O filme cearense Estranho Caminho, de Guto Parente, está entre os seis longas-metragens pré-selecionados pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais para concorrer a uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar 2024. O anúncio dos finalistas na disputa foi feito nesta terça-feira (5).
Além do filme de Parente, concorrem à indicação: “Noites Alienígenas”, de Sergio de Carvalho; “Nosso Sonho – A história de Claudinho e Buchech”, de Eduardo Albergaria; “Pedágio”, de Carolina Markowicz; “Retratos Fantasmas”, de Kleber Mendonça Filho; e “Urubus”, de Claudio Borrelli.
Ao todo, 28 longas foram habilitados a concorrer à vaga, 22 não passaram pela primeira peneira. Na próxima terça-feira (12) será escolhido, entre os seis pré-selecionados, o filme que representará o Brasil na disputa por uma vaga no Oscar.
A Comissão de Seleção deste ano é formada por Affonso Beato, Alessandra Krueger, Andre Carreira, Ane Siderman, Carlos Alberto Mattos, Cecilia Amado, Clarisse Goulart, Cristiana Rodrigues Cunha, Diane Maia, Estevão Ciavatta, Fernanda Parrado, Gabriel Martins, Hsu Chien, Ilda Santiago (presidente), João Vieira Jr., Magali Wistefelt, Michel Tikhomiroff, Renato Barbieri, Sol Moraes, Tatiana Carvalho Costa, Virginia Cavendish e Walter Lima Junior.
Um filme já premiado
“Estranho Caminho” se destacou como o grande vencedor do Festival de Tribeca, em Nova York, no último mês de junho. Ao todo, a produção conquistou quatro vitórias: Melhor Cinematografia para Linga Acácio; Melhor Roteiro para o cearense Guto Parente; Melhor Performance para o protagonista Carlos Francisco e Melhor Filme, categoria mais disputada do prêmio.
Em julho deste ano, Guto Parente concedeu uma entrevista ao O Otimista, nas Páginas Vermelhas, falando sobre desafios de fazer cinema no Ceará. “Acho que temos muito espaço para conquistar ainda. Tanto de visibilidade e destaque fora quanto dentro do nosso próprio estado e país. Enquanto nós mesmos não valorizarmos a nossa produção cultural como ela deveria ser valorizada, estaremos sempre reféns da legitimação do olhar estrangeiro. Mas vejo com otimismo esse momento e o que vem pela frente”, disse o cineasta, quase antevendo o sucesso vindouro.

O filme conta a história de David, um jovem cineasta que retorna à sua cidade natal, Fortaleza, e se depara com o rápido avanço da pandemia de Covid-19. Em busca de seu pai, com quem não tem contato há mais de uma década, David se envolve em situações misteriosas e perturbadoras. O filme, descrito como um drama fantástico, foi produzido pela Tardo Filmes e teve sua realização viabilizada por recursos da Lei Aldir Blanc Ceará.