Conheça os benefícios das famosas bebidas proteicas e as melhores formas de inseri-las na rotina

As bebidas proteicas caíram no gosto do público e ganharam espaço como queridinhos da saúde e do bem-estar. Mas será que todo mundo pode consumir? Para responder essas e outras dúvidas, Tapis Rouge traz especialistas que elucidam principais pontos sobre o consumo desse tipo de bebida

Onivaldo Neto
onivaldo@ootimista.com.br

A busca por um estilo de vida mais equilibrado e uma alimentação mais regrada, que suporte diferentes rotinas, tem colocado as bebidas proteicas em destaque. Versáteis e práticas, esse tipo de preparo promete diversos benefícios para a saúde. Com isso em vista, para entender melhor seus reais ganhos e indicações, Tapis Rouge conversou com a nutricionista Sammya Gondim e a médica especialista em saúde integrativa Isadora Machado. As profissionais esclareceram as principais dúvidas acerca dessa bebida que tem ganhado cada vez mais evidência nas prateleiras dos supermercados e nos cardápios dos brasileiros.

Benefícios
O principal objetivo da bebida proteica é repor ou complementar a necessidade diária de proteínas da dieta de forma prática, segundo Sammya. A substância, ainda conforme a profissional, é essencial para a formação de tecidos e para o funcionamento imunológico. Em consonância, Isadora ressalta que, ao ingerirmos a quantidade adequada de proteínas, nosso cérebro consegue funcionar melhor e nosso corpo produz mais colágeno na pele. “Realmente é essencial que seja feito o uso de algum suplemento de proteína ou que a pessoa ingira uma quantidade mais ou menos de 1,5 g por quilo de peso”, recomenda a médica.

Outros benefícios ocasionados pela ingestão da bebida, conforme as profissionais, são: ganho ou recuperação de massa muscular, o aumento da saciedade e auxílio na perda de peso. “As bebidas proteicas também auxiliam aqueles que praticam atividade física regularmente e tem uma alimentação balanceada, melhorando o desempenho durante os treinos e, especificamente no pós-treino. Os aminoácidos auxiliam na recuperação muscular e crescimento dos tecidos. Porém, é necessário observar a composição da bebida proteica, pois algumas delas contém grande quantidade de carboidratos como açúcar, adoçantes e corantes artificiais e baixa quantidade de proteínas”, complementa a nutricionista.

Quando consumir
No pré-treino, no pós, no lanche, no café ou entre o almoço e o jantar. Como salienta Sammya, as bebidas proteicas podem ser consumidas em qualquer momento do dia, conforme o objetivo proposto. No entanto, a substituição de refeições completas pela bebida não é recomendada, sendo totalmente desencorajada pelas profissionais, “(…) já que estas [refeições] são compostas também por outros macronutrientes [carboidratos e lipídios] em quantidade equilibrada”, acrescenta Sammya. “Dividir porções de proteína ao longo do dia, além de gerar saciedade, vai fazer com que atinja a quantidade adequada de proteína para fazer o ganho muscular”, agrega Isadora.

O que não fazer
Por ser um suplemento alimentar à dieta, bebidas proteicas podem não ser ideais para quem já possui uma alimentação rica em proteína, como explica a especialista em saúde integrativa. “Quando a pessoa já possui uma lesão renal instalada, quando a pessoa tem o que a gente chama de uma tendência a formar restos metabólicos, como ácido úrico”, elucida. Sobre o assunto, Sammya acrescenta: “a introdução [da bebida] na alimentação deve ser avaliada por um nutricionista, especialmente quando se trata de crianças e adolescentes, pois são produtos industrializados indicados para adultos e contém alguns ingredientes não recomendados para este público, como altas doses de cafeína”, pondera.

As profissionais alertam ainda que a ingestão adequada de proteínas no dia é de suma importância, pois o consumo indiscriminado da bebida pode gerar danos graves à saúde. “A ingestão excessiva de proteínas, além do que cada indivíduo necessita para o seu metabolismo, leva a sobrecarga hepática e renal, com consequente insuficiência renal aguda, quadro que pode ser agravado se não houver um acompanhamento de profissionais de saúde. Além disso, pode levar ao sobrepeso/obesidade, devido sua ingestão além das necessidades diárias de nutrientes de uma forma geral”, informa Sammya. “Alguns estudos associam o excesso de bebidas proteicas prontas a esteatose [acúmulo de gordura no fígado]”, completa Isadora

Outras opções
A bebida proteica não é a única opção para quem busca suplementar sua dieta com a substância. Outros produtos, como barras de proteínas e iogurtes proteicos, já podem ser encontrados em supermercados ou lojas especializadas, como indica Sammya. “Existem também suplementos que podem compor shakes proteicos caseiros, como, por exemplo, o Whey Protein isolado, proteína vegana [soja, ervilha] e colágeno hidrolisado. Estes são versáteis e podem ser adicionados ao leite, tanto animal como vegetal, batido com frutas, inserido em sobremesas naturais, misturados a sopas e purês, entre outros”, aconselha.

Alimentos convencionais também podem agir como substitutos, segundo Isadora. “Uma lata de sardinha tem a mesma quantidade de proteína do que uma dose de bebida proteica. 120g de frango [também] tem a mesma quantidade e 120 g de carne, seja de boi, seja de porco, [também] tem a mesma quantidade [de proteína]. Seis ovos podem chegar perto. O ovo já temos que consumir uma quantidade aí maior para chegar numa dose de proteína. São alimentos em geral. As carnes no geral, tilápia, peixes e a sardinha tão esquecida, rica ômega-3 e em proteína, são bons para nossa saúde”, afirma.

Apesar das indicações e precauções, é necessário, ainda, considerar a individualidade de cada pessoa para indicar qualquer tipo de suplemento alimentar, assentem as profissionais. O trabalho feito por especialistas da área visa garantir a segurança e a eficácia do uso, personalizando a recomendação conforme necessidades específicas, objetivos de saúde e condições clínicas de cada indivíduo, evitando riscos e otimizando os resultados. “Ressalto que a ingestão diária de proteínas deve ser individualizada e que deve ser orientada e acompanhada por um nutricionista”, finaliza Sammya Gondim.

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