Após o sucesso estrondoso de “Parasita”, vencedor de quatro Oscars, Bong Joon-ho retorna com a ficção científica “Mickey 17”. Estrelado pelo astro Robert Pattinson, longa promete ser uma das grandes estreias do ano, aumentando as expectativas para a próxima temporada de premiações
Onivaldo Neto
onivaldo@ootimista.com.br
O prestigiado cineasta sul-coreano Bong Joon-ho (“Parasita” e “Expresso do Amanhã”) escolheu o livro “Mickey7”, escrito pelo romancista Edward Ashton, para basear a história da produção que marca o seu retorno aos cinemas, “Mickey 17”. Com toques de humor e crítica social, a ficção científica, protagonizada pelo ator Robert Pattinson (“The Batman”), chega às telonas brasileiras nesta quinta-feira (6), após estreia mundial no 75º Festival Internacional de Cinema de Berlim, em fevereiro. Nomes de peso como Mark Ruffalo, Toni Collette, Steve Yeun e Naomi Ackie também estão confirmados na trama.
Enredo
Em um futuro distópico, Mickey Barnes, um homem em busca de redenção financeira, se inscreve para ser um “descartável” na colônia humana de Nilfheim. Lá, clones operários como Mickey são criados para realizar tarefas perigosas e letais, servindo aos interesses da administração autoritária. A cada morte, um novo clone é gerado, perpetuando o ciclo de exploração e desumanização. Durante uma missão de alto risco, um dos clones de Mickey, identificado como Mickey 17, é erroneamente declarado morto e substituído por Mickey 18.
No entanto, Mickey 17 retorna à colônia, encontrando seu substituto e desencadeando uma série de eventos que desafiam as rígidas regras de Nilfheim. A existência de duas versões do mesmo clone é uma infração grave, punível com a eliminação de ambos. Em meio à opressão e à luta pela sobrevivência, Mickey 17 e Mickey 18 se unem para confrontar os líderes tirânicos e questionar as regras que transformam vidas humanas em meros descartáveis. A jornada dos clones se torna uma reflexão profunda sobre identidade, existência e a busca pela liberdade em um mundo onde a vida é descartável.
Chances de Oscar(s)
Robert Pattinson pode finalmente ter sua chance de brilhar no Oscar. O ator já tem sido apontado como um forte candidato à indicação na premiação de 2026 por sua atuação em “Mickey 17”. A expectativa em torno de Pattinson se dá, principalmente, após um elogio público do diretor sul-coreano Park Chan-wook (“Oldboy”; “A Criada”). Em sua conta no X (antigo Twitter), Chan-wook expressou seu apoio ao ator, afirmando que ele merece ser indicado tanto na categoria de Melhor Ator quanto na de Melhor Ator Coadjuvante por seu trabalho no filme.
“Aos membros da academia, por favor, deem a Robert Pattinson o prêmio de melhor ator e melhor ator coadjuvante. Deem a ele os dois!!”, escreveu o diretor. A declaração de Chan-wook gerou grande repercussão nas redes sociais e na imprensa especializada, impulsionando a campanha para que Pattinson seja indicado ao Oscar. O ator, que já recebeu elogios por suas performances em outros filmes, pode finalmente ter a chance de concorrer à estatueta dourada.
Adiamentos
Um dos filmes mais aguardados do ano, “Mickey 17” tem sua trajetória marcada por diversos adiamentos, o que aumentou a ansiedade dos fãs de Joon-ho, único diretor da história a vencer o Oscar de Melhor Filme com uma produção em língua não-inglesa, por Parasita. Uma das justificativas para os atrasos no lançamento do longa seria a greve dos roteiristas e atores dos Estados Unidos, que aconteceu em 2023, além de mudanças em sua produção. Por causa desses eventos, o filme, inicialmente previsto para 29 de março de 2024, precisou de mais tempo para ser finalizado.
Após a primeira mudança, a Warner Bros., produtora da película, divulgou que o lançamento do longa aconteceria em 2025. A partir daí, “Mickey 17” ainda ganhou novas datas, sendo uma das últimas 17 de abril de 2025. A data não se manteve por muito tempo, mas, para a felicidade de cinéfilos e críticos, a produção acabou sendo adiantada para 6 de março, sem mudanças posteriores. Além de ser o novo projeto de Joon Ho em cinco anos, o filme também é o primeiro trabalho de Pattinson nos cinemas em três anos, após “The Batman”.
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CURIOSIDADES:
Robert Pattinson usa diferentes vozes para cada uma de suas versões no filme, a fim de diferenciá-los. Para isso, o ator se inspirou na série animada The Ren & Stimpy Show;
O título do longa possui o número 17 em alusão a versão atual do personagem principal da história. Ou seja, 16 outros clones do personagem já morreram;
Bong Joon-ho revelou que o sucessor de Mickey 17 será um longa de horror e ação. O diretor afirmou que pretende usar o subterrâneo de Seul, na Coreia do Sul, como principal cenário;
Tendo estreado em Londres, o longa recebeu diversas críticas positivas do público britânico. Boa parte delas foram direcionadas às atuações de Pattinson e Mark Ruffalo. No entanto, o tom político da produção pode dividir opiniões, afirmaram críticos.
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Filme Mickey 17
Estreia nesta quinta-feira (6)
Ficção científica/Comédia
Classificação 16 anos
