Cativando cada vez mais a imprensa no exterior, Fernanda Torres estampa mais uma capa de uma revista internacional. A atriz e escritora brasileira é o rosto da nova edição da Numéro Netherlands, prestigiada publicação do universo de moda, comportamento e tendências. Além de protagonizar um deslumbrante e extenso editorial, Fernanda fala à publicação sobre sua trajetória e compartilha os aprendizados obtidos após o sucesso global do filme “Ainda Estou Aqui”. “Passei mais de um ano na pele de Eunice Paiva, e ela se tornou algo natural. Você não precisa se proteger dos seus personagens. Você escolhe ser ator porque viver apenas uma vida é muito chato. A chance de ser outra pessoa — de existir fora de si mesmo — é tão prazerosa, mesmo quando você enfrenta um personagem trágico”, contou Torres.
A atriz também ressalta o impacto do filme em sua arte. Segundo ela, a preparação para viver a mãe de Marcelo Rubens Paiva lhe ensinou sobre a contenção e a força da emoção internalizada. “Eunice me ensinou muito sobre contenção, sobre evitar o melodrama, sobre sentimentos internalizados. A parte em que ela passa duas semanas na prisão — lidando com o pânico e o medo — não foi fácil. Mas a sensação de ter superado isso é tão linda, tão profunda”, refletiu.
A artista concluiu reforçando seu apreço pelo cinema como ofício, em contraste com a televisão: “No final, o que resta é a realização, a maravilha de ter sido outra pessoa. É uma profissão notável. Acho que seria mais difícil em um processo industrial, como a televisão. Prefiro fazer comédia na TV. O humor ajuda você a lidar com as longas filmagens e temporadas de uma série. O cinema é um ofício; é suave, mesmo em um drama pesado como o de Eunice”, conclui.
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