Festival Varilux de Cinema Francês começa nesta terça-feira e traz a Fortaleza filmes premiados e séries

Festival Varilux de Cinema traz 19 filmes e celebra os 400 anos de Molière, a partir desta terça-feira (21), nos cinemas de Fortaleza. Títulos de diretores premiados são destaques da programação 

Lucas Braga
lucasbraga@ootimista.com.br

A 13ª edição do Festival Varilux de Cinema Francês chega a Fortaleza nos cinemas Cinépolis Rio Mar, Cinema do Dragão e o Cineteatro São Luiz a partir desta terça-feira, 21. A vasta programação com 17 filmes inéditos e dois clássicos segue até o dia 6 de julho.

Entre os destaques, homenagens a um clássico da cinematografia francesa, “O Papai Noel é Um Picareta”, de Jean- Marie Poiré; e aos 400 anos de nascimento de Molière, um dos maiores nomes da dramaturgia, com o filme “As Aventuras de Molière”, de Laurent Tirard e Ariane Mnouchkine.

Emmanuelle Boudier, curadora e idealizadora do Festival Varilux, destaca que, graças à vacinação, o perigo da pandemia está se afastando. Consequentemente, o público está mais confiante para voltar às salas de cinema.

“Sabemos e entendemos que os espectadores possam estar um pouco receosos ainda, mas acreditamos que a qualidade e a diversidade da nossa seleção vão convencê-los de voltar a ter essa experiencia mágica única do telão”, convida.

Justificada pelas mudanças do consumo audiovisual, conforme a produção, o Festival Varilux também terá pela primeira vez uma mostra de sete séries francesas inéditas: “Cheyenne e Lola”, “As Sentinellas”, “Jogos do Poder”, “O que Pauline não diz”, “Ópera”, “Síndrome E” e “A Corda”.

Após o festival, as séries serão disponibilizadas gratuitamente via streaming. “O mundo está mudando e o mundo das imagens junto com ele. A pandemia acentuou a tendência de consumir produções no sofá, sob demanda”, completa Emmanuelle.

Títulos 

Na seleção dos inéditos desta edição, com temáticas variadas e gêneros como comédia, drama, suspense e romance, estão produções de diretores aclamados internacionalmente e já conhecidos do público brasileiro como François Ozon (Peter Von Kant), Cédric Klapisch (O Próximo Passo), Asghar Farhadi (Um Herói; filme vencedor do Grand Prix no Festival de Cannes) e Louis Garrel (Um Pequeno Grande Plano).

Estão ainda obras premiadas como “O Acontecimento”, de Audrey Diwan, vencedora do Leão de Ouro de melhor filme no Festival de Veneza em 2021; Contratempos, de Eric Gravel, vencedor dos prêmios de Melhor Diretor e Melhor Atriz (Laure Calamy) no Festival de Veneza; O Destino de Haffmann, de Fred Cavayé, vencedor nas categorias Melhor Atriz e Melhor Filme (Prêmio do Público) no Festival du Film de Sarlat.

“Estamos sempre atentos para trazer para o festival obras de qualidade e com diversidade de temas. Sabemos que o público quer rever seus atores e diretores preferidos, mas também conhecer as novas revelações”, acrescenta Christian Boudier, codiretor e cocurador do festival.

Seleção de filmes

O diretor François Ozon estará representado com o filme “Peter Von Kant”, que abriu em fevereiro último o Festival de Cinema de Berlim e concorreu ao Urso de Ouro. Baseado em “As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant”, obra-prima do cineasta alemão Rainer Werner Fassbinder, o longa traz a história amorosa de Peter e Amir, marcando a volta de Ozon à temática LGBTQIA+.

“O Acontecimento”, da diretora franco-libanesa Audrey Diwan, foi premiado com o Leão de Ouro de Melhor Filme no Festival de Cinema de Veneza. O longa é uma adaptação do romance homônimo de Annie Ernaux e conta a história de uma jovem que, em plena década de 1960, toma a difícil decisão de interromper sua gravidez.

“Golias” é um thriller com denúncia ambiental. Uma professora de esportes, um advogado ambiental e um lobista veem suas trajetórias se entrelaçarem após um trágico acontecimento. Já no suspense “Kompromat”, de Jérôme Salle, a espetacular fuga de um diretor da Aliança Francesa da Sibéria, vítima de uma trama orquestrada pelo Serviço Federal de Segurança da Rússia.

As comédias dramáticas, “Esperando Bojangles”, de Régis Roinsard, e “Querida Léa”, de Jérôme Bonnell, também são destaques. Na primeira, a relação de um casal apaixonado se completa com a chegada do filho. O filme é baseado no best-seller homônimo de Olivier Bourdeaut. Na segunda, o protagonista Jonas decide, após uma bebedeira, visitar sua ex-namorada Léa, por quem ainda é apaixonado. Ao ser rejeitado, ele vai a um café para escrever- lhe uma última carta de amor, despertando a curiosidade do dono do estabelecimento.

Outras atrações são as comédias “Entre Rosas”, de Pierre Pinaud, e “Um Pequeno Grande Plano”, de Louis Garrel. A primeira conta a história de Eve Vernet que, antes a maior criadora de rosas, hoje vive à beira da falência. A solução para salvar a fazenda: contratar três ex-presidiários que não têm nenhum conhecimento de jardinagem. Na outra comédia, Joseph, de 13 anos, está vendendo seus bens mais valiosos para financiar um projeto ecológico na África. Mas para a surpresa dos pais, ele não é o único.

No gênero drama são várias as opções. Em “O Próximo Passo”, de Cédric Klapisch, uma jovem e promissora bailarina clássica se machuca após flagrar a traição do namorado. Ela luta para se recuperar, buscando novos rumos no mundo da dança contemporânea. “O Mundo de Ontem”, de Diastème, conta a história de uma política que opta por mudar de vida: pouco antes das eleições, um escândalo atrapalha o desempenho de seu sucessor de confiança e pode dar a vitória ao candidato de extrema-direita. Eles têm três dias para mudar o curso da história.

Já em “O Segredo de Madeleine Collins”, de Antoine Barraud, Judith leva uma vida dupla entre dois países, dois amantes e filhos diferentes com cada um. “Os Jovens Amantes”, da diretora Carine Tardieu, traz a história de dois apaixonados que se reencontram no corredor de um hospital, 15 anos após o primeiro contato. Shauna tem 71 anos, Pierre tem 45. Eles se reconectam, enquanto Shauna – que é avó e viúva – quer se reafirmar como mulher e mostrar que a diferença de idade não importa.

Em “Sentinela do Sul”, de Mathieu Gérault, o soldado Christian Lafayette volta à França, após uma operação que dizimou sua unidade. Ele tenta retomar a vida, mas se envolve no tráfico para salvar dois militares sobreviventes. Em “Um Herói”, de Asghar Farhadi, Rahim está preso por conta de uma dívida. Ao ser dispensado da cadeia por dois dias, tenta convencer seu credor a retirar a queixa, mas nada acontece como planejado.

Em “Contratempos”, de Eric Gravel, Julie luta sozinha para criar dois filhos no subúrbio e manter seu emprego em Paris. Quando ela finalmente consegue uma entrevista, um imprevisto acontece. “O Destino de Haffman”, de Fred Cavayé, se passa em Paris, em plena Segunda Guerra Mundial. Um homem comum que sonha em começar uma família trabalha para um talentoso joalheiro, o Sr. Haffmann. Mas frente à ocupação alemã, eles precisam honrar um acordo que afetará seus destinos.

A atração para toda a família é a aventura King – Meu Melhor Amigo, que conta a história de um filhote de leão traficado, que foge e encontra abrigo na casa de Inès e Alex, de 12 e 15 anos. Os irmãos bolam um plano maluco: levar King de volta à África. O filme foi dirigido por David Moreau.

Serviço:
13º Festival Varilux de Cinema Francês
De 21 de junho a 6 de julho, no Cinépolis Rio Mar, Cinema do Dragão e o Cineteatro São Luiz
Programação completa no site: https://variluxcinefrances.com/ 

RELACIONADOS

PUBLICIDADE

POPULARES