O Espaço Cultural Unifor abre, nesta semana, três exposições que oferecem visões diversificadas sobre a arte e o mundo. Trajetórias Artísticas Unifor traz obras de Claudio Cesar e Totonho Laprovitera, enquanto Centelhas em Movimento soma obras de diversos artistas brasileiros à tecnologia 3D
Sâmya Mesquita
samya@ootimista.com.br
O Espaço Cultural Unifor abre suas portas para três novas exposições a partir desta segunda-feira (12), às 19h: Fabricando Elefantes Todos os Dias, de Claudio Cesar, Colecionando Afetos, de Totonho Laprovitera, e Centelhas em Movimento, com obras da Coleção Igor Queiroz Barroso.
Fabricando Elefantes Todos os Dias e Colecionando Afetos são fruto do projeto Trajetórias Artísticas Unifor, com curadoria da artista plástica e arquiteta Andréa Dall’Olio Hiluy, que visa apresentar a produção de artistas cearenses nas galerias térreas. Já Centelhas em Movimento ocorre no piso superior e reúne obras da Coleção de Igor Queiroz Barroso de importantes artistas brasileiros, como Tarsila do Amaral e Hélio Oiticica.
Trajetórias Artísticas Unifor
Fabricando Elefantes Todos os Dias presta uma homenagem à vida e obra de Cláudio César (1956-2018) e propõe um mergulho em uma narrativa visual revelando as nuances e a riqueza simbólica presentes em cada obra. Seu universo surrealista não é óbvio e propõe uma leitura pessoal de sua história de vida e seus devaneios, sem restrições.
Ao Tapis Rouge, a filha do artista, Renata Guimarães, fala da importância de se preservar e divulgar as obras do pai, dando continuidade ao seu legado. “Cada exposição é mais do que uma celebração artística; é um elo que me conecta a ele, permitindo-me sentir sua presença como se, de alguma maneira, ele continuasse a viver através da expressão única de sua arte”, reflete a criadora do Instituto Cláudio César. “Aprendi com ele a contemplar as nuvens e a abraçar um olhar sensível para o mundo. Uma dádiva que, embora traga grande alegria, também pode ser desafiadora em meio à complexidade da sociedade”.

Já Colecionando Afetos é uma celebração às cinco décadas de arte de Totonho Laprovitera, fazendo não uma narrativa cronológica, mas afetiva e expressiva de seus principais trabalhos. A exposição contempla três núcleos, com cerca de 110 obras: a Sala Motes narra sua história artística e documental; a Sala Afetos apresenta o presente, com obras ligadas às conexões emocionais; e a Próxima Página em Branco traz vislumbres do horizonte futuro através dos olhos visionários do artista.
Totonho nos conta que expor na Unifor já faz parte de sua trajetória artística. Mas essa experiência, em particular, se tornou uma realização por ser uma celebração aos seus 50 anos de produção. “Através da arte, eu procuro ir muito além do entretenimento. Eu ouso em meu ser e fazer artístico conseguir com que as pessoas enxerguem novas perspectivas de mundo através do bem, que a gente encontra tanto nas coisas simples e preciosas da vida”, afirma.
Centelhas em Movimento

A exposição traz obras da Coleção Igor Queiroz Barroso ao Ceará, terra natal do colecionador, com curadoria de Paulo Miyada e Tiago Gualberto. Após uma temporada no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, a mostra conta com cerca de 190 obras de autoria de mais de 55 artistas. O objetivo é refletir sobre o caráter ambivalente da arte brasileira, ressaltando a amplitude artística que, ainda hoje, permite novas perspectivas e compreensões.
Com foco especial na arte moderna brasileira, a exposição acaba por permear as décadas de 1950 e 1970. “Esse adensamento de produções também reflete um contingente bastante diverso de artistas, além de nos oferecer privilegiados pontos de observação das maneiras com que os valores modernos foram transformados e multiplicados na metade do século XX”, sublinha Tiago, um dos curadores. Entre as obras, estão Nossa Senhora da Piedade, de Aleijadinho (1738-1814) e Índia e Mulata, de Candido Portinari (1903-1962). Os artistas cearenses também também estão presentes na mostra, entre eles Sérvulo Esmeraldo (1929-2017), Leonilson (1957-1993) e Antonio Bandeira (1922-1967), autor da obra-símbolo da exposição Abstração.
Na exposição haverá ainda um recurso interativo: o personagem da obra Cabeça de Mulato, de Portinari, será modelado em 3D e falará com o visitante por meio de monitor dentro do espaço, dando informações sobre o artista e sua obra.
Serviço
Trajetórias Artísticas Unifor: Claudio Cesar e Totonho Laprovitera
Palestra com curadores nesta quinta (14) às 9h30 no Núcleo Diálogos
Exposição Centelhas em Movimento
Palestra com curadores nesta quarta (13) às 9h30 no Núcleo Diálogos
Espaço Cultural Unifor
Abertura das três exposições nesta terça-feira (12) às 19h. Exibição a partir desta quarta (13). Visitação gratuita de terças a sextas, das 9h às 19h, e sábados e domingos, 12h às 18h.
Gratuito