A quinta temporada de “The Crown” estreia nesta quarta-feira (9) na Netflix e deve retratar os difíceis anos 1990 para a Família Real Britânica. O destaque será a morte da princesa Diana
Sâmya Mesquita
samya@ootimista.com.br
O Brasil não tem uma forte herança monarquista, pois vive uma república desde o fim do Século XIX. Talvez por isso produções como “The Crown” encantem tantos espectadores: seja pelo anseio de ter essa organização política por aqui, seja pelo seu total desprezo. E após a recente morte da Rainha Elizabeth II, o interesse pela família real britânica tem crescido consideravelmente: um ótimo terreno para a quinta temporada da série da Netflix, que estreia nesta quarta-feira (9).
A produção vem retratando, com fatos reais misturados a liberdades narrativas, acontecimentos históricos da dinastia Windsor desde a morte do Rei George VI, em 1952. As quatro últimas temporadas retratam a coroação de Elizabeth, os quase 40 anos de jogo político desde o primeiro-ministro Winston Churchill até Margaret Thatcher e os diversos escândalos sexuais envolvendo o príncipe Philip, a princesa Margareth e, é claro, o atual Rei Charles III com Camilla Parker Bowles.
A quinta temporada, porém, aprofunda acontecimentos históricos explorados à exaustão pela mídia internacional nos anos 1990: o incêndio no castelo de Windsor, a saída de Thatcher do poder, a separação de todos os filhos da rainha e a morte de Lady Di.
A série promete grande audiência não só pelo fato de Diana Spencer ter tido imensa popularidade, mas porque esses acontecimentos estão mais frescos na mente do público. Um deles foi o “revenge dress”, retratado na nova temporada. Diana apareceu com um vestido da estilista Christina Stambolian em uma festa da revista Vanity Fair, em 1994, um dia após Charles admitir, em rede nacional, que havia traído a princesa. Outro acontecimento que se espera ser retratado em detalhes, mas que ainda se tem poucas informações, é a perseguição mortal a Lady Di por paparazzi nas ruas de Paris, na França, em 1997.
A cada duas temporadas, a série muda a composição de atores, para adequar-se à idade dos personagens. Imelda Staunton (Harry Potter e a Ordem da Fênix) será Elizabeth, Elizabeth Debicki (The Great Gatsby) será Diana, Dominic West (Downton Abbey II: Uma Nova Era) será o príncipe Charles e Jonathan Pryce (Game of Thrones) será o príncipe Philip.
As gravações da quinta temporada foram pausadas em setembro, em respeito à família real, na ocasião da morte da Rainha Elizabeth. Mas isso não impediu que o Príncipe William, filho mais velho de Diana, chegasse a se movimentar para que “The Crown” não fosse mais produzida. Mesmo a amiga pessoal da falecida princesa, Jemima Khan, deixou de ser consultora da série por não concordar com a forma como Lady Di é retratada. Tudo isso enquanto o ex-primeiro-ministro John Major declara que é mentira o suposto plano para fazer a rainha Elizabeth abdicar do trono em favor do filho Charles, mostrado na nova temporada.
De qualquer forma, entre polêmicas monarquistas e representações pessoais emocionantes, “The Crown” já venceu o Emmy, o maior prêmio da televisão mundial, 21 vezes – incluindo o de melhor série de drama em 2021. E quem sabe mais prêmios estão por vir, em uma temporada que promete aproximar ainda mais o público do maior império contemporâneo.
Assista ao trailer da 5ª temporada:
Serviço
“The Crown” – 5ª temporada
Onde assistir: Netflix
Classificação indicativa: Não recomendável para menores de 14 anos.
