Com estreia marcada para quinta-feira (20) e sessões de pré-estreia já na quarta (19), “Wicked: Parte 2” retoma a jornada de Elphaba e Glinda em um Oz dividido pela política e por ideais do bem e do mal. A continuação expande o universo do primeiro filme e incorpora novas canções. Saiba detalhes do capítulo final desse sucesso mundial
Sâmya Mesquita
samyamesquita@ootimista.com.br
Se alguém ainda duvidava que a amizade entre duas bruxas poderia carregar uma saga inteira, a segunda parte da adaptação cinematográfica de “Wicked” chega para dissipar qualquer incerteza. Com estreia nesta quinta-feira (20) nos cinemas e sessões de pré-estreia hoje nesta quarta (19), “Wicked: Parte 2” continua a história do primeiro filme, retomando o ponto em que Elphaba (Cynthia Erivo) é rotulada como a Bruxa Má do Oeste, enquanto Glinda (Ariana Grande) ascende como queridinha política de Oz. O diretor Jon M. Chu promete um capítulo mais emocional, mais sombrio e mais conectado ao clássico “O Mágico de Oz”, sem perder o centro afetivo da narrativa: a amizade que desafia reputações, regimes e destinos.
Oz mais vasto e político
A sequência amplia o universo apresentado em “Wicked”, explorando as tensões políticas e sociais de Oz após a ascensão de Glinda e a perseguição de Elphaba. Com um roteiro mais denso, o filme mostra o impacto das decisões tomadas no primeiro capítulo e aprofunda o dilema das personagens diante do poder, da manipulação e da responsabilidade. As diferenças entre elas passam a representar visões opostas sobre o que é “fazer o bem” — um contraponto que se reflete até na direção de arte.
Para a produção, foi construída uma cidade cenográfica de Oz em estúdios de Buckinghamshire, no norte da Inglaterra, com direito a mais de 300 figurinos originais e 80 cenários distintos. Cada ala do reino foi pensada para refletir o contraste entre o esplendor mágico e as sombras da dominação política. O design de produção, assinado por Nathan Crowley (“Interstelar”, “Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge”), levou mais de dois anos para ser finalizado e envolveu centenas de artesãos e técnicos.
Magia e transformação
Entre os bastidores mais comentados da produção está o processo de transformação de Cynthia Erivo (“A Cor Púrpura”, “Harriet”) em Elphaba. A atriz levou cerca de quatro horas diárias de maquiagem para atingir o tom esmeralda característico da personagem — o mesmo usado no musical da Broadway. O figurino, inspirado na estética vitoriana e em elementos pós-punk, reforça o lado rebelde da bruxa que desafia o sistema.
Ariana Grande (“Brilhante Victória”, “Scream Queens”), por sua vez, encara uma Glinda mais madura, politizada e vulnerável. Se no primeiro filme sua personagem representava ingenuidade e prestígio, agora ela enfrenta o peso de ser símbolo de um regime que controla narrativas e imagens. Essa virada também se reflete nas músicas inéditas compostas pelo autor do musical original, Stephen Schwartz (“O Corcunda de Notre Dame”, “Pocahontas”). A trilha inclui três novas faixas, “The Girl in the Bubble”, “No Place Like Home” e “Emerald Heart”, criadas especialmente para destacar o conflito interno das protagonistas.
Novo olhar sobre Dorothy
Outra grande novidade é a entrada efetiva de Dorothy Gale na história — algo que, no musical teatral, acontece apenas de forma indireta. Em “Wicked: Parte 2”, a jovem de sapatos prateados — e não vermelhos, como no filme de 1939 — se torna peça-chave para o desfecho, servindo como espelho para as duas bruxas e conectando a narrativa clássica.
A escolha de incluir Dorothy, segundo Jon M. Chu, foi uma forma de fechar o ciclo da saga. Em entrevistas recentes, o diretor explicou que o objetivo era mostrar o que acontece quando o mito encontra a realidade política de Oz. “Acho que a essência de Wicked está no segundo filme. É aqui que nossos sonhos de infância colidem com o nosso eu adulto”, disse em entrevista à “Vanity Fair”.
Entre sonhos e prêmios
Nos bastidores de Hollywood, a expectativa é que o filme repita o sucesso de crítica e bilheteria do primeiro, que arrecadou mais de US$ 791 milhões mundialmente e se tornou a adaptação de musical de maior sucesso da história do cinema. A performance de Ariana Grande tem sido apontada por analistas como uma das favoritas ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, já que a estrela pop ganha mais tempo de tela e interpreta solos de grande carga dramática. Cynthia Erivo, por sua vez, concentra sua campanha no Oscar de Melhor Atriz, enquanto Stephen Schwartz deve submeter as novas canções na categoria de Trilha Original. As duas protagonistas também receberam indicações ao Grammy 2026 pela faixa “Defying Gravity”, do primeiro filme.
Mais do que encerrar uma franquia, “Wicked: Parte 2” busca reafirmar o sentido de resistência e empatia que tornou o musical um fenômeno global.
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“Filme Wicked: Parte 2”
Estreia nesta quinta-feira (20), com sessões de pré-estreia na quarta (19)
Musical/Fantasia – 2h17min
Não recomendado para menores de 12 anos






















