Diretor do premiado longa “Pacarrete”, o cearense Allan Deberton está em São Paulo para gravar as duas primeiras temporadas da série “Uma Garota Comum”, que tem o selo Disney+ Original Productions
Thamy Cavalcante
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Prevista para estrear em 2023, “Uma Garota Comum” é a nova série brasileira realizada pela plataforma de streaming Disney+. A produção, que começou a ser gravada em outubro deste ano, conta com uma equipe de profissionais brasileiros e internacionais. A trama segue a estrela pop latina Alana, que farta de não ter o controle sobre a própria vida, foge para uma pequena cidade no interior do Brasil, onde mora Roberto, seu pai. Com um enredo divertido e emocionante, a série tem direção da carioca Juliana Vonlanten e do cearense Allan Deberton.
Para aproveitar o anonimato pela primeira vez em anos, a cantora Alana, interpretada pela atriz, cantora e compositora colombiana Juliana Velásquez, vencedora do Grammy Latino 2021, cria uma personagem fake. Agora ela é Drica, uma garota comum, que sonha em fazer nada. Nessa experiência, ela só não esperava se apaixonar e ter que lidar com as consequências que essa mentira pode trazer.
Nova aposta da plataforma, “Uma Garota Comum” terá músicas originais e releituras de grandes sucessos, cantados pelo elenco, como “High Life” (Nelly Furtado), “I Can See Clearly Now” (Jimmy Cliff), “Love Is In The Air” (John Paul Young), “Despacito” (Luís Fonsi), “O Sol” (Jota Quest), entre outros grandes hits. No elenco principal, além da colombiana Juliana Velásquez, estão João Gabriel Marinho, Isabela Souza, Eike Duarte, Esteban Velasquez, Alexia Dechamps, Tuca Andrada e Rodrigo Frampton. De acordo com Deberton, o público pode esperar muito desses jovens artistas. “Nosso elenco é muito talentoso e estão todos muito entregues a seus papéis. Vai ficar lindo!”, garante Allan Deberton, em entrevista exclusiva ao O Otimista.
O diretor cearense tem em seu currículo a realização de curtas premiados como Doce de Coco (2010), O Melhor Amigo (2013), Os Olhos de Arthur (2016) e Aqueles Dois (2018), que juntos participaram de mais de 150 festivais nacionais e internacionais e conquistaram 76 prêmios. Além disso, em 2019, Pacarrete, seu longa de estreia como diretor, teve première mundial no 22th Shanghai International Film Festival. O filme foi o grande vencedor do 47º Festival de Cinema de Gramado, com oito Kikitos, sendo exibido nos principais festivais de Cinema do Brasil, como Mostra de Cinema de São Paulo, Festival do Rio, Festival de Tiradentes, Cine Ceará e FAM.
O Otimista – Como surgiu a oportunidade de dirigir uma produção da plataforma Disney+? Como está sendo a experiência?
Allan Deberton – O convite surgiu no início do ano passado para, primeiramente, compor a sala de roteiros da série. Ao longo de meses, construímos personagens e pensamos em uma história que fosse divertida e emocionante, sobre uma popstar internacional que quer fugir um pouco do estrelato. Tive o prazer de trabalhar com roteiristas incríveis, entre eles André Araújo, também cearense e meu parceiro recorrente. Depois, veio o convite para ser um dos diretores da série. Divido a direção com Juliana Vonlanten (diretora geral), Marcelo Trotta e Flávia Vilela nas duas temporadas.
O Otimista- Uma série que se passa no Brasil, mas conta com um elenco de diversas nacionalidades. Como está sendo a experiência de dirigir artistas de outras culturas?
Allan Deberton- Está sendo muito prazeroso trabalhar com Juliana Velasquez, Esteban Velasquez e Alexia Dechamps. Esteban e Alexia vivem há algum tempo no Brasil, mas Juliana veio especialmente para fazer a série. Além deste trio, fazem parte da série os brasileiros João Marinho, Eike Duarte, Isabela Souza, Tuca Andrada e Rodrigo Frampton. Nosso elenco é muito talentoso e estão todos muito entregues a seus papéis. Vai ficar lindo!
O Otimista- Um cearense, em São Paulo, dirigindo uma série internacional. O que isso significa para você e para os profissionais de audiovisual cearense?
Allan Deberton- É uma loucura muito boa! A grandiosidade da produção me deixava, inicialmente, bastante ansioso, pois nunca imaginei dirigir uma série para a Disney e isso gera, claro, uma grande responsabilidade. Senti-me bastante acolhido e estou feliz com a experiência, onde aprendo bastante. Acredito que, para o audiovisual cearense, isso significa uma representatividade dos talentos que temos – e somos muitos – que podem ocupar lugares no audiovisual mundo afora. Sempre acreditei que o intercâmbio cultural é uma das melhores formas para acelerar processos criativos e profissionalizar.
O Otimista- Um grupo de jovens artistas, uma produção voltada ao público infanto-juvenil, existe diferença em dirigir esse modelo de produção, em comparação aos seus trabalhos voltados ao público mais velho?
Allan Deberton- Sempre trabalhei com protagonistas jovens nos meus curtas-metragens e isso pesou, acredito, quando me convidaram para fazer parte da série. Essa experiência e o fato de trabalhar com temas humanos e paixões juvenis são o que tento agregar de forma mais dedicada neste projeto atual, com a Disney.
O Otimista- Qual está sendo o maior desafio desse projeto?
Allan Deberton- A dinâmica do streaming é outra totalmente diferente da do cinema independente. O streaming, em função do volume de produção e entrega de episódios, considerando uma cadeia global de exibição, pede sempre muita urgência. E essa urgência ecoa no set, com um ritmo de produção muito mais acelerado que o de costume, por exemplo, ao fazer cinema. É um outro modelo de trabalho e eu queria viver essa experiência.
O Otimista- O que o público pode esperar dessa série? Já pode dar algum detalhe?
Allan Deberton- O que posso dizer é que será uma série muito diferente e cheia de hits musicais. A segunda temporada foi confirmada ainda quando escrevíamos a primeira e desconfio que há uma razão importante para isso: a série, desde os roteiros, soava divertidíssima. Torço para que o público maratone e faça campanha por uma terceira temporada!
