Conheça benefícios do treino de pernas e saiba porque não fugir dele na hora da musculação

É muito comum ver adeptos à musculação revirando os olhos para o treino dos membros inferiores do corpo. Contudo, estudos e especialistas chamam atenção para a importância de treinar de maneira proporcional e fortalecer todo o corpo

Danielber Noronha 

danielber@ootimista.com.br

Agacha, sobe, alonga e empurra. É preciso fazer isso e mais um pouco para treinar a musculatura inferior do corpo humano. Porém, não é todo mundo, especialmente os homens, que têm disposição para botar as pernas para trabalhar nas academias, fazendo com que o treino dos membros em questão seja escanteado em detrimento daqueles músculos mais aparentes, tais como bíceps e peitoral. Contudo, a prática não é nada bem-vinda para quem busca fortalecer o corpo, uma vez que a balança de exercícios não estará equilibrada, logo, o corpo também pode ficar desproporcional.

Sérgio Franco, presidente da Comissão Fitness e de Atividades ao Ar Livre do do Conselho Regional de Educação Física (CREF5-CE), endossa que um programa de treinamento na musculação deve exercitar os músculos de maneira proporcional, sem muito espaço para predileções.

Para além de questões estéticas, a importância de fortalecer membros inferiores ganha força em vários outros aspectos. Segundo um estudo publicado no Journal of Strength and  Conditioning Research, exercícios como agachamento e leg press estimulam a produção de testosterona e GH, também conhecido como hormônio do crescimento. As duas substâncias são consideradas essenciais no processo de construção muscular, podendo resultar em ganhos também para o treino de outros membros, incluindo peito, braços, costas e ombros.

O que muita gente desconhece, ressalta Franco, é que os exercícios para membros inferiores promovem maior gasto calórico e pode ser um aliado de quem busca emagrecer. Mestre em Educação e Gestão Esportiva, Franco destaca, ainda, que o treino de pernas promove um melhor retorno venoso (retorno do sangue para o coração), principalmente quando são fortalecidos os músculos da panturrilha. “Outro fator importante é proteger as articulações do quadril, prevenindo o risco de fraturas no colo do fêmur no idoso,  protegendo as articulações dos joelhos e tornozelos de entorses e lesões nos ligamentos, além do ganho de força muscular, ajudando nas subidas e descidas de degraus com menor sobrecarga articular”, elenca.

A lista, segundo ele, não para por aí e pode-se acrescentar ganhos no equilíbrio postural, no desempenho de quem é adepto às caminhadas e corridas, sem contar que evita a chamada desproporção corporal. “Neste ponto, o tronco e os braços acabam ficando bem mais desenvolvidos do que os membros inferiores, se assemelhando a uma casquinha de sorvete”, diz o especialista.

Neste cenário, Sérgio Franco comenta também sobre a necessidade de fazer tais treinos sob supervisão de um profissional capacitado. “É de suma importância a participação de um profissional registrado e, de preferência, com especialização em musculação. Ele poderá prescrever e orientar na execução dos exercícios físicos”, explica. Diante de tantos benefícios, o jeito é deixar a preguiça de lado e fazer o treino de maneira correta. Assim, o corpo todo sai ganhando.

Mais
Dica de treino para iniciantes 
O profissional de Educação Física Sérgio Franco indica aos iniciantes na musculação que realizem o treino full body (corpo todo), que trabalha todos músculos em uma única sessão. Após este período de adaptação, é necessário aumentar a quantidade de exercícios para cada grupo muscular, mas sem tornar o treino longo. Ele traz um exemplo:

Treino A: Peitorais, ombros e tríceps;
Treino B: Dorsais, trapézios e bíceps;
Treino C: Pernas.
(Treinando em média de duas a três vezes na semana cada grupamento muscular)

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