A blefaroplastia tem se consolidado como um procedimento que alia beleza e bem-estar. Ao corrigir o excesso de pele e bolsas de gordura nas pálpebras, a cirurgia pode não só rejuvenescer o olhar, mas também trazer conforto visual. Especialistas apontam avanços, cuidados e expectativas para quem busca resultados seguros e duradouros
Sâmya Mesquita
samyamesquita@ootimista.com.br
Um olhar descansado, leve e mais vivo. É isso que muitas pessoas buscam ao optar pela blefaroplastia, cirurgia que corrige excesso de pele e bolsas de gordura nas pálpebras. Apesar de celebridades como Luiza Brunet, Fátima Bernardes e Ana Paula Siebert já terem feito o procedimento, ele não está restrito somente ao viés estético, trazendo benefícios também para o conforto visual do paciente. Entre dúvidas e expectativas, quem explica melhor este universo ao Tapis Rouge é a oftalmologista Carol Sampaio, especialista em plástica ocular, e Janaina Marchezini, gestora comercial da Clínica Otomax, no Shopping RioMar Fortaleza.
Carol Sampaio explica que a blefaroplastia é uma cirurgia focada na retirada de pele, de bolsas e de gordura, podendo ser combinada a outras técnicas para dar a sensação de um olhar mais vivo, como a fixação do canto lateral ou ajustes musculares. “O objetivo principal é estético, mas há benefícios indiretos, como diminuir a sensação de cansaço e até de sonolência em atividades que exigem atenção prolongada”, diz a especialista.
A especialista observa que a cirurgia pode assumir contornos diferentes, a depender das particularidades regionais e étnicas. “No caso de pacientes orientais, é comum realizarmos a chamada ocidentalização, que deixa o côncavo um pouco mais visível, sem perder a característica étnica. Já em pacientes brasileiros, a miscigenação traz uma variedade enorme de formatos de olhos: alguns com côncavos grandes, outros mais amendoados e cheios, o que pode transmitir a aparência de inchaço ou cansaço. Cada caso pede um planejamento único”, detalha a oftalmologista.
Outro destaque, segundo a médica, é a diferença entre a blefaroplastia e procedimentos mais funcionais. “Quando existe dificuldade real em abrir a pálpebra, não é mais blefaroplastia, mas uma cirurgia chamada ptose palpebral. Isso acontece quando o tendão ou o músculo responsável pelo movimento está enfraquecido. Nesses casos, o procedimento tem caráter funcional. Muitas vezes, estética e função podem coexistir no mesmo paciente”, explica.
Tecnologia como aliada
O tempo de durabilidade dos resultados também chama a atenção dos pacientes. “Uma blefaroplastia bem realizada pode durar de 8 a 15 anos, dependendo da genética e dos cuidados posteriores. A pele retirada não volta, mas o processo natural de envelhecimento continua. Por isso, em alguns casos, o procedimento pode ser repetido no futuro sem contraindicação”, reforça, lembrando ainda dos avanços tecnológicos, como o uso de laser de CO2. “O laser se tornou protagonista na cirurgia. Ele corta com menos sangramento, acelera a recuperação e ainda melhora a qualidade da pele, diminuindo rugas finas e dando mais viço”.
Outro ponto importante é alinhar expectativas. “Hoje os pacientes chegam com referências de filtros e fotos editadas. Por isso, explico claramente o que é possível alcançar e mostro fotos de pós-operatório em diferentes fases. O sucesso da cirurgia depende também dessa conversa franca”, frisa Carol Sampaio, que completa: “Costumo dizer que não é um procedimento simples, mas, sim, seguro, desde que respeitados todos os protocolos”.
Cuidados e recuperação
Gestora da Clínica Otomax, Janaina Marchezini ressalta que o cuidado começa antes mesmo da entrada no centro cirúrgico. “Aqui, o processo se inicia 30 dias antes com a preparação biológica do paciente. Ele passa por exames, planejamento nutricional com dieta anti-inflamatória e acompanhamento para desinflamar o corpo. Isso garante melhor cicatrização, já que falamos de uma cirurgia no rosto, onde o resultado estético depende diretamente do processo de recuperação”, explica.
Segundo Janaina, essa jornada inclui também orientações práticas para o pós-operatório. “O paciente recebe um passo a passo claro, que envolve alimentação equilibrada, hidratação, compressas geladas e até acompanhamento fisioterápico para drenagem linfática. Nosso foco é oferecer conforto e segurança, para que ele volte à vida social em cerca de 10 dias após a retirada dos pontos”, diz.
Apesar de ser feita com anestesia local e sedação leve, o repouso é fundamental. “É um repouso relativo: pode assistir TV, usar celular, conviver com a família, mas precisa respeitar limites do corpo e evitar esforço físico”, reforça Carol Sampaio. O desconforto mais comum, segundo ela, é ter que dormir de barriga para cima: “Parece pequeno, mas muitos pacientes estranham”, brinca.
No fim das contas, a blefaroplastia é mais do que uma cirurgia estética. É também um investimento em autoestima e bem-estar, desde que feita com indicação correta, orientação profissional, cuidados e, sobretudo, expectativas alinhadas.
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DICAS PARA QUEM PENSA EM FAZER BLEFAROPLASTIA:
Planejamento: comece a preparação com antecedência, seguindo dieta e exames recomendados;
Alinhe expectativas: leve fotos de referência, mas esteja aberto(a) às possibilidades reais do seu caso;
Pós-operatório: compressas geladas, hidratação e repouso são essenciais para uma boa recuperação;
Tecnologia a favor: pergunte ao seu médico sobre o uso do laser de CO₂ para melhores resultados;
Paciência: o resultado definitivo aparece entre algumas semanas e meses.