Cada vez mais, homens buscam intervenções estéticas, como a harmonização facial, para conquistar uma aparência mais alinhada aos seus desejos. Para entender melhor essa tendência, Tapis Rouge buscou a opinião de especialistas nessa intervenção que está caindo no gosto do público masculino
Onivaldo Neto
onivaldo@ootimista.com.br
A busca por um rosto mais simétrico, rejuvenescido ou com traços mais definidos deixou de ser um tabu entre os homens. A harmonização facial masculina, por exemplo, tem ganhado cada vez mais adeptos, impulsionada por diversos fatores como a busca por maior autoconfiança, influência das redes sociais, o envelhecimento precoce e o desejo de realçar a masculinidade. Com esse panorama em vista, Tapis Rouge conversou com Eduarda Diógenes, dentista especialista em harmonização facial, e com Filipe Martins, cirurgião-dentista e especialista em harmonização orofacial, que discorrem sobre diversos tópicos que possam interessar a quem pensa em aderir ao procedimento.
O que é
De acordo com Eduarda, a harmonização facial masculina tem como principal objetivo “(…) realçar traços tipicamente masculinos, como mandíbula marcada, queixo projetado e sobrancelhas mais retas”, descreve. A principal diferença entre o procedimento feito em homens e o que é feito em mulheres está na abordagem e propósito final. Segundo Filipe. “(…) na mulher busca-se suavidade, delicadeza e contornos arredondados [como maçãs do rosto e lábios mais projetados]. Além disso, na face masculina evitam-se volumes excessivos, especialmente em áreas como lábios e bochechas (…)”, elucida.
Ainda conforme o especialista, os procedimentos mais indicados nos pacientes masculinos que desejam realizar a harmonização incluem: “preenchimento com ácido hialurônico para contorno mandibular e queixo, bioestimuladores de colágeno para firmeza e efeito lifting, toxina botulínica para suavizar rugas dinâmicas e sem comprometer a expressão e tecnologias como ultrassom microfocado para definir a face. Ou seja, as técnicas podem ser as mesmas [para ambos os sexos], mas a indicação, a quantidade e a personalização e indicação estética são sempre diferentes”.
Procura
Dados divulgados em 2024 pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) apontaram para um aumento na procura por procedimentos estéticos entre os homens no Brasil. Segundo a instituição, a demanda pelas intervenções deu um salto de 5% para 30%, representando um aumento de 72 mil para 276 mil processos estéticos feitos anualmente. O cenário salientado pela associação já é sentido nos consultórios de Filipe e Eduarda. “A procura aumentou de forma significativa nos últimos anos. Hoje, eles entendem que harmonização não é sinônimo de exagero, mas sim de equilíbrio facial”, ressalta a dentista.
O cirurgião-dentista complementa afirmando ainda que identifica, cada vez mais, nos pacientes homens uma consciência da importância da estética como parte do autocuidado e do bem-estar. “Eles buscam realçar a masculinidade com naturalidade e nada exagerado, mandíbula mais marcada, queixo definido e aquele ar de ‘rosto descansado’ são os pedidos mais comuns. É uma tendência que veio para ficar, com resultados sutis, rápidos e sem tabus”, adiciona.
O primeiro passo
Antes de realizar o procedimento de fato, os pacientes passam por uma avaliação individualizada e criteriosa, conforme corroboram os especialistas. “Levo em consideração a anatomia óssea, proporções faciais, tipo de pele, rotina de cuidados e as expectativas do paciente. Tudo é feito com base na masculinidade facial, respeitando o desejo de resultados sutis e naturais. A partir disso, elaboro um plano estratégico, etapa por etapa”, detalha Eduarda. “Nos homens, foco especialmente na definição do contorno mandibular, do queixo (mento) e da projeção malar, sempre respeitando as características naturais da masculinidade, que pedem traços mais angulosos e marcantes”, relata Filipe Martins.
Além da avaliação estética, o especialista em harmonização orofacial afirma realizar também uma anamnese completa, considerando histórico de saúde, hábitos de vida, uso de medicações e eventuais contraindicações aos procedimentos. “Outro ponto essencial é entender as expectativas: se o paciente busca uma mudança sutil, como suavizar sinais de cansaço, ou um reposicionamento mais evidente, como aumentar a definição da mandíbula. Com todas essas informações, é possível elaborar um plano personalizado,” adiciona o profissional.
Possíveis efeitos colaterais
Apesar de ser considerado um procedimento pouco invasivo, a harmonização facial pode acarretar alguns contratempos. “Quando realizado por um profissional capacitado, os riscos são mínimos. Os efeitos colaterais mais comuns incluem inchaço, alergias, vermelhidão ou hematomas temporários. Casos mais graves, como intercorrências vasculares, são raros e evitados com técnicas avançadas e domínio anatômico”, pontua Eduarda Diógenes.
Filipe ressalta que as possíveis decorrências da intervenção variam conforme a técnica utilizada, o produto e a resposta individual de cada paciente. “Aspectos esperados incluem dor local e assimetrias, facilmente corrigidos. Complicações mais sérias são raras, mas possíveis, reforçando a importância de realizar o procedimento com um profissional qualificado”, reforça.
Recuperação e durabilidade
Quanto à recuperação, os profissionais reiteram que é rápida. A maioria dos pacientes retorna às atividades normais no mesmo dia ou no dia seguinte, de acordo com Eduarda. “Recomenda-se evitar esforço físico por 48 horas, não manipular a área tratada, e seguir rigorosamente as orientações pós-procedimento”, orienta. “Evitar exposição solar e calor excessivo nas primeiras 48 horas e manter a pele limpa e hidratada. O acompanhamento profissional é fundamental para avaliar o resultado e, se necessário, realizar ajustes”, acrescenta Filipe.
Já a durabilidade da intervenção varia conforme alguns aspectos, segundo os profissionais. “Em média, procedimentos como preenchimentos com ácido hialurônico duram entre 12 a 18 meses. Bioestimuladores de colágeno estimulam resultados progressivos que podem durar até 2 anos. A toxina botulínica promove efeitos visíveis por cerca de 4 a 6 meses”, expõe o especialista. “Retoques são indicados conforme o acompanhamento individual, geralmente uma vez ao ano, para manutenção e ajustes sutis”, finaliza Eduarda Diógenes.