O BBB 22 resgatou uma discussão para o centro dos debates nas redes sociais e rodas de conversas: o impacto do consumo de carboidratos na busca por manter a forma e os malefícios de dietas muito restritivas. Nutricionista explica mitos e verdades envolvendo o alimento polêmico
Danielber Noronha
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Como quase tudo no Big Brother Brasil vira polêmica, não é de se estranhar que o ato de comer um pão francês, também conhecido com pão carioca, tenha gerado grande repercussão. O responsável pelo “ato indevido” foi o participante Arthur Aguiar, marido da ex-BBB Maíra Cardi, que não gostou nada de ver o companheiro fugir da dieta durante o confinamento. Segundo ela, que se apresenta como empresária do emagrecimento, eles haviam feito um cronograma de emagrecimento para o ator e cantor antes do início do programa. A reação dela foi motivo de muitos posts nas redes sociais e discussões quanto às restrições excessivas que alguns profissionais acabam passando aos pacientes e os efeitos futuros de tal prática. Mas será que o pão é mesmo um bicho de sete cabeças?
Consumo consciente
Segundo a nutricionista Cintya Martins, o comportamento de Maíra, embora com toques de humor, evidencia que o chamado terrosimo nutricional está cada vez mais presente na internet e também no mundo real, seja nas clínicas ou consultórios. De acordo com a especialista, o pão não atrapalha a manter uma boa forma ou a saúde alimentar. “O pão ou quaisquer outros alimentos não devem ser excluídos do nosso cardápio. O importante é equilibrar o consumo e evitar exageros”, explica. “Nenhum alimento tem potencial para emagrecer ou engordar, se utilizado nas quantidades necessários para o plano alimentar de cada pessoa”, complementa.
A fala da especialista vai ao encontro do que preconiza o Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde. “De acordo com os princípios de uma alimentação saudável, todos os grupos de alimentos devem compor a dieta diária. A alimentação saudável deve fornecer água, carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas, fibras e minerais, os quais são insubstituíveis e indispensáveis ao bom funcionamento do organismo”, ressalta a pasta.
Ingestão individualizada
Cintya Martins explica também que não há uma quantidade exata de quantos pães podem ser ingeridos por alguém ao longo do dia. “Esse quantitativo vai variar de pessoa para pessoa, levando em consideração as necessidades e objetivos de cada um”, justifica. Segunda ela, o pãozinho sempre está no topo das preferências alimentares de vários pacientes. “Além de ser afetivo, é também muito saboroso. Essa ingestão pode ser diária, desde que acordada e calculada dentro das necessidades diárias”, reforça.
A especialista destaca também que determinados tipos de massas devem ser evitadas se o paciente sentir desconfortos ao ingerir ou tiver problemas prévios, como intolerância a glúten. “Existe uma gama de possibilidades: pão integral, francês, massa fina, dentre outros”, completa.
Quando a alimentação entra também no campo da proibição e das restrições excessivas, alerta Cintya, o paciente pode sofrer com consequências futuras. “Dietas restritivas são famosas em todo local, mas o paciente pode não se reeducar e, consequentemente, voltará à rotina anterior, o que pode resultar em ganho de peso”, frisa. “Não existe milagre, existe reeducação”, completa a nutricionista.
Mais
A nutricionista Cintya Martins dá a receita de um pão de aveia, boa opção para quem não abre mão do alimento:
Pão de aveia
Ingredientes:
1 ovo
2 colheres de sopa de aveia flocos finos
1 pitada de sal
1 colher de chá de fermento
Modo de preparo:
Misture todos os ingredientes em um recipiente e leve ao fogo em uma frigideira antiaderente untada com azeite. Asse dos dois lados até dourar e está pronto. O pão pode ser recheado com frango, queijo ou alguma outra opção da sua preferência