Aos 27 anos, Zara Larsson parece ter encontrado o botão ativa o estrelato mundial. Com o álbum “Midnight Sun”, lançado em setembro de 2025, a cantora sueca não só reviveu a carreira como também acendeu o holofote para si mesma
Sâmya Mesquita
samyamesquita@ootimista.com.br
Durante quase uma década, Zara Larsson parecia viver na penumbra entre o sucesso e o esquecimento — famosa o bastante para frequentar as paradas europeias, mas sem conseguir romper a bolha global que consagra uma verdadeira estrela pop. Em 2025, essa fronteira finalmente se rompeu com o “Midnight Sun”, álbum que levou a sueca ao centro da conversa e marcou o início de uma nova era artística. No calor das pistas e sob a luz interminável do verão nórdico, Zara renasce como quem entende que o brilho próprio, às vezes, demora, mas nunca deixa de encontrar seu caminho.
Menina prodígio
Nascida em Solna, Zara Larsson foi revelada ainda criança ao vencer a versão sueca do Got Talent com apenas 11 anos. Logo depois, assinou com uma gravadora aos 13 e, antes dos 20, já emplacava sucessos como “Lush Life” e “Never Forget You”, ambos ultrapassando a marca de um bilhão de reproduções. Ainda assim, a aura de “próxima grande estrela” nunca se consolidava por completo.
O caminho até o topo, porém, foi de aprendizado e resistência. Zara sempre foi uma artista de ambição declarada, mas viu parte da indústria tratá-la como promessa infinita. A herança do pop sueco — de melodias cristalinas e perfeição quase científica — sempre foi uma referência, mas ela queria mais. “Tenho muito orgulho da minha herança pop sueca, então quis escrever sobre um verão sueco, onde o sol nunca vai embora”, contou ao anunciar o álbum. O conceito se tornaria o ponto de partida de uma virada simbólica e criativa.
Saindo do flop
Com “Midnight Sun”, lançado em setembro de 2025, Zara Larsson finalmente quebrou o ciclo do “quase”. O álbum, seu quinto de estúdio, foi produzido por nomes como MNEK, Margo XS, Zhone e Helena Gao, e descrito pela crítica como “cheio de vocais sem esforço, melodias marcantes e energia total”. O The Harvard Crimson definiu o projeto como “sonho de uma princesa pop”, e a recepção comercial acompanhou: número 1 nas paradas suecas e crescimento de 243% nas reproduções no Brasil, segundo a Deezer. Mais do que números, o álbum trouxe uma sensação de maturidade e transformou a insegurança da cantora em combustível.
Parceria com o Brasil
Entre os muitos fatores que ajudaram Zara a romper fronteiras está a conexão cada vez mais forte com o público brasileiro — especialmente com o funk. Desde sua passagem pelo Rock in Rio 2024, ela incorporou a batida e a energia do país à sua estética pop. “Eu apenas amo o funk brasileiro… tem algo no ritmo que me faz querer dançar”, afirmou em entrevista ao g1.
Em Midnight Sun, essa influência se insinua em faixas como “Hot & Sexy” e “Girl’s Girl”, que misturam synthpop escandinavo a batidas tropicais, criando um híbrido irresistível. “Eu amo o Brasil e sinto que tive apoio e sou bem recebida há muito tempo. Tenho que levar o meu show para o Brasil”, disse. A fusão é natural e estratégica: ao conectar o rigor melódico da Suécia com a pulsação brasileira, Zara encontrou uma nova linguagem — mais viva, mais plural e, acima de tudo, mais global.






















