Do cancelamento à aclamação, conheça Rachel Zegler, a Branca de Neve dos cinemas e a nova Eva Perón do teatro

Rachel Zegler vive um novo ápice na carreira após beirar a depressão. Aos 24 anos, a atriz e cantora americana enfrentou crises de saúde mental com as polêmicas do live-action de Branca de Neve, mas ressurgiu nos palcos de Londres, vivendo Eva Perón, provando que o talento supera qualquer tempestade. Conheça a jornada da artista que é um retrato da resiliência na era do cancelamento

Sâmya Mesquita
samyamesquita@ootimista.com.br

Imagine sofrer um cancelamento aos vinte e poucos anos e, pouquíssimo tempo depois, ser ovacionada por multidões. Foi exatamente o que Rachel Zegler passou recentemente. Aos 24 anos, a atriz e cantora já viveu o suficiente para protagonizar um filme da Disney, ser cancelada na internet, enfrentar uma crise de saúde mental e renascer nos palcos de Londres: tudo em menos de cinco anos de carreira. Do sucesso de Amor, Sublime Amor (2021) à atual aclamação como Evita Perón em West End, Londres, passando pelo controverso live-action Branca de Neve (2024), a americana prova que o caminho para o estrelato nem sempre é linear.

Aos 16 anos, Zegler foi descoberta por ninguém menos que Steven Spielberg, em uma seleção com outras 30 mil atrizes para viver a protagonista de Amor, Sublime Amor. O trabalho foi tão primoroso que lhe rendeu um Globo de Ouro na categoria de melhor atriz de comédia ou musical. Isso aos 20 anos de idade!

Em 2023, estrelou a prequela Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes (2023), que arrecadou US$ 349 milhões mundialmente. “Rachel trouxe uma vulnerabilidade e força incríveis para Lucy Gray”, elogiou o diretor Francis Lawrence ao The Hollywood Reporter. “Ela tem essa qualidade rara de fazer você torcer por ela em qualquer papel”.

Cancelamento
Foi na crista da onda que a atriz aceitou viver a princesa mais icônica da Disney, a Branca de Neve. Porém, mal poderia imaginar o turbilhão que estava por vir. “Achava que estava pronta para qualquer coisa depois do Globo de Ouro, mas nada me preparou para o que aconteceu”, confessou em entrevista à revista iD. O filme, que custou US$ 270 milhões, arrecadou apenas US$ 87 milhões e se tornou um dos maiores fracassos da Disney, com direito a nota 2.0 no agregador IMDb e críticas devastadoras.

As polêmicas começaram antes mesmo das filmagens, quando a própria fez alegações polêmicas sobre modernizar o conto de fadas, durante entrevista. “[Na história original de 1937] há um foco enorme numa história de amor com um cara que literalmente persegue a protagonista. Esquisito, né? Então, não fizemos isso dessa vez”. Os fãs criticaram as falas, alegando que Zegler não só parecia ingrata como também desrespeitava a história clássica.

O estresse foi tanto que a atriz desenvolveu sintomas graves de ansiedade e depressão. Somou-se a isso supostos desentendimentos com Gal Gadot, atriz que deu vida à Rainha Má no filme. “Cheguei num ponto onde precisei voltar para casa dos meus pais em Nova Jersey e começar tratamento com medicação”, revelou. “Não conseguia me levantar da cama. Foi como se o mundo inteiro tivesse decidido que eu era o problema”.

Aclamação

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Rachel caracterizada como Eva Perón (Foto: Reprodução/Instagram)

Enquanto Branca de Neve afundava nas bilheterias, Zegler encontrou refúgio onde tudo começou para ela: a música. O desempenho como Eva Perón no musical Evita, em cartaz no London Palladium, tem sido ovacionado pela crítica e pelo público. “É incrível como a vida dá voltas. Um ano atrás, as pessoas me xingavam no Twitter. Agora, todas as noites, centenas de fãs se aglomeram na rua só para me ouvir cantar Don’t Cry for Me Argentina da sacada do teatro”, contou em entrevista ao The Guardian, referindo-se a um momento da apresentação em que qualquer transeunte – não necessariamente quem pagou ingresso para ver a peça completa – pode ver a atriz cantando, loiríssima.

Questionada sobre como superou o período mais difícil da carreira, Zegler foi categórica: “Poderia ter ficado me lamentando, mas escolhi seguir em frente. O teatro me lembrou por que amo atuar”.

Não há informações sobre novos filmes com a atriz, mas Evita fica em cartaz em Londres até 6 de setembro, chegando à Broadway em 2026. Enquanto isso, uma multidão se reúne para ouvir a atriz ecoar nas ruas do West End. E, pelo menos por enquanto, parece que Rachel finalmente encontrou seu “felizes para sempre” – sem príncipe encantado.

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