Casa D’Alva celebra 10 anos com exposição de artistas brasileiros de destaque na Bienal de Veneza

Exaltando a qualidade da produção artística nacional, a exposição “Arte Brasileira – Na Bienal de Veneza e na Casa D’Alva” será aberta nesta sexta-feira (14). A mostra marca os 10 anos da Casa D’Alva e reúne 50 obras de 20 renomados artistas brasileiros, como Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti

Sâmya Mesquita
samya@ootimista.com.br

Fortaleza será agraciada com uma seleção de obras de alguns dos maiores artistas brasileiros do Século XX. A Casa D’Alva inicia as comemorações do seu décimo aniversário com a exposição histórica Arte Brasileira – Na Bienal de Veneza e na Casa D’Alva. Com inauguração marcada para esta sexta-feira (14), às 18h30, a mostra reúne 50 obras de 20 artistas nacionais que representaram o Brasil na Bienal de Veneza.

A exposição traz nomes icônicos da arte brasileira como Alfredo Volpi, Anna Maria Maiolino, Anita Malfatti, Candido Portinari, Cícero Dias, Claudia Andujar, Di Cavalcanti, Djanira, Eliseu Visconti, Fulvio Pennacchi, Ione Saldanha, Ismael Nery, Judith Lauand, Amadeo Luciano Lorenzato, Maria Polo, Rubem Valentim, Tarsila do Amaral, Tomie Ohtake, Victor Brecheret e Waldemar Cordeiro.

José Guedes, responsável pela Casa D’Alva, explica que a ideia surgiu ao ver a lista dos artistas selecionados para a bienal italiana. “Alguns [quadros] eu já havia exposto, em [mostras] individuais ou coletivas, como Volpi, Di Cavalcanti, Ismael Nery, Waldemar Cordeiro, mas a grande maioria não! Então caímos em campo para conseguir obras desses artistas que tivessem relevância dentro das respectivas trajetórias. Acredito que fomos bem-sucedidos”, diz o artista.

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Di Cavalcanti. (Foto: Divulgação)

Entre os destaques da exposição estão uma coleção de 11 pinturas de Di Cavalcanti, abrangendo desde os anos 1930 até os anos 1970, aquarelas de Ismael Nery e sete desenhos de Tarsila do Amaral, incluindo o raro estudo A Lua, de 1928, que pertence ao acervo do Museu de Arte Moderna de Nova York. “A exposição é emocionante pelo alto nível das obras”.

Ao Tapis Rouge, Guedes confidencia que o processo de curadoria foi desafiador e demandou um trabalho minucioso para garantir a qualidade das obras expostas. “As escolhas dos artistas estão completamente ligadas ao que foi selecionado para a Bienal de Veneza. Isso só foi possível pela credibilidade conquistada pela Casa D’Alva ao longo desses 10 anos e, consequentemente, pelas parcerias que foram se consolidando ao longo desse tempo”, explica o curador.

A Casa D’Alva

A galeria Casa D’Alva fica na Aldeota, na antiga residência de dona Alva, mãe de José Guedes. Ao refletir sobre os 10 anos de trajetória da galeria/espaço cultural, Guedes compartilha seu orgulho e satisfação com o trabalho de trazer a Fortaleza exposições relevantes. “A Casa D’Alva foi a realização de um sonho: o de ter uma galeria de arte que funcionasse como um museu de arte. Um espaço no qual eu pudesse continuar pondo em prática toda a experiência adquirida quando fui curador de instituições como a Casa Raimundo Cela e o MAC Dragão do Mar. É assim que se passaram 10 anos sem qualquer tipo de concessão, priorizando radicalmente a qualidade do que vinha sendo exposto”, destaca.

Para o futuro, Guedes revela que a Casa D’Alva continuará mantendo seu rigor e qualidade, mesclando arte moderna com arte contemporânea, com foco principal na arte latino-americana. “Teremos a seguir uma exposição com artistas equatorianos, fruto de uma parceria com a Bienal de Cuenca”, adianta, mostrando que a Casa D’Alva seguirá sendo um polo vital para a arte no Ceará e além.

Serviço

Exposição Arte Brasileira – Na Bienal de Veneza e na Casa D’Alva

Casa D’Alva. R. João Brígido, 948, Aldeota
Inauguração nesta sexta, 14 de junho, às 18h30
Em cartaz até 13 de julho
Mais informações pelo Instagram @casadalvavirtual

Mais

Entenda a importância da Bienal de Veneza

Com sua primeira edição em 1895, a Bienal de Veneza é a mais prestigiada exposição de arte do mundo, sendo um termômetro artístico e expoente de realização para artistas de todo o planeta. É composta por uma exposição principal, no Padiglioni Centrale (Pavilhão Central), além de pavilhões organizados por dezenas de países.

A primeira participação do Brasil na Bienal de Veneza foi em 1950, na 25ª edição. Atualmente nosso país tem um pavilhão próprio no evento, com curadoria feita pela Fundação Bienal de São Paulo. Inclusive, a própria Bienal de São Paulo é inspirada nos moldes da italiana.

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