Neste Dia do Trabalhador, lembrado nesta quinta-feira (1º), Tapis Rouge festeja a coragem de quem trilha novos caminhos profissionais, marcados por grandes transformações, como o arquiteto e diretor-executivo da CASACOR Pedro Esdras, que ousou ressignificar sua trajetória. Em entrevista exclusiva, o profissional compartilha detalhes da mudança profissional

Onivaldo Neto
onivaldo@ootimista.com.br

A transição de carreira do arquiteto Pedro Esdras se deu da forma como ocorre para muitos brasileiros: por influência da família – mais precisamente a da mãe, Neuma Figueirêdo, diretora da CASACOR Ceará. A função que ele exercia no início da carreira não é a mesma que a atual, mas a área continua sendo. Pedro, ao lado de Neuma, coordena a exposição de arquitetura na capital cearense e no Piauí, ocupando o cargo de diretor-executivo da iniciativa. Ao Tapis Rouge, o profissional relata como foi abraçar o desafio de gerir duas franquias da maior mostra de arquitetura, paisagismo e design de interiores da América Latina.

“Informalmente, sempre estive colaborando na CASACOR, que é uma empresa familiar (…). Mas houve o momento de tomar uma decisão a partir da oportunidade de expandirmos o negócio, levando a mostra para o Piauí. Então decidi me dedicar exclusivamente à CASACOR. Essa decisão trouxe minha irmã, Carolina, – que morava fora – de volta a Fortaleza, e juntos [com o terceiro irmão, Victor, e a mãe] resolvemos encarar este desafio”, detalha.

À frente do cargo desde 2023, o profissional, responsável pelo planejamento, projeto, curadoria dos espaços e gestão da mostra, revela que não hesitou ou sentiu receio ao deixar a prática da arquitetura, pois na nova empreitada ainda poderia dar continuar à vontade de impactar os espaços urbanos, assim como já vinha fazendo em trabalhos precedentes. “Antes da CASACOR, eu trabalhava com Planejamento Urbano pelo desejo de influenciar em mudanças positivas para a cidade. E existem muitas formas de colaborar com isso. Continuo tentando”, afirma o ex-diretor de planejamento do Instituto de Planejamento de Fortaleza (IPLANFOR).

Consolidado na atual posição profissional, o diretor divide ainda que o conhecimento e a experiência adquiridos ao longo da atuação como arquiteto contribuem diretamente para o desempenho na gestão das franquias da CASACOR. “Naturalmente, tenho facilidade em lidar com projetos arquitetônicos pela minha formação. Todo ano lidamos com quase 80 projetos, se somarmos Ceará e Piauí. Além disso, tem o planejamento do evento, um projeto maior que compreende todos os projetos dos profissionais envolvidos. Creio que minha formação contribuiu muito para essa tarefa”, expõe.

Desafios

Assumir uma posição de liderança em um dos eventos mais prestigiados da arquitetura e design do Estado exige mais do que visão criativa, incluindo também demanda organizacional e resiliência, além de paixão pelo recomeço, característica pontuada pelo diretor-executivo como força motora para o trabalho na CASACOR. “É, sem dúvidas, o desafio de recomeçar a cada edição. Planejar o evento, um novo Masterplan e então todos os projetos dos profissionais envolvidos. A CASACOR tem etapas de início, meio e fim bem definidas, e antes mesmo de desmontarmos uma, já estamos planejando a próxima. É um desafio que se renova e estimula a gente a querer materializar a próxima”, discorre.

Junto disso, Pedro Esdras também destaca entre os principais desafios da função gerencial o contato mais intenso com diferentes perfis de pessoas e a necessidade de equilibrar expectativas, visões e processos em um trabalho minucioso. Sobre essa circunstância ele compartilha: “Lidar com uma infinidade de pessoas, centenas de pessoas ao mesmo tempo. E com perfis muito diversos. E saber respeitar e compreender a todos. Esse é o maior desafio”, pontua.

Futuro

Para os dias que virão como diretor, boas experiências para o público e a longevidade da CASACOR são os principais objetivos de longo prazo de Pedro Esdras, conforme relata. “[Fazer] Arte e design que inspirem profissionais e consumidores. Nossa visão é o nosso mesmo objetivo: continuarmos sendo uma mostra de grande relevância no mercado do design, arquitetura, paisagismo, construção. Com muita arte e gastronomia, criando e ampliando as oportunidades de uma economia tão criativa e plural quanto a nossa, mas sempre atentos às novidades que transformam realidades em um espaço tão curto de tempo”, complementa o arquiteto.