Chapéu de Indiana Jones foi feito no Brasil; conheça a história

Indiana Jones é um dos personagens mais conhecidos do cinema mundial, mas o que nem todo mundo sabe é que o chapéu que ele usa nos cinco filmes da franquia foi criado no Brasil, mais precisamente em Campinas.

“Veio um fabricante de chapéus dos EUA que trabalhava na maior fábrica da época. Como ele tinha ouvido falar da gente, veio na nossa fábrica e perguntou se nós conseguíamos fazer um modelo com uma aba um pouco maior, porque ia sair num filme”, revelou Sérgio Cury Zakia, ex-proprietário da fábrica de chapéus Cury. “Para nós foi uma surpresa, mas dissemos que conseguíamos”, afirmou o empresário em entrevista ao Museu da Pessoa, via Folha de S.Paulo.

A fábrica brasileira produziu cerca de 6.000 chapéus, conhecidos como carapuças, que foram posteriormente enviados para os Estados Unidos, onde receberam o acabamento final. “Depois tentamos colocar o nome Indiana Jones, mas ele não deixou. Disse que tinha que pagar um dinheirão. Então nós chamamos de modelo Indiana Jones. Aí podia usar”, explicou Zakia.

Apesar do papel importante desempenhado pela fábrica na criação do famoso chapéu de Indiana Jones, a área onde a antiga fábrica estava localizada passou por um processo de demolição para dar lugar a um novo empreendimento.

Julia Zakia, diretora de fotografia e atual proprietária da fábrica, expressou o desejo de criar um minimuseu da chapelaria com as peças, máquinas, moldes, publicidades antigas e fotografias que foram preservadas. “Eu uso alguns [chapéus], às vezes. São joias, têm valor comercial, por serem eternos se bem cuidados, e valor afetivo por terem sido feitos na fábrica do meu avô, por muitas mãos de trabalhadores que conheci por nome, que entrei na casa”, contou ela ao G1.

Julia é bisneta de José Zakia, que integrava a sociedade da fábrica icônica com Miguel Vicente Cury. Aos 39 anos, a cineasta produziu dois filmes atrelados à história da família e da fábrica. O primeiro é “O chapéu do meu avô”, de 2004, onde retrata a relação com o avô Sérgio, e o segundo é “Planeta fábrica”, de 2019, onde faz uma abordagem analítica com depoimentos de trabalhadores.

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