De ícone adolescente a um dos atores mais promissores da nova geração, o nome de Jacob Elordi se tornou sinônimo de ascensão em Hollywood. O australiano vem impressionando a crítica com atuações intensas e prepara-se para mostrar talento mais uma vez em duas novas grandes produções americanas. Saiba quais!
Onivaldo Neto
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Das estrelas da nova geração, Jacob Elordi é uma das mais promissora em Hollywood. Isto porque o ator, que inicialmente conquistou o público com papéis em produções adolescentes, vem solidificando sua posição no hall da fama com escolhas de carreira ousadas. Após ser elogiado pelas performances nos filmes “Priscilla” (2023), de Sofia Coppola, e “Saltburn” (2023), de Emerald Fennell, Elordi se prepara para brilhar em dois novos grandes projetos: “Frankenstein”, do aclamado diretor Guillermo del Toro, e “Morro dos Ventos Uivantes”, também dirigido por Fennel. Como uma das maiores promessas do cinema atual, o artista mostra que é mais do que um rosto bonito, sendo capaz de traduzir uma força criativa a ser observada.
Trajetória
Caçula de três irmãs, Elordi nasceu na Austrália, mais precisamente em Brisbane, capital de Queenslândia, segundo maior estado do país. O artista deu os primeiros passos nas artes cênicas em 2015, participando do curta-metragem australiano “Carpe Liam”. Dois anos depois, Elordi chegava a Hollywood, atuando como um extra em “Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar” (2017). Seu primeiro papel como ator, de fato, seu deu na comédia “Swinging Safari”, de 2018. No longa, estrelado pela cantora Kylie Minogue, o artista interpretou o papel de Rooster.
Naquele mesmo ano, o ator alcançou fama global com duas produções que se tornaram fenômenos de público. A primeira delas, a comédia romântica “A Barraca do Beijo” (2020), da Netflix, transformou Elordi em um dos rostos mais comentados nas redes sociais, solidificando sua imagem como um novo ícone da geração. Sucesso entre o público adolescente, o galã interpreta Noah Flynn, ex-namorado da protagonista do filme. Já em 2019, o ator alcançou a consagração de seu talento com um trabalho bem diferente, na aclamada série “Euphoria”, da HBO, onde interpreta o complexo e problemático Nate Jacobs. Sua atuação intensa e cheia de camadas na produção o descolou do rótulo de galã teen e o posicionou como um ator de promissor. Essa transição o levou a papéis mais desafiadores, como o de Elvis Presley em “Priscilla” (2023) e o de Felix em “Saltburn” (2023) – este último além de garantir o reconhecimento da crítica e o status de uma das maiores promessas de Hollywood, proporcionou ao ator uma indicação ao BAFTA de Melhor Ator Coadjuvante em Cinema.
Polêmicas
Porém, nem tudo são flores. A escalação de Elordi para “O Morro dos Ventos Uivantes” não agradou fãs e admiradores da obra, além de internautas mais ligados aos novos lançamentos do cinema mundial. O filme, que pode render indicações ao astro em grandes premiações, está sendo acusado de apagar a etnia do personagem de Jacob, Heathcliff. No livro da autora Emily Bront, publicado em 1947, o protagonista é caracterizado como um órfão de origem cigana, marcado por preconceitos e exclusão social — aspectos que estão longe do perfil do australiano.
A onda de comentários negativos sobre a caracterização dos personagens atingiu ainda a atriz Margot, que interpreta o par romântico de Elordi no longa, Catherine Earnshaw. Conforme os críticos, os cabelos loiros e a aparência glamourosa da atriz estão bem distantes da descrição original da personagem. Além disso, o filme em si também sobre rejeição devido ao excesso de cenas eróticas, sedutoras e picantes no trailer, aspectos também não abordados no livro original, que retrata um relacionamento intenso, violento e abusivo, marcado pela obsessão e pela tragédia.
No entanto, essa não é a primeira vez que o astro se envolve em polêmicas referente aos seus filmes. Em 2023 Jacob fez duras críticas à trilogia “Barraca do Beijo”. Em entrevista à revista “GQ”, o ator classificou os filmes como “ridículos” e revelou que nunca teve interesse em participar do projeto antes de ser escalado. “Eu não queria fazer esses filmes antes de fazê-los. Esses filmes são ridículos. Eles não são universais. São um escape”, afirmou. Ainda segundo Elordi, a proposta para aceitar o papel partiu da lógica do “toma lá, dá cá” em Hollywood, na qual atores participam de produções comerciais para, depois, garantir espaço em projetos mais autorais.
Para ele, no entanto, essa é uma armadilha.“Pode chegar em 15 para eles, nenhum para você. Você não tem ideias originais e está morto por dentro. O meu ‘um para eles’, eu consegui. Mas como se preocupar com sua produção é pretensioso? Não se importar e conscientemente alimentar as pessoas com algo ruim, sabendo que você está ganhando dinheiro com o tempo delas, que é literalmente a coisa mais valiosa que elas têm. Como isso é legal?”, questionou o ator.
Elogios
Ao contrário da produção de Fennell, o longa de Del Toro, Frankenstein, já está rendendo bons frutos para Elordi. Em crítica publicada no Omelete, um dos maiores portais de notícias e entretenimento sobre cultura pop e geek no Brasil e na América Latina, a atuação do ator na pele de Frankenstein foi classificada como o maior trunfo do longa. “Jacob Elordi, (…), está fantástico como o monstro que busca um sentido em sua criação. Del Toro é muito inteligente em dar mais atenção aos sentimentos da Criatura e aproveitar o talento do ator para focar ainda mais nas nuances do personagem, com Elordi transitando perfeitamente entre o melancólico e o solitário, mas que impõe força e medo quando precisa”, pontuou o crítico Alexandre de Almeida.