Melhorar a alimentação é crucial para a saúde, mas nem todas as práticas que aparentam ser benéficas são realmente saudáveis.Especialista explica quais são esses hábitos e como evitar armadilhas alimentares que, apesar da boa intenção, podem comprometer o bem-estar
Sâmya Mesquita
samya@ootimista.com.br
Já virou consenso a ideia de que melhorar a alimentação ajuda na saúde e na qualidade de vida. Porém, algumas práticas que parecem benéficas podem, na verdade, ser prejudiciais se adotadas sem a devida orientação. Alimentos diet, shakes proteicos e até mesmo o óleo de coco são frequentemente considerados saudáveis, mas seu consumo sem orientação pode ter o efeito contrário.
Ao Tapis Rouge, a nutricionista Emanuelle Moura alertou sobre os alimentos diet ou zero açúcar. À primeira vista, incorporá-los na alimentação parece uma alternativa inteligente, mas é importante avaliar os rótulos nutricionais, pois podem conter aditivos químicos e edulcorantes que, em excesso, podem prejudicar a saúde. “Os alimentos diet têm um público específico, mas muitos são ultraprocessados e podem conter grande quantidade de sódio e aditivos químicos. É essencial verificar a lista de ingredientes”, explica.
Essenciais
Outro hábito comum é substituir o tradicional prato de arroz e feijão por saladas. Embora as saladas possam ser saudáveis, é necessário garantir que as refeições sejam nutricionalmente balanceadas. “Trocar o arroz com feijão por salada pode não ser uma boa ideia, pois esses alimentos oferecem aminoácidos essenciais. A combinação de arroz, feijão e salada oferece mais saciedade e melhora o funcionamento intestinal”, destaca a nutricionista.
Na mesma linha, cortar carboidratos da dieta na tentativa de emagrecer é um engano comum. Segundo a nutricionista clínica e esportiva, os carboidratos são essenciais para fornecer energia ao corpo, especialmente durante o exercício físico. “Cortar carboidratos pode levar ao efeito rebote, em que o corpo pede por esses alimentos de maneira exagerada, resultando em um consumo descontrolado”, explica.
Emanuelle também alerta para o uso indiscriminado de shakes de proteína após os treinos. Ela afirma que é comum acreditar que suplementação é necessária para alcançar objetivos, mas nem sempre isso é verdade. “Se você trocar uma refeição completa por um shake de proteína, pode estar ingerindo menos nutrientes essenciais. Dependendo do shake, ele pode ser tão calórico quanto uma refeição completa, mas com menos valor nutricional”, afirma a profissional, que trabalha com emagrecimento feminino e saúde da mulher.
Outros enganos
Outro erro comum é o uso de óleo de coco como substituto de outros óleos. Embora seja uma gordura vegetal, é rico em gordura saturada, o que pode aumentar o risco de problemas cardiovasculares. “Apesar de ter triglicerídeos de cadeia média, que são benéficos, o óleo de coco é altamente saturado. É importante consumir com moderação e, quando possível, optar por azeite extravirgem”, aconselha a especialista.
Até o vinho é uma bebida alcoólica que requer moderação, apesar de seus benefícios antioxidantes. O consumo excessivo de álcool pode levar a uma série de problemas de saúde, como doenças hepáticas e gastrointestinais. A nutricionista reforça que “um pouco de vinho pode ser benéfico, mas o consumo excessivo prejudica a absorção de nutrientes e pode comprometer a saúde a longo prazo”.
Por isso, antes de adotar hábitos alimentares que parecem saudáveis, é crucial consultar especialistas e considerar o impacto de longo prazo dessas escolhas. Fazer ajustes no cardápio diário com orientação profissional pode ser a melhor estratégia para garantir saúde e bem-estar.