca do espetáculo, além de compartilhar reflexões sobre carreira, maternidade e projeto futuros

Onivaldo Neto
onivaldo@ootimista.com.br

Celebrando o legado e a arte de grandes artistas brasileiras, Giovana Bezerra lotou, neste fim de semana, o Teatro RioMar Fortaleza com a segunda edição do show “Mulheres do Brasil”. Clássicos imortalizados nas vozes de Gal Costa, Elis Regina, Maria Bethânia, Alcione, Rita Lee, Beth Carvalho, Marina Lima, Marisa Monte, Cássia Eller, e muitas outras, ganharam vida através do talento e do corpo da cearense, embalando e emocionando o público presente. Além de um repertório inédito, com arranjos sensíveis e marcantes, a noite também contou com participações especiais, como a do cantor Marcos Lessa.

Em entrevista ao Tapis Rouge, Giovana revela que preparou uma nova abordagem para a edição de 2025 do show, priorizando novas decisões artísticas. “O espetáculo anterior foi um pouco mais cru no sentido de elementos. Então, eu quis fazer essa segunda versão trazendo a história para mim, nas minhas referências, tanto que o espetáculo começa como se eu estivesse chegando na minha casa e o público estivesse dentro dela. Tudo se passa como se fossem minhas memórias, até culminar na minha própria música, fruto dessas raízes. Então, eu venho muito mais madura, muito mais consciente dessas histórias e muito mais visceral”, detalha a artista.

O repertório da apresentação também foi repaginado para o espetáculo atual. Diferente do show apresentado em 2023, que trazia muitas músicas que a cantora já ouvia em seu cotidiano, desta vez brilharam canções que ela costuma ouvir pouco, mas que a tocam de alguma forma. “Eu quis homenagear essas mulheres de diferentes épocas, de diferentes estilos. Por exemplo, eu quis muito celebrar a Marília Mendonça, que marcou muito e continua marcando as pessoas. Além dela, também quis homenagear cantoras da rádio que abriram portas para as mulheres nesse sentido aqui no Brasil, como Dolores Duran, Carmen Miranda, Dalva de Oliveira. Foi surpreendente, acho que as pessoas não esperavam que eu fosse trazer esse repertório nesse sentido. Então teve uma receptividade muito boa”, comenta a cearense.

Maternidade

Entre o primeiro “Mulheres do Brasil” e o deste fim de semana, a vida de Giovana mudou completamente. Quando estreou o projeto, em 2023, ela estava grávida do pequeno João, que hoje tem pouco mais de um ano de vida. Conforme a cantora, a presença do filho mudou não só a sua visão artística, como o seu olhar para a vida, contribuindo ainda para a composição da sua primeira canção autoral. “[a maternidade] faz a gente ter um olhar muito mais direcionado para o que realmente importa. A gente se liberta de alguns medos e de buscar ser 100% perfeito. Isso culminou, para mim, justamente na primeira canção que eu compus, que eu cantei no show. Ela se chama ‘Teu Canto Aqui’”, divulga.

Com lançamento marcado para novembro nas plataformas digitais, a música, produzida e mixada por Lucas Guterres do estúdio Magnolia, é uma de várias composições escritas por Bezerra, como ela mesmo expõe. Quando meu filho nasceu e a composição de ‘Teu Canto é Aqui’ surgiu na minha cabeça, foi a primeira vez que levei até o final e coloquei para frente [o lançamento de uma canção autoral]. Eu sei que essa força veio dele também. Então, para mim o maior diferencial foi esse, de fato. Ter essa força, a determinação de levar para frente as coisas e de não se importar tanto com coisas pequenas.

Carreira e planos

Tendo iniciado nos palcos ainda na infância, Giovana transitou por diversas áreas artísticas. Durante muitos anos, foi bailarina e chegou a competir em torneios de dança. Paralelamente, dedicava-se ao canto, embora não acreditasse ter o mesmo talento para a música que demonstrava na dança. Essa percepção, no entanto, não durou muito. Em 2018, ela decidiu deixar a carreira de advogada e mudou-se para o Rio de Janeiro para integrar o musical de Miguel Falabella, “Homem de La Mancha” – passo que deu vazão definitiva ao seu sonho nas artes. Hoje, Giovana celebra não apenas a atuação nos palcos, mas também a liberdade de imprimir sua identidade em cada detalhe de seus projetos.

Estou chegando finalmente no ponto que eu queria chegar, que é poder fazer mais shows em teatros. Esse show [“Mulheres do Brasil”] eu criei com um diretor artístico e ajuda de pessoas, mas a concepção foi minha. Em todo ponto do show tinha um dedo meu, desde as imagens ao repertório, destaca.

Esse protagonismo criativo, que hoje a artista assume com segurança, também abre caminho para novas etapas de sua carreira. Além de subir aos palcos com novos espetáculos, que devem estrear em junho ou julho de 2026, Giovana está ampliando seu repertório e explorando ainda mais sua veia autoral. “Já estou preparando mais quatro canções autorais para lançar um EP e tem um projeto de shows para o ano que vem também, inclusive para rodar em outros lugares. Um dos shows será em parceria com um cantor que é muito meu amigo, mas que eu ainda não posso falar. Também vai ter um show menorzinho que vai envolver canções autorais e um maior, mais ou menos como o ‘Mulheres do Brasil’, mas vai ser outro tema”, projeta.

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