O milho é a grande estrela das festas juninas e base da maioria dos quitutes deste período. Especialista aponta as vantagens do alimento rico em carboidratos, fibras, proteínas e vitaminas. E alerta para pontos de atenção no consumo

Sâmya Mesquita

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Em tempos de festas juninas, as comidas são uma atração à parte. Um ingrediente de destaque, presente na maioria dos quitutes tradicionais da época, é o milho. E para entender melhor a importância desse cereal na alimentação, que abrange diversos públicos e bolsos, o Tapis Rouge conversou com a nutricionista Emanuelle Moura, especialista em nutrição clínica e esportiva.

O milho é um cereal amado pelos brasileiros devido à sua acessibilidade e sabor. Além de ser a base para diversas preparações culinárias, como bolos, pipoca, pamonha e canjica, o milho oferece diversos benefícios para a saúde. “Ele é rico em fibras, carboidratos, proteínas e vitaminas, além de conter antioxidantes como a zeaxantina e a luteína, que auxiliam na saúde ocular”, explica a nutricionista. “Também é fonte de magnésio e fósforo, importantes para a saúde óssea e cardiovascular. E contém vitamina B1, magnésio e potássio, que são benéficos para a memória e a saúde muscular”, acrescenta.

Muitos alimentos típicos das festas juninas são à base de milho, mas é necessário tomar cuidado com a produção e o armazenamento. “É importante preferir alimentos frescos e evitar preparações que estejam expostas por muito tempo, pois podem representar risco de intoxicação alimentar”, alerta Emanuelle. Além disso, muitas comidas típicas das festas juninas são ricas em gorduras e açúcares, o que aumenta consideravelmente a densidade calórica desses alimentos.

A nutricionista ressalta que nenhum alimento por si só tem a capacidade de prevenir ou causar doenças, a menos em casos de intolerância ou alergia específicas. No entanto, para pessoas que praticam atividades físicas regulares, o consumo de milho pode ser benéfico devido ao seu fornecimento de energia e carboidratos. “O milho é uma excelente fonte de fibras e carboidrato, o que pode fornecer energia para o treino e evitar picos desnecessários de insulina”, explica a especialista.

É importante também destacar que nem todas as receitas das festas juninas são indicadas para todos. Algumas iguarias, como arroz doce e mugunzá, contêm lactose, o que as torna inadequadas para pessoas intolerantes ou alérgicas a esse componente. “A comidas juninas geralmente possuem bastante açúcar na sua preparação, o que pode elevar muito o índice de glicose no sangue, sobretudo em pré-diabéticos ou diabéticos”, ressalta a especialista.

O milho verde também é rico em carboidratos fermentáveis, chamados FODMAPs, que podem não ser adequados para pessoas com síndrome do intestino irritável (SII). Portanto, pessoas com problemas intestinais ou digestivos devem evitá-lo em momentos específicos da terapia nutricional.

Outro ponto de atenção é que a maior parte do milho cultivado no Brasil é transgênico. E embora os malefícios ligados ao consumo de alimentos geneticamente modificados não sejam totalmente conhecidos, é recomendado optar por opções orgânicas, que não tenham, em suas embalagens, um triângulo amarelo com um “T” no centro. Além disso, o milho é um alimento de alta densidade calórica, portanto, deve ser consumido de forma consciente.

Quanto ao consumo de milho industrializado, é necessário considerar os possíveis malefícios. O milho enlatado, por exemplo, costuma ter altas quantidades de sódio, o que pode ser prejudicial para pessoas hipertensas. Portanto, é recomendado dispensar a solução de salmoura e lavar o milho em água corrente antes de usá-lo nas receitas.

Em suma, o milho desempenha um papel importante na alimentação, sendo um cereal versátil e nutritivo. No entanto, é fundamental estar atento à qualidade dos alimentos derivados. “O milho oferece benefícios para a saúde, mas é necessário um consumo consciente e adequado às necessidades individuais”, diz a nutricionista.