As denúncias sobre a suposta ação combinada entre o então juiz federal Sérgio Moro e o procurador Deltan Dalagnol, responsável pela força-tarefa da Operação Lava Jato no Ministério Público publicadas pelo site The Intercept Brasil no último domingo, serviram de base para críticas feitas pelo ex-ministro Ciro Gomes (PDT), durante palestra da Faculdade de Direito da UFC, na segunda-feira, 10.

Ciro, que ficou em terceiro lugar nas Eleições 2018 para presidente, explicou para os alunos: “a regra diz que o juiz não pode aconselhar as partes, não pode antecipar decisões, orientar as táticas etc. Se ele faz isso, ocorre em suspeição e se ele não declara, a parte pode recusar e alegar essa suspeição e todos os atos procedimentais praticados pelo juiz suspeito são nulos”. O ex-governador do Ceará prosseguiu as críticas, ironizando erros gramaticais cometidos por Moro em entrevistas, ao afirmar que o ainda ministro da Justiça “deveria saber disso, apesar de falar ‘conge'”.

De acordo com ele, apesar de não querer entrar no mérito da questão, as 81 páginas da sentença de Moro contra o ex-presidente Lula (PT) no caso do Triplex do Guarujá são frágeis e não se baseiam em provas concretas.

“Eu duvido muito da sua luz jurídica. Acho o Sérgio Moro uma anta, sempre achei. Pouco estudioso, vaidoso, exibicionista e arbitrário. O que ele fez foi espalhar nulidades a pretexto de uma severidade. É um momento constrangedor para a vida do nosso povo, estamos cansados”, comentou, antes de encerrar a sua fala dizendo que Moro “não é boa bisca”.

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