O saudoso ator e dramaturgo brasileiro, Plínio Marcos, filho da cidade de Santos, em São Paulo, é tema de oficinas (virtuais), aprovadas em projeto contemplado na chamada pública 09/2020, no Edital Nº 7204, fomentado com recursos da Lei Aldir Blanc 14.017/2020, por meio da Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza.
As principais peças teatrais, roteiro e romance de Plínio que foram adaptados para o cinema, fazem parte de oito módulos da oficina com folhas avulsas de scrapbook, que vem sendo realizada desde o último dia 15 de janeiro, pela atriz e diretora teatral cearense, Luíza Pontes. A programação segue até 22 deste mês, em dois horários: 9h e 15h, no Youtube, por meio do Canal da artista cearense, que é estudiosa e pesquisadora da vida e obra de um dos grandes nomes do teatro brasileiro.
Reconhecido por escrever com muita autenticidade sobre homossexualidade, marginalidade, prostituição e violência, Plínio Marcos é tema da oficina que busca fazer uma contextualização do final dos anos cinquenta e meados de sessenta, setenta e, também, oitenta, focando sobretudo, o período da ditadura militar.
Na ocasião, Luíza Pontes faz um comentário sobre os principais aspectos da vida do dramaturgo, além de mostrar algumas curiosidades da veia artística de Plínio, enquanto ator, diretor, escritor e roteirista. Ao todo, serão comentados quatro peças teatrais, um livro adaptado e um roteiro original que definem o estilo de escritor maldito como era considerado.
A oficina é ministrada em duas partes, onde são feitas reflexões alusivas às obras do dramaturgo adaptadas para o cinema e, num segundo momento, as folhas de scrapbook relacionadas ao tema: 1. Navalha na Carne, 2. Barrela, 3. Abajur Lilás, 4. A Rainha Diaba, 5. Barra Pesada-Querô, o Filme. 6. Dois Perdidos Numa Noite Suja, 7. Beto Rockfeller e 8. Principais aspectos da biografia e dramaturgia de Plínio Marcos.
“Essa oficina partiu de uma iniciativa de homenagear o Plínio, pela sua dramaturgia maldita e contribuição enquanto dramaturgo e ator” revelou Luíza, acrescentando: “o objetivo também é a gente fazer uma reflexão sobre essas décadas de sessenta, setenta, em que realmente a maioria das peças do Plínio Marcos foram proibidas”, pontuou a atriz, uma das estudiosas da trajetória do artista.
Luíza Pontes ainda enfatizou: “Então, a finalidade é trazer somente reflexão, mostrar esses dados históricos, apresentar ou falar um pouco da obra e, também, nos divertir pegando um pouco da técnica do scrapbook, folhas decorativas que fazemos, usando papéis, materiais direcionados, onde a gente escreve”, explicou a diretora teatral, afirmando: “então, eu estou oferecendo duas oficinas em uma. A gente vai falar e também se divertir, fazer um paralelo”.
A pesquisadora ainda lançou o convite: “Vamos fazer esse mergulho teatral, através dessa oficina? E nos permitir também, a usar a nossa criatividade decorando essas folhas e criando mensagens”? Luíza ministrou na noite do último dia 30 de dezembro, pelo Google Meet, a palestra “Reminiscências Marginais”, onde fez reflexões do Teatro ao Cinema de Plínio Marcos. Uma programação do projeto fomentado com recursos da Lei Aldir Blanc 14.017/2020.
Sensibilizar o público alvo e permitir que compreenda alguns questionamentos voltados ao universo da dramaturgia marginal do autor, bastante atuais nos dias de hoje, é um dos objetivos do projeto que visa ainda, estimular a criatividade dos participantes com a confecção de folhas de scrapbook, fundamentando assim, todo o grau de importância de Plínio Marcos para a dramaturgia brasileira.
Todos os apreciadores em teatro de modo geral e curiosos em conhecer o estilo maldito de Plínio Marcos estarão inseridos na plateia da oficina, que passou por uma pesquisa etnográfica, onde é possível coletar dados para realizar os estudos sobre um determinado grupo social, ou seja, os marginalizados das periferias ou centros urbanos.