O aumento dos aluguéis de curto prazo em Barcelona está elevando drasticamente o custo de vida na capital catalã. Em resposta, o governo local planeja proibir o aluguel de apartamentos para turistas até 2028, na tentativa de tornar a habitação mais acessível para os residentes.
Durante uma reunião do Conselho Municipal em 21 de junho, o prefeito de Barcelona, Jaume Collboni, destacou que o acesso à moradia se tornou um fator de desigualdade, especialmente para os jovens. “Não podemos permitir que a maioria dos jovens que desejam sair de casa também tenham que deixar Barcelona”, afirmou Collboni, segundo o El País. A cidade tem sido afetada por um turismo excessivo, que encarece a moradia, com os aluguéis subindo quase 70% nos últimos dez anos e o custo de compra de casas aumentando em 40%.
A Espanha, que recebeu mais de 85 milhões de turistas internacionais em 2023, é um dos destinos mais visitados do mundo, ficando atrás apenas da França. Barcelona, a região que mais recebeu turistas estrangeiros no país, tem enfrentado dificuldades para controlar o número de aluguéis de curto prazo. Desde 2012, é necessária uma licença turística chamada “Vivienda de Uso Turístico” para aluguéis de períodos inferiores a 31 dias, e em 2023, as regras foram ainda mais restritivas.
A proposta de proibição visa eliminar os 10.101 apartamentos turísticos licenciados na cidade até novembro de 2028, mas já está gerando controvérsias. Segundo o jornal La Vanguardia, espera-se uma “guerra judicial sangrenta” com vários atores do setor de turismo contestando a medida. A plataforma de aluguel de férias Airbnb, que possui muitos anúncios em Barcelona, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.