Em parceria com o Itaú Cultural, a Pinacoteca do Ceará recebe a exposição “Síntese – Arte e Tecnologia na Coleção Itaú”. Com obras que abordam os limites entre humanidade e natureza, sendo mediados pela tecnologia, a a mostra conta ainda com palestra e performance
Arte e interatividade a partir do diálogo da tecnologia com a humanidade são os fios condutores das 12 obras que compõem a exposição “Síntese – Arte e Tecnologia na Coleção Itaú”, que chega à Pinacoteca do Ceará a partir deste sábado (6), às 17h, e segue em cartaz até 6 de outubro de 2024. Co-realizada pelo museu e o Itaú Cultural, a mostra reúne artistas nacionais e internacionais e tem como curador o pesquisador e professor no campo das humanidades digitais, Leno Veras.
“O tema da exposição é um denominador comum: tecnologias, humanidades e naturezas, que correlacionam o desenvolvimento tecnológico com a sua materialidade e especificamente com questões que dizem respeito às mudanças climáticas, a identificação das cadeias produtivas, dos materiais físicos que estão envolvidos na estrutura tecnológica, e num debate contemporâneo sobre os limites entre humanidade e tecnologia e entre humanidade e natureza estarem se esgarçando (…), que contempla muitas formas de olhar a transformação digital das sociedades contemporâneas”, explica Veras sobre a escolha do tema da exposição.
Obras e artistas
Locados no pavilhão 1 da Pinacoteca, que comporta até 80 pessoas simultaneamente, os trabalhos convidam, em sua maioria, os visitantes a interagirem por meio do toque, sopro e até troca de dados. Através da relação entre humanos e máquinas, a exposição promove uma viagem através do tempo no qual o destino é um presente socioambiental e tecnológico, fomentado pela visão dos artistas expostos. “É um recorte voltado para a interface humano-máquina-natureza e a discussão da tecnologia como uma interface essencial para a estruturação do binômio humanidade-natureza. E a identificação em si mesmo das características do que é considerado como humano estão sempre vinculadas ao desenvolvimento técnico e tecnológico”, afirma Leno Veras.
Dentre as obras expostas na Pinacoteca estão Ultra-Nature, de Miguel Chevalier; Eden, do irlandês baseado na Austrália Jon McCormack; a instalação Reflexão #3, de Raquel Kogan; de Julio Plaza e Moysés Baumstein, O arco-íris no Ar Curvo; Alba, de Eduardo Kac; de Waldemar Cordeiro, A mulher que não é BB; Objeto cinético, de Abraham Palatnik; e Life Writer, de Christa Sommerer & Laurent Mignonneau. Esta última promove uma reflexão entre os limites do analógico e digital. Ao datilografar em uma máquina de escrever, o público poderá acompanhar a transformação de letras em criaturas artificiais que simulam pairar sob a obra. Life Writer objetiva conectar o ato de escrever com a criação de vida.

“Os critérios levados em consideração para a escolha das obras (…) foram peças que tinham discussões teóricas, conceituais ou metodológicas relacionadas com os limites entre humanidade e natureza, sendo mediados pela tecnologia. Então, são peças que discutem paisagem, origem e destino, meios de articulação humano-natural, e código. Então há uma série de recortes específicos que tentam fazer uma costura do que se relaciona com o binômio humanidade e natureza dentro dessa coleção de arte-tecnologia”, revela Leno Veras sobre a curadoria das obras.
Também expõem na “Síntese” os brasileiros Eduardo Kac, Waldemar Cordeiro, Abraham Palatnik e Gilbertto Prado; as produções coletivas de Regina Silveira, Raquel Kogan, Christa Sommerer e Laurent Mignonneau, da Alemanha e França; Julio Plaza e Moysés Baumstein, da Espanha e do Brasil; Edmond Couchot e Michel Bret, da França; e LAb[au], da Bélgica.
Acessibilidade
Além de ser objeto de discussão da “Síntese”, a tecnologia também está presente nos recursos voltados para a acessibilidade da exposição. Com uma estimativa de 800 visitantes durante a abertura da mostra, a Pinacoteca do Ceará, além de contar com orientadores de público e arte-educadores que darão suporte aos visitantes em todo o espaço expositivo, oferece ao público diversas soluções para garantir a inclusão de todos.
“Todas as exposições da Pinacoteca do Ceará contam com projeto de acessibilidade específico. No caso desta, teremos audiodescrição das 12 obras interativas por NFC (tecnologia em cartões eletrônicos que funciona por aproximação do smartphone), textos traduzidos em vídeo-Libras e Braille, além de e mapa tátil. Não é necessário solicitar previamente. Esses recursos estarão disponíveis ao longo de toda a exposição”, descreve o diretor do museu, Rian Fontenele.
Abertura
Para abrir os trabalhos da exposição “Síntese – Arte e Tecnologia na Coleção Itaú”, a Pinacoteca realiza ainda o debate “Curadoria de Arte e Tecnologia: desafios dos acervos na contemporaneidade”, reunindo o curador da exposição Leno Veras e a artista e pesquisadora Francisca Caporali. Livre para todos os públicos, o encontro acontece a partir das 17h30, no sábado, dia 6, no Auditório da Pinacoteca do Ceará. Logo depois, às 19h, no Pátio da Pinacoteca do Ceará, os artistas Mike, Durango, Trojany e Amorfas realizam a performance visual e sonora “O fim de Columbia”. A entrada para o espetáculo também é franca e contará com acessibilidade em Libras.
SERVIÇO
Abertura da exposição “Síntese – Arte e Tecnologia na Coleção Itaú”
Sábado, 6 de julho de 2024, a partir das 17h
Pavilhão 1 da Pinacoteca do Ceará (Rua 24 de maio, s/n, Centro – Fortaleza)
Livre Com acessibilidade em Libras
Entrada gratuita
Debate “Curadoria de Arte e Tecnologia: desafios dos acervos na contemporaneidade” Com Leno Veras e Francisca Caporali
Sábado, 6 de julho de 2024, às 17h30
Auditório da Pinacoteca do Ceará
Livre Com acessibilidade em Libras
Entrada gratuita
Performance “O fim de Columbia” + coquetel Com Mike, Durango, Trojany e Amorfas
Sábado, 6 de julho de 2024, às 19h
Pátio da Pinacoteca do Ceará
Livre Entrada gratuita