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Ênio Cabral, sócio do Fortal, adianta novidades da edição 2022 e avalia retorno das micaretas pelo Brasil

Um dos fundadores do Fortal, Ênio Cabral lembra a história e as mudanças da festa, considerada a maior micareta indoor do País. Este ano, o evento ocorre entre os dias 21 e 24 deste mês, com atrações consagradas e nomes que despontam no cenário musical

Lucas Braga
lucasbraga@ootimista.com.br

Após pausa de dois anos, o Fortal volta este mês a agitar a capital cearense, atraindo foliões de todas as partes do Brasil e movimentando ainda mais a cadeia turística no período de férias. O Fortal 2022 antecipa a edição comemorativa dos 30 anos, para a qual são reservadas outras surpresas, dentre elas, a descentralização da folia. Sim, o Fortal 2023 vai além de Fortaleza.

Junto a Bira Borges, Alexandre Frota, Pedro Neto e Colombo Cialdini, o empresário Ênio Cabral dirige o festival. Aos 50 anos, o empresário é responsável pela área comercial e pelo relacionamento com patrocinadores. Também à frente da Social Music, gigante do entretenimento local, Ênio promove algumas das maiores festas da cidade.

Ele conversou com O Otimista sobre a consolidação do Carnaval fora de época, a expansão e as adaptações feitas na micareta desde os anos 1990. Evento preparado com aproximadamente um ano de antecedência, o Fortal ganhou uma projeção jamais esperada nos tempos de bloco Araboneco e folia outdoor na avenida Beira-Mar.

Desde 2005 na Cidade Fortal, área com mais de 140 mil metros quadrados no bairro Manoel Dias Branco, a maior micareta indoor do Brasil tem infraestrutura de evento internacional: capacidade para receber mais de 500 mil pessoas e estacionar até 4 mil veículos. Além disso, a festa movimenta incontáveis profissionais e é parte do ciclo econômico da alta estação.

“O que começou como uma brincadeira, como quase todas as micaretas no País naquele momento, teve uma particularidade: a cidade respira esse tipo de evento. É um evento bem realizado, não à toa o Brasil vem para cá. O cearense participa e sempre temos o reforço do turista”, celebra Ênio, apontando crescimento de aproximadamente 30% a cada
edição do Fortal.

E o Camarote Mucuripe é prova deste crescimento, “como uma festa dentro da festa”, nas palavras de Ênio. Matuê, Timbalada, Zé Felipe, Banda Eva, Dennis, Pedro Sampaio, Zé Vaqueiro e Durval Lelys são algumas das atrações principais, neste ano. O camarote inclui ainda espaços gourmet, ambientes instagramáveis, Open Bar completo e visão privilegiada ao desfile de trios elétricos.

Já no Corredor da Folia, três blocos vão animar a folia na quinta-feira (21): Vumbora, com Bell Marques e Rafa & Pipo; Bagunça, com Harmonia do Samba e o estreante na avenida, Matheus Fernandes; e Pra Cima, com Taty Girl. Na sexta-feira (22), é a vez do Siriguella, com Bell Marques; Largadinho, com Cláudia Leitte, e Hype, com Nattan e Felipe Amorim. Ivete Sangalo e Bell Marques são as atrações principais do sábado (23) e domingo (24). Léo Santana sobe ao trio no sábado e Jonas Esticado fecha o line-up do domingo. Confira a entrevista na íntegra.

O Otimista – Hoje, o Fortal tem projeção nacional e atrai foliões de todo o País. Como se deu essa trajetória?
Ênio Cabral – Quando criamos o Fortal, 29 anos atrás, tivemos muita sorte ao escolher o mês de julho para a realização. Foi excepcional! Chegamos a fazer no comecinho de agosto porque a rede hoteleira discutia uma extensão da alta estação. Mas depois da Beira-Mar, quando fomos para a Cidade Fortal, vimos que era muito interessante fazer na terceira semana e pegarmos ainda uma semana de férias. Então, o evento continuou muito sólido para o turista, não somente do Nordeste, mas principalmente do Sudeste e Centro-Oeste, que é um público-alvo fortíssimo e continua sendo. Isso é muito importante, tanto é que temos uma divulgação maciça lá fora, em 37 cidades além de Fortaleza e algumas do Nordeste: São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, Brasília, dentre outras. Ou seja, o evento é direcionado para todo o Brasil, realmente. Há uns 15 anos, a turma de Brasília vinha muito passar as férias aqui. Atualmente, até mudou um pouco e hoje vemos mais turistas do Norte também. Hoje, temos divulgação em alguns aeroportos do Brasil e é impressionante o quanto a turma do Sudeste interage com mensagens, fotos e vídeos, ao ver o evento sendo promovido.

O Otimista – O senhor é um dos fundadores do Fortal. Tem boas memórias dessa jornada de 29 anos?
Ênio – Tem muita história, uma evolução muito grande nesses 29 anos. Eu e meu irmão, Júnior, íamos para o Carnaval de Salvador e víamos acontecendo a Micarande, em Campina Grande (PB), que não existe mais, e o Carnatal (RN). Seguimos e fizemos a brincadeira do bloco Araboneco, o primeiro evento do estilo, em rua. No mesmo ano, lançamos o Fortal, em julho, com esse bloco. No segundo ano, já eram três blocos. No fim da década, chegamos a ter cinco dias de evento na avenida Beira-Mar. Nessas transformações, tivemos de tudo. O que começou como uma brincadeira, como quase todas as micaretas no País naquele momento, teve uma particularidade: a Cidade respira esse tipo de evento. As pessoas gostam muito. A maioria das pessoas envolvidas era de outros segmentos e, hoje, se profissionalizou no ramo do entretenimento e eventos. A mudança é muito grande. Quando fomos para a Cidade Fortal, alguns não acreditavam, mas tudo aconteceu na hora certa, pela conjuntura, para a segurança e conforto do evento. Um evento outdoor como era dificilmente aconteceria hoje.

O Otimista – O que consolidou o Fortal ao longo desse tempo?
Ênio – Esse tipo de evento, que denominamos de “festival fora de época com trios elétricos”, foi se acabando. Sem dúvidas, o Fortal é o maior, seguido por eventos no Rio Grande do Norte e Santa Catarina. Após mais de dois anos de pandemia, já se começa a abrir muito e no Nordeste já vão lançar outros eventos. Ou seja, o modelo do evento é muito bom, misturando nostalgia com renovação intensa. O Fortal virou um festival de música porque abrange todos os segmentos musicais, não apenas axé music, como era nos primórdios. Com isso, temos uma renovação muito acentuada, o que é importante. É um evento bem realizado, não à toa o Brasil vem para cá. O cearense participa e sempre temos o reforço do turista. A cada edição, crescemos em torno de 30% e isso nos dá também a certeza de que estamos no caminho certo.

O Otimista – Após mais de dois anos de pandemia, o público está ávido por festejar a vida. Fala-se em um boom para o entretenimento. O que a organização tem percebido neste período de promoção?
Ênio – Estamos bem. Este ano, o Fortal está andando muito bem. Estamos muito contentes com a receptividade. O evento tem tudo a ver com esse momento. Muita gente comprou no começo das vendas com muita velocidade, principalmente para o Corredor da Folia, o que não era comum de acontecer.

O Otimista – O Fortal Solidário há alguns anos mobiliza o público para beneficiar organizações sociais. Como a continuidade dessas ações é planejada?
Ênio- Com gincana, arrecadamos alimentos e dinheiro para algumas instituições beneficentes parceiras. Este ano, estamos juntos ao Sesc, apoiando o projeto Mesa Brasil.

O Otimista – Algumas cidades anunciaram festas com trio elétrico. Como a organização do Fortal percebe isso?
Ênio – Esse movimento tem ciclos. Realmente voltou à cena agora porque contagia, todos gostam. Eventos com trio elétrico são incontáveis, mas eventos maiores com cara de festival são poucos.

O Otimista – O que o senhor destacaria dentre as principais atrações e programação do Fortal deste ano?
Ênio – Essa mistura de gêneros musicais abrange a renovação, com Nattan, Zé Vaqueiro, Felipe Amorim e Matuê; até atrações que são a cara do Fortal, como Ivete Sangalo, Bell Marques, Claudia Leitte, Harmonia do Samba e Léo Santana. Há também nomes fortes como Pedro Sampaio e Dennis. Timbalada estará ainda no Camarote Mucuripe e vai gravar seu DVD na Feijoada do Siriguella. O público vai se renovando junto com as atrações. Sem dúvida, a evolução vem com essa renovação. É isso o que estamos buscando há alguns anos, realmente. Além disso, sempre tivemos os eventos associados, como a Prainha da Claudia, no Iate Clube de Fortaleza. Também temos a Feijoada do Siriguella há mais de 20 anos, um evento muito conhecido, na semana do Fortal. Começamos sempre com ensaio na quarta; o Fortal de quinta a domingo; e sunsets no fim de semana, nos clubes. Nos camarotes – a maioria corporativos -, alguns parceiros terão ações estratégicas. No Camarote Mucuripe, a festa continua. São festas dentro da festa, que envolvem todos os públicos, cada um brincando do jeito que gosta.

O Otimista – E para a edição de 30 anos, o que pode ser esperado?
Ênio – Muitas novidades. Ainda não dá para falar, mas o formato deve se manter em quatro dias. Algumas inovações já são pensadas, como comemorações fora de Fortaleza para enaltecer os nossos 30 anos. Nossa grande preocupação é sempre fazer o melhor evento possível, cada vez mais sustentável.

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