A paquera nas redes sociais está ainda mais em alta em tempos de covid-19

Em dias de isolamento social ficou mais difícil marcar encontros com quem se gostaria de estar. Mas, nas redes sociais, a paquera ainda rola solta

Como forma de amenizar a saudade do afeto e da companhia ou mesmo conhecer novas pessoas, muitos encontraram nas plataformas digitais uma alternativa para paquerar e namorar. Nestes tempos de pandemia, elas ganharam ainda mais força! Seja através de aplicativos especializados para solteiros – como Tinder, por exemplo -, ligações telefônicas ou mensagens e vídeos whattsapp, o contato vem sendo feito e tem rendido muitas histórias no cotidiano. O Otimista conversou com algumas dessas pessoas. Confira!

Encontro virtual

No domingo anterior a uma dessas noites de sexta-feira de quarentena, a educadora Eveline Fonteles recebeu e aceitou o convite para um encontro virtual, feito por uma pessoa a quem tem “muito afeto” e não via presencialmente há duas semanas. “Eu vou às quintas-feiras ao supermercado, dia escolhido da semana para esse período, então aproveitei e comprei tudo que foi necessário. Preparei o isopor, comprei gelo, bebidas, comidinhas (dadinhos de tapioca e presunto de parma) e deixei tudo ao meu alcance para que eu saísse, o mínimo possível, de frente do computador. Ele também fez algumas compras e conversamos por cerca de sete horas”, conta.

Como era uma sexta-feira, dia que gosta de sair e ir ao encontro de pessoas especiais e do mar, “eu me vesti como se estivesse indo para uma noite em algum lugar, como à praia. Tomei um banho gostosíssimo, coloquei o meu melhor perfume, apesar dele não sentir o cheiro naquele momento; me maquiei minimamente, ajeitei meu cabelo e coloquei o colar que eu amo”. “Foi uma noite incrível, um encontro muito intenso”, como bem disse ela.

 Aplicativos

A artesã Andréa Fontenele diz que sempre gostou de paquerar através de aplicativos e, nesse período de reclusão social, eles têm sido a alternativa que ela tem utilizado para interagir com novas pessoas. Mas nada de encontro durante todo esse período. “Acho que agora o momento tem criado um clima de desinteresse. Eles perguntam logo: quando é que a gente vai se ver? Aí eu já quebro as forças e vou logo dizendo que só saio quando tudo isso passar. E tem muita gente se encontrando. Nem parece que estão de quarentena. Mas eu estou de verdade. Não saio nem para ir ao mercantil”.

Em clima de prevenção ao novo coronavírus, Andréa diz que, caso venha a conhecer uma pessoa e a conversa tiver continuidade de forma consciente, o encontro será inevitável após o fim da pandemia. “Sim, eu daria continuidade à paquera. Só que muitos deles não têm muita paciência de esperar. Mas, se rolar e aparecer alguém legal e prevenido, eu vou sim”.

 Noivos

“Nos falamos todos os dias pelo whattsapp e nos vemos duas vezes por semana. Ambos estamos trabalhando exclusivamente de casa e só saímos para fazer compras nos supermercados mais próximos. Quando nos vemos aproveitamos cada minuto. Vemos filmes e ouvimos música. Esses dias assistimos um documentário muito interessante sobre a Nina Simone (cantora)”, explica o tradutor e intérprete Nicolas Ayres.

Noivo da professora Alessandra Schiarantolla e com casamento marcado para o próximo mês de junho no Uruguai, ele diz que não sabe como a cerimônia será realizada, por conta da pandemia. “Ainda não temos a menor ideia do que vai acontecer e do que vamos fazer sobre o casamento. As fronteiras estão fechadas e nosso voo foi cancelado. Iríamos só casar e curtir uma ‘lua de mil’, como ela sempre disse”.

Paquera

O estudante de Marketing, Derik Muniz, conta que, devido à pandemia da covid-19, tem sido difícil a socialização e as paqueras fora de casa. “A quarentena e o isolamento social me deixam muito entediado. Depois de eu ter feito minhas obrigações em casa, logo vem a vontade de ter um contato físico, de paquerar e de se sentir desejado. Sempre usei aplicativos de relacionamento e, na minha opinião, são sempre eficazes para conseguir um encontro”, relata.

Segundo ele, ultimamente tem sido diferente. “Tive que me contentar e me adaptar a uma paquera que, por enquanto, será apenas online. Todos com quem converso geralmente estão cientes da importância de ficar em casa, mas alguns não conseguem manter uma conversa, acho que porque não estavam acostumados a ficar só no app. Devido a isso decidi utilizar só a ferramenta namoro do Facebook, pois lá consigo ter mais diálogo e até não me sobrecarrego com tantos apps de relacionamento. Lá fiz bons contatos e creio que vou mantê-los até a quarentena acabar”, acredita.

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