Exposição Novos Olhares para Monalisa abre para visitação a partir deste sábado (6), apresentando diferentes versões de uma das obras mais conhecidas da humanidade, pelo olhar de artistas cearenses. Acesso é gratuito 

Danielber Noronha 

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Séculos se passaram desde que Leonardo da Vinci pintou um pedaço da história, em 1506, com o quadro Monalisa. A obra segue despertando o interesse de muitas pessoas e se tornou um patrimônio inestimável para a humanidade. Mas qual é a percepção de artistas brasileiros diante de tal legado? Esta é uma das questões que a mostra Novos Olhares para Monalisa busca responder ou instigar no público a partir deste sábado (6), às 10 horas, quando abre para visitação na Casa José de Alencar. O acesso é gratuito e a visitação pode ser feita até dia 31 deste mês.

Com coleção de Veridiana Brasileiro e curadoria de Andréa Dall’Olio Hiluy, a 21ª edição da exposição – 8ª em Fortaleza –  vai apresentar 107 obras inéditas, idealizadas por 81 artistas cearenses. “Precisávamos fazer algo diferente do que já foi apresentado até então. Por isso, optamos por obras inéditas de artistas cearenses em Fortaleza. São trabalhos que nunca foram vistos nas edições anteriores”, explica Andréa, que está na curadoria do projeto desde 2018. A iniciativa, de caráter itinerante, já passou por cidades como Juazeiro do Norte, Aracati, Eusébio, Crato e Quixadá.

Ampliar olhares 
Que Monalisa é um marco na arte, quase todo mundo já sabe. Exatamente por isso, a mostra local quer trazer as provocações mais para perto. “A grande questão, muito mais do que fazer refletir sobre essa obra renascentista de Leonardo da Vinci, é pensar sobre a arte cearense contemporânea e o que está sendo produzido a partir de uma temática única, mas onde o artista pode mostrar sua linguagem e identidade”, frisa a curadora.

No panorama geral, a coleção de Veridiana possui mais de 600 releituras, sendo cerca de 200 feitas por artistas cearenses, além de nomes nacionais e também do exterior. Além disso, são muitas as linguagens presentes no acervo, que vão desde estilos em pintura acrílica a desenhos em carvão, esculturas com diversas técnicas, xilogravura, fotografias, colagens e técnicas mistas. A ideia é usar de tamanha variedade para formação de público para a arte e disponibilizar as obras para a educação artística da sociedade.

Atrações
Esta edição celebra o lançamento do livro e site Novos Olhares Para Monalisa, Coleção Veridiana Brasileiro, que torna pública a história e coleção da médica apaixonada por arte, incluindo algumas das releituras da obra icônica de Leonardo da Vinci. Cerca de 375 obras de 197 artistas cearenses estão contidas no livro.

Na mostra, antecipa Andréa, serão realizados momentos de apresentação de mobiliários desenhados a partir de pesquisa sobre a época de Leonardo, incluindo réplicas que fizeram parte do próprio ateliê do pintor. “Teremos também a cadeira da Monalisa, onde o visitante poderá sentar-se em uma réplica produzida na contemporaneidade e ser também Monalisa”, adianta.

Cuidado e preservação
Enquanto o Ceará exalta a peça, há quem queira degradá-la. O recente caso do bolo arremessado no Museu do Louvre, em maio último, chocou o mundo das artes. A história da obra, contudo, é cercada de mistérios e parte deles se deve justamente aos ataques, conforme avalia Andréa Dall’Olio Hiluy. “No século XX, em 1911, a gente tem a Monalisa sendo roubada do Louvre e as pessoas iam até lá para visitar o vazio. Ela retorna em 1913, arrastando multidões”, resgata. Além deste ocorrido, houve depredação com ácido, arremesso de pedras, tentativa de pichação e outros causos. “Esses ataques vêm muito de uma relação de desejo pela obra e de poder, talvez, na tentativa de destruir um símbolo tão forte para a humanidade”, justifica. O alerta que fica diante de tantos relatos é a importância de conservar e preservar, seja com a Monalisa, no Museu do Louvre, ou na avenida Beira-Mar, com a estátua da Iracema Guardiã.

Serviço
Abertura da exposição Novos Olhares para Monalisa 
Sábado (6), das 10h às 14h
Na Casa de José de Alencar, sala Valdelice Girão (Av. Washington Soares, 6055)
Acesso gratuito