Espaço Cultural Unifor abre a exposição “100 Anos da Semana de Arte Moderna em Acervos do Ceará”

Abre hoje (22) a mostra 100 Anos da Semana de Arte Moderna em Acervos do Ceará, no Espaço Cultural Unifor, a partir das 19 horas. Com acesso gratuito, a exposição conta com cerca de 150 pinturas e esculturas e, ainda, outras linguagens como música e literatura 

Danielber Noronha 

danielber@ootimista.com.br

Embora São Paulo fosse o detentor de grande parte das atenções voltadas ao mundo das artes em virtude da Semana de Arte Moderna de 1922, o resto do Brasil também galgava passos em direção a produções que versavam mais com o Modernismo. No Ceará, não foi diferente! A exposição 100 Anos da Semana de Arte Moderna em Acervos do Ceará, que estreia hoje (22) no Espaço Cultural Unifor, busca evidenciar tais produções e também celebrar o centenário do movimento que segue sendo referência até os dias atuais.

“A gente teve a preocupação de criar um diálogo com o que acontecia no Ceará em termos de arquitetura, música e literatura, e o que ocorria no Modernismo mais canônico dos manuais de História da Arte. Na primeira sala, por exemplo, temos uma maquete do Theatro José de Alencar”, detalha a curadora Regina Teixeira de Barros.

A iniciativa faz parte da II Semana de Arte Unifor, criada com intuito de disseminar o acesso gratuito à cultura e que, neste ano, está homenageando os 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922. Programação contará, ainda, com debates e premiação para os alunos da Universidade. “O famoso evento foi mais uma ignição, propondo uma renovação das artes de forma sistemática e pública, e segue sendo crucial nos dias de hoje, na medida em que os debates lançados lá atrás são sempre atualizados”, ressalta a também doutora em Estética e História da Arte.

Embora as questões da ordem do dia de hoje sejam vistas por outros ângulos, a Semana de Arte segue sendo referência. “Hoje, o debate sobre brasilidades e sobre linguagens autônomas, não influenciadas pelos cânones estrangeiros, passam muito por outras questões, como a da representatividade, dos sexos, das etnias, da negritude, pautas estas que não estavam sendo na semana, mas ela segue sendo referência”, explica.

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Antônio Gomide, O Ceramista, 1929

Passeio histórico
A mostra será dividida em três núcleos. “A ideia foi não ficar apenas na semana de 1922 e nos artistas já consagrados, mas, sim, abrir o leque, começando na virada do século e indo até a década de 1940. Nesse período grande que a exposição abarca, temos uma série de artistas que antecederam a Semana até os que vierem após ela”, ambienta Regina. A partir de consultas em acervos da Fundação Edson Queiroz e de importantes coleções públicas e privadas do Estado, a mostra tem cerca de 150 obras, entre esculturas e pinturas. Além disso, entram também artefatos de literatura, música e arquitetura e urbanismo.

Um dos nichos vai reunir obras de artistas que antes mesmo da semana de 1922 já esboçavam o desejo de renovação por meio da sua arte: seja pelos temas tratados ou pela maneira de pintar. Neste espaço, as obras de Eliseu Visconti, Belmiro de Almeida e Arthur Timótheo da Costa dialogam com a produção da Padaria Espiritual, agremiação de escritores e intelectuais cearenses que pregavam a renovação das artes.

Em outro ambiente, o público poderá ver de perto instrumentos musicais do final do Século XIX, que contam um pouco da história da música feita no Ceará naquela época, enquanto projeções sonoras buscam transportar o visitante às primeiras décadas dos anos 1900. Partituras originais de marchinhas e maxixes serão expostas ao lado de um gramofone e um oficleide, instrumento antecessor do trompete.

Serviço
Exposição 100 Anos da Semana de Arte Moderna em Acervos do Ceará
Abertura hoje (22), às 19 horas
No Espaço Cultural Unifor (Av. Washington Soares, 1321 – Edson Queiroz)
Visitação: de terça a sexta-feira, das 9h às 19h – sábados e domingos, das 10h às 18h
Mais informações: (85) 3477-3319

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