Neste Natal, O Otimista traz a história do Instituto Beatriz e Lauro Fiuza (IBLF) que, há nove anos, ajuda a transformar a vida de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social. Bia Fiuza, filha do casal, fala sobre a felicidade de ajudar a desenhar novos futuros
Danielber Noronha
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Pelo som produzido a partir das cordas dos instrumentos musicais, novas partituras se apresentam para aqueles cujo os sonhos parecem distantes de se realizarem. Pela disciplina do esporte, horizontes de esperança tomam forma. É a partir destas premissas que trabalha o Instituto Beatriz e Lauro Fiuza (IBLF), atuando em bairros de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Fortaleza por meio da música e também do esporte. Filha do casal fundador que nomeia a entidade e atualmente conselheira do IBLF, Bia Fiuza diz que a sensação de moldar novas realidades para crianças e adolescentes é uma experiência única.
“Acreditamos no desenvolvimento social e na redução de desigualdades como ferramenta de maior equilíbrio na sociedade. Por meio desse trabalho, estamos trazendo soluções para os problemas que enfrentamos na sociedade, sendo um deles a dificuldade de acesso de crianças, adolescentes e jovens em vários territórios vulnerabilizados de Fortaleza”, defende Bia. Se de um lado há satisfação em promover mudanças, pondera, é um desafio diário fazer tais ações ocorrerem de forma sistêmica e ampliada para abraçar mais pessoas. “Não nos interessa somente mudar um pouco, ser bom. Ser bom é fácil! O que nos interessa é plantar sementes e mudar de forma bem concreta a realidade da nossa cidade e da sociedade como um todo”, prospecta.
Ações continuadas
Em alusão ao Natal, o IBLF tem realizado vários concertos com a Orquestra Jacques Klein, formada a partir do Programa de Música da entidade. Pianistas do projeto também têm se apresentado na capital. “É muito prazeroso ver os meninos soltando essa energia depois de tanto tempo parados, podendo mostrar tudo que eles vieram construindo ao longo deste ano”, define Bia.
Aproveitando o período natalino, o instituto começará uma campanha para engajar novos doadores em 2022. O intuito é angariar doações para bolsas de estudo para as crianças e os adolescentes atendidos. “É uma ação que vai começar agora, mas que vamos levar para todo o ano de 2022. Esperamos contar com a participação e generosidade das pessoas para seguir com a formação desses jovens que estão nos grupos avançados para que eles possam crescer dentro da música e do esporte”, ressalta ela.
Apesar do cenário pandêmico, as atividades do IBLF não pararam. Migrar iniciativas para o formato remoto, aponta Beatriz, foi um dos principais desafios. Além disso, relata, também foi notório o aumento da vulnerabilidade das famílias atendidas em virtude das condições impostas pela covid-19. Um exemplo disso foram as situações onde parte do núcleo familiar ficou desempregada e, assim, o aumento de moradores nas casas passou de uma média de três a quatro pessoas para seis a oito. “Sentimos uma necessidade ainda maior de nos mantermos firmes para atender estas crianças e adolescentes, pois é imprescindível que eles possam plantar sementes de esperanças em suas vidas em meio a este caos”, completa.
IBLF
Fundado por Beatriz e Lauro Fiuza, o IBLF atua há nove anos levando educação por meio de aulas de música e karatê. Hoje, são atendidas mais de 700 crianças, adolescentes e jovens de diferentes bairros com maiores indicadores de vulnerabilidade social de Fortaleza. A entidade atua em três eixos: formação, produção de conhecimento e difusão das ações nos programas sociais desenvolvidos junto às famílias atendidas. O instituto realiza, ainda, arrecadação de donativos para compra de cestas básicas que são direcionadas aos familiares das crianças e jovens inscritos nas atividades.