“Blonde”, filme sobre Marilyn Monroe, estreia nesta quarta-feira na Netflix

Filme conta a dramática história de abusos da atriz de Hollywood que entrou para a história como um dos maiores sex symbols do século XX

Sâmya Mesquita
samya@ootimista.com.br

O século XX trouxe o legado das sex symbols, mulheres que, através de corpos dentro de um padrão de beleza estabelecido, tomavam o imaginário popular dos homens e inspiravam o estilo de vida das mulheres. Mas nenhuma dessas artistas exaustivamente representadas nos meios de comunicação marcaram tanto a cultura pop quanto Marilyn Monroe. A atriz é personagem principal do filme “Blonde”, da Netflix, e estreia nesta quarta-feira (28).

O filme de quase três horas de duração, dirigido por Andrew Dominik (O Homem da Máfia), é baseado no romance da escritora americana Joyce Carol Oates. E apesar de ter a liberdade artística da escritora como mote, a produção busca traçar paralelos entre a vida difícil da estrela de Hollywood e seus problemas de saúde mental, que teriam ocasionado sua morte por ingestão excessiva de remédios aos 36 anos.

Quem dá vida a Marilyn é Ana de Armas, atriz cubana em ascensão. A atriz tem impressionado críticos não só pela semelhança física, mas pelos trejeitos infantilizados característicos de Marilyn. Um treinador de voz ainda a ajudou a perder o sotaque e a falar como a estrela.

Vários especialistas criticaram a abordagem mais dramática da vida de Marilyn, com cenas de maus-tratos na sua infância e abuso sexual na idade adulta que elevaram a classificação indicativa para 18 anos. Entretanto, o próprio diretor defendeu a abordagem como necessária, após o movimento “Me Too” tomar proporções gigantescas mesmo entre atrizes de Hollywood, denunciando assediadores da indústria do cinema. A produção expõe o sexismo e a objetificação da mulher na Hollywood da década de 50 ao seguir os passos daquela atriz que monopolizava as atenções.

O filme foi exibido no Festival de Cinema de Veneza no início de setembro. A própria Ana disse, à ocasião, que independentemente da recepção do público, Marilyn já havia mudado a sua vida. “Eu me senti cheia de tristeza sabendo tudo o que aconteceu com ela”, disse. Em entrevista para a revista AnOther, a protagonista disse que visitou o túmulo de Marilyn para pedir permissão antes de encarar o primeiro dia de filmagens.

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A produção expõe o sexismo e a objetificação da mulher na Hollywood da década de 50. (Foto: Divulgação)

Marilyn ou Norma?

Norma Jean, nome civil de Marilyn Monroe, nunca conheceu o pai e foi abandonada pela mãe esquizofrênica. Viveu em orfanatos e lares adotivos durante a infância até se casar em 1942. Ainda se uniu em mais dois casamentos, além dos rumores de ter tido um affair com o então presidente americano John F. Kennedy.

Nunca foi levada a sério como atriz por Hollywood, sempre sendo designada a interpretar papéis de comédia ou que explorassem sua imagem como sex symbol. Marilyn chegou a ser internada em um hospital psiquiátrico após episódios de ansiedade e depressão associados a álcool e excesso de medicação. Especialistas acreditam que ela tinha Transtorno de Personalidade Limítrofe ou Borderline.

Seus maiores sucessos, que atravessaram o tempo, foram os filmes “Os Homens Preferem as Loiras” (1953), “Como Agarrar um Milionário” (1953) e “O Pecado Mora ao Lado” (1955).

Serviço:
Blonde
Lançamento: 28 de setembro
Streaming: Netflix
Duração: 2h46
Classificação indicativa: 18 anos

 

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