Museu da Fotografia Fortaleza celebra sete anos e atesta o poder transformador da cultura na vida de cearenses por meio da realização de projetos sociais que beneficiam 70 mil crianças e jovens anualmente
Danielber Noronha
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Quem trafega pela Varjota já deve ter se deparado com um prédio com arquitetura peculiar. A estrutura moderna resguarda algo que nem todos conhecem: um acervo a perder de vista sobre a história da fotografia, e o melhor de tudo é que o acesso pode ser feito de forma gratuita. Trata-se do Museu da Fotografia Fortaleza (MFF) que, além de fazer o resgate histórico da fotografia ao longo da humanidade, recebe com frequência exposições de artistas nacionais e internacionais. Este mês, o equipamento dirigido pelo empresário Silvio Frota celebra o sétimo aniversário e se posiciona como importante agente de difusão cultural no Ceará.
Inaugurado naquele março de 2017, o espaço abriga uma série de projetos que contabilizam mais de 250 mil atendimentos na capital cearense, além da presença em outros 50 municípios e até em outros estados brasileiros.
Segundo Tomaz Maranhão, coordenador de ação cultural e marketing do MFF, chegar ao aniversário de sete anos é um combustível para abraçar novos desafios. “Deixamos de ser um cubo branco e nos tornamos uma ferramenta educativa com impacto social potente e reconhecido em todo o País”, destaca. Parar ou retroagir, conforme ele, não está nos planos.

Atualmente, a casa divide esforços em quatro programas educativos, possibilitando a realização de 12 projetos em parceria com o poder público e iniciativa privada, por meio das políticas de incentivo. Anualmente, são mais de 70 mil crianças e jovens impactados positivamente com a agenda social do equipamento.
Por trás dessa gama de projetos, comenta Maranhão, há um trabalho minucioso para que o objetivo seja alcançado com sucesso na ponta dessa cadeia: a população. Munida de propostas, a equipe do MFF desenvolve os projetos, busca parcerias para tirar as ideias do papel e, para traçar estratégias assertivas, se junta a atuantes nas comunidades, como forma de pensar ações efetivas, com linguagem adequada e propostas viáveis de execução. “Como exemplo disso, temos o Museu em Rede, que atua entre seis e dez cidades da Região Metropolitana e no Interior do Estado”, aponta. A atividade consiste na formação de duas pessoas atuantes em instituições sem fins lucrativos de cada localidade, imersas na dinâmica cultural e artística de cada região. Concluída essa etapa formativa, as duplas retornam às cidades para repassar os conhecimentos”, detalha.
Há, ainda, o Museu de Ponta a Ponta, que, este ano, chega aos municípios de Canindé, Caucaia, Crato, Quixadá, Quixeramobim, Redenção e Várzea Alegre. O projeto conta com oficinas para jovens e mulheres empreendedoras, em cada cidade. Nessa esteira se enquadra também o projeto Museu Itinerante, responsável por levar mais de 60 exposições do MFF a espaços públicos diversos, como forma de democratizar o acesso à coleção Paula e Silvio Frota, considerada uma das mais ricas e expressivas do Brasil. Completam a lista ações voltadas a jovens e crianças do espectro autista, além de atividades para jovens em medidas socioeducativas no Estado, visando a ressocialização dos internos. “No decorrer desses anos, observamos o desenvolvimento psicopedagógico de crianças e adolescentes, que, por meio dos fazeres fotográficos, aprenderam novas possibilidades artísticas, manuais, comunicacionais e de relações interpessoais”, elenca coordenador de ação cultural e marketing do MFF.
Diante de todos esses feitos, provoca Maranhão, é preciso enxergar que a abertura de portas como acesso à arte e à cultura no Brasil já não é mais suficiente. De acordo com ele, é necessário cada vez mais voltar esforços a ações culturais que possam ir ao encontro de pessoas distantes dos centros urbanos, mirando efeitos muito positivos na sociedade. “São muitas as possibilidades e os benefícios que se abrem para as pessoas que residem nos lugares em que atuamos, quando um equipamento cultural como o museu se volta para eles”, arremata Tomaz Maranhão.
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Programação de aniversário
Como parte da comemoração pelos sete anos, o equipamento tem realizado ações especiais. Neste sábado (16), ocorre a segunda edição do Imagens Sonoras com as presenças de Régis Amora e da cantora Makem, que se debruçam sobre a obra de Elza Soares. No domingo (17), é a vez do workshop Pequena História da Fotografia, oportunidade para se aprofundar na história desta linguagem através da análise de importantes movimentos fotográficos e dos principais marcos da evolução da técnica. Mais informações em @museudafotografiafortaleza no Instagram